A Franco-Maçonaria, como a conhecemos hoje, estabeleceu-se em 24 junho de 1717, quando quatro lojas de Londres se reuniram na taverna “O Ganso e a Grelha”, no adro da igreja de São Paulo.
Formaram a primeira Grande Loja do mundo. Inicialmente, ela se resumia a uma festa anual para lojas, mas, em 1721, por meio de uma “comunicação trimestral”, começou a se estabelecer como um corpo regulador, atraindo para suas reuniões lojas fora de Londres.
Como surgiu a maçonaria?
Os historiadores em geral concordam que a franco-maçonaria se desenvolveu a partir dos pedreiros medievais, também conhecidos como Maçons Operativos, os que construíam grandes catedrais e castelos. Maçon em francês significa pedreiro.
Os pedreiros reuniam-se em lojas, ou alojamentos, para poder descansar e se alimentar. Estas lojas, com o tempo, tornaram-se também um local de reuniões que serviam para definir os parâmetros da organização da Ordem dos Pedreiros.
Em comum com outras organizações, desenvolveram as primitivas cerimônias de iniciação para novos aprendizes. Como os pedreiros costumavam viajar por todo o país, passaram a adotar uma palavra secreta, quando chegassem a um novo local de trabalho, a fim de provar que haviam sido qualificados, ou iniciados, e que eram membros de uma Loja.
Em 1723, com o crescimento do quadro de obreiros, a Grande Loja editou o Livro das Constituições, que trazia em seu bojo o regulamento para se governar a franco-maçonaria.
Estudo mais recente situa a origem da franco-maçonaria na disposição de proporcionar caridade. No século XVII, não havia nenhum Estado-Providência. Quem quer que necessitasse, contava apenas com a ajuda eventual de um semelhante.
Naquela época, havia muitos Ofícios conhecidos como “Clubes da Caixa”, que surgiram do convívio em reuniões de membros de uma mesma corporação de ofício, ocasião em que depositavam quantias em dinheiro numa caixa comum. Se algum deles estivesse passando por dificuldades, poderia dela se socorrer para aliviar sua angústia.
Os “Clubes da Caixa” passaram a admitir membros de outros ofícios e a carregar traços das primeiras Lojas Maçônicas. Assim é possível que a maçonaria tenha tido sua origem justamente num “Clube da Caixa” por Maçons Operativos.
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Adro da igreja São Paulo foi o local onde se estabeleceu a franco-maçonaria
A partir de 1730, lojas foram criadas na Europa, nas Índias ocidentais, na América do Norte e na Índia. Nos séculos XVIII e XIX, a franco maçonaria britânica estendeu-se ao Médio e Extremo Oriente, à Austrália, à África e à América do Sul.
Até 1717 as lojas maçônicas não obedeciam a um centro. Com a fundação da Grande Loja de Londres algumas lojas inglesas passam a ela se subordinar. Na cidade de York as lojas continuaram independentes até 1751, quando surge a Grande Loja de York.
Procedimentos ritualísticos na maçonaria
Com a rivalidade entre as duas Grandes Lojas, a denominação Rito de York começa a tomar corpo. Na verdade, ainda não se tratava de um rito, mas sim do procedimento adotado pelos maçons de York que divergiam em alguns dos procedimentos adotados pelos maçons de Londres.
Na prática, tratava-se de um mesmo procedimento, tanto o dos “antigos”, os de York, quanto pelos “modernos”.
Cada loja adotou um rito para praticar a franco-maçonaria. Os graus básicos – aprendiz, companheiro e mestre – são bastante semelhantes, porém diversificados para além do grau de mestre, denominados graus superiores, altos graus ou graus filosóficos.
Os ritos mais conhecidos são: Rito de Emulação, o primeiro dos ritos, praticado principalmente na Inglaterra; Rito de York, praticado pela maioria dos franco maçons do mundo; Rito Francês, nasceu com o Grande Oriente da França, de característica iluminista; Rito Escocês Antigo e Aceito, famoso pelos seus 33 graus.
A Maçonaria Universal trabalha na sua Loja sob a invocação do Grande Arquiteto do Universo com base nos livros sagrados, o esquadro e o compasso. A presença de mais de um livro sagrado no altar de juramento busca refletir o espírito tolerante da maçonaria universal. Grande Arquiteto do Universo etimologicamente se refere ao Criador de tudo que existe, independente de uma religião específica.
Desse modo, 'G.A.D.U.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de todas as coisas, permitindo que maçons muçulmanos, católicos, judeus, budistas, espíritas e outros possam se reunir numa mesma loja maçônica.