O senador por Wisconsin, Joseph McCarthy, anunciou em um discurso pronunciado em 9 de fevereiro de 1950, em Wheeling, Virginia Ocidental, que tinha uma lista de nomes de mais de 200 funcionários do Departamento de Estado que eram considerados “conhecidos comunistas”. No auge da Guerra Fria, o discurso do senador encontrou eco nacional e avivou os temores dos norte-americanos quanto à existência de subversivos no seio do governo.
Em poucos meses, McCarthy instalou uma verdadeira paranoia nos Estados Unidos, transformando em uma arma poderosa para desestabilizar os democratas no poder.
Após a eleição de Eisenhower em 1952, McCarthy presidiu o subcomitê senatorial permanente de inquérito antes que seus métodos inquisitoriais fossem denunciados pelos meios de comunicação e depois pelo próprio Senado.
Falando no Clube Republicano de Mulheres do Condado de Ohio, em Wheeling, McCarthy brandiu diante de sua plateia um pedaço de papel. De acordo com o único representante da imprensa escrita presente na conferência, o senador disse que tinha em mãos uma “lista de 205 funcionários do Departamento de Estado que são conhecidos pelo Secretário de Estado como sendo membros do Partido Comunista e que, apesar disso, continuam trabalhando e formulando a política externa dos Estados Unidos”.
Nas semanas que se seguiram, o número flutuou completamente, com McCarthy afirmando em distintos momentos que havia 57 ou 81 ou ainda 10 comunistas no Departamento de Estado. Na verdade, McCarthy jamais produziu qualquer evidência consistente de que houvesse até mesmo um único comunista daquele órgão de governo.
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Discurso do senador encontrou eco nacional e avivou os temores dos norte-americanos quanto à existência de subversivos no seio do governo
A despeito da inconsistência de McCarthy, de sua recusa em informar qualquer dos nomes dos “conhecidos comunistas” e de sua incapacidade de produzir qualquer prova coerente ou razoável, suas acusações impactaram a opinião pública norte-americana.
Os meses precedentes que o levaram ao pronunciamento de fevereiro mostraram-se penosos para a política de Guerra Fria dos Estados Unidos. Na China proclamou-se a vitória da Revolução Comunista. Os soviéticos detonaram um artefato atômico. As disparatadas acusações de McCarthy proporcionavam uma explicação pronta para esses desastres de política externa: os subversivos comunistas estavam trabalhando bem no âmago do governo de Washington.
O “McCarthismo”, como a perseguição aos comunistas nos Estados Unidos passou a ser conhecido durante os anos 1950, provocou incalculáveis danos às carreiras e à vida de muitas pessoas, teve um efeito amordaçante nos debates domésticos sobre questões da Guerra Fria e aterrozou milhões de cidadãos.
McCarthy, no entanto, não conseguiu identificar nenhum comunista e seu poder pessoal ruiu em 1954, quando acusou o exército de afagar conhecidos comunistas. Audiências televisivas de suas investigações no interior do Exército fizeram a população norte-americana perceber suas táticas intimidadoras e a falta de credibilidade pela primeira vez em sua totalidade. Pouco demorou para o senador perder apoio, sendo censurado em seguida pelo próprio Senado. Joseph McCarthy morreu em 1957.
Outros fatos marcantes da data:
476 – Rendição marca fim do Império Romano do Ocidente
1849 – Giuseppe Mazzini proclama a República Romana
1965: Primeiro contigente dos EUA desembarca no Vietnã