Em 7 de novembro de 1944, Richard Sorge, o mais importante dos espiões germano-soviéticos a serviço da inteligência da União Soviética antes e durante a Segunda Guerra Mundial, é assassinado. Sorge sempre se apresentava como jornalista e alimentava Moscou de informações sobre a movimentação de alemães e japoneses, estes últimos seus algozes.
Consta também que Sorge, amigo do embaixador da Alemanha em Tóquio e considerado o maior espião de todos os tempos, teria sido fuzilado na Alemanha, embora não houvesse testemunhas do fato. Pouco depois de sua suposta morte, na década de 1950, foi assassinada a mulher que o denunciou.
Sorge lutou na Primeira Guerra Mundial nas fileiras do exército alemão. Mais tarde, graduou-se e conquistou o doutorado em ciências políticas na Universidade de Hamburgo. Filou-se ao Partido Comunista da Alemanha em 1919, viajando para a União Soviética em 1924. Seu primeiro grande trabalho para o serviço de inteligência da KGB ocorreu no final dos anos 1920, quando foi enviado à China a fim de organizar um núcleo de espionagem.
Retornando à Alemanha, filiou-se ao Partido Nazista para demonstrar que era um leal cidadão à nova ordem que se implantava. Tratou de desenvolver uma reputação como respeitado jornalista trabalhando para o Frankfurter Zeitung finalmente convencendo seus editores a enviá-lo ao Japão como correspondente estrangeiro em meados dos anos 1930.
Chegada ao Japão
Uma vez no Japão, Sorge cuidou novamente de organizar um círculo de espionagem, que incluía um conselheiro do gabinete japonês e um comunista norte-americano, que também trabalhava para a inteligência soviética e que serviu de intérprete a Sorge.
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Consta também que Sorge teria sido fuzilado na Alemanha, embora não houvesse testemunhas do fato
Sorge foi tão bem-sucedido em insinuar-se na comunidade diplomática germânica no Japão que lhe foi permitido trabalhar dentro da embaixada germânica, dando-lhe inclusive acesso a pastas confidenciais. Ao mesmo tempo tornou-se amigo de funcionários do governo japonês, tentando convencê-los a não declarar guerra à União Soviética.
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Em maio de 1941, Sorge enviou um relatório secreto a Moscou, informando que Hitler estava planejando a invasão da União Soviética e que 170 divisões estavam preparadas para invadi-la em 20 de junho, numa operação denominada de “Barbarossa”. Stalin ignorou a advertência.
Sorge foi também capaz de reportar, em agosto de 1941, que o Japão tinha planos de atacar objetivos no Pacífico Sul, mas não na União Soviética. Isto permitiu a Stalin, já convencido da eficácia de Sorge, a remover suas tropas da fronteira com a Manchúria, liberando-as para ajudar a conter o avanço das forças alemãs em território soviético no front ocidental, certo de que não haveria “front oriental”.
Assassinato
Contudo, a brilhante carreira de espião de Sorge chegou ao fim em 18 de outubro de 1941, quando a contra-inteligência japonesa descobriu sua atuação. Foi preso junto com 34 membros de seu círculo de espionagem e finalmente executado na forca em 1944. Vinte anos depois, foi oficialmente declarado heroi da União Soviética.
A ação de Richard Sorge, romanceada, foi celebrada no famoso livro O espião que veio do frio de autoria do escritor inglês John Le Carré e também serviu de base para o filme de mesmo título (1965), estrelado por Richard Burton.
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