Quinta-feira, 12 de junho de 2025
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Magnata da imprensa e dos meios de comunicação dos EUA, William Randolph Hearst morre em Beverly-Hills no dia 14 de agosto de 1951, aos 88 anos. Jornalista e editor, ele emergiu como um dos mais poderosos personagens da cena política e empresarial do país.

Filho único de um milionário que fez fortuna na exploração de minas, Hearst recebeu de seu pai, aos 25 anos, o jornal San Francisco Examiner e o fez o maior jornal sensacionalista dos Estados Unidos.

Em poucos anos, por meio de compras sucessivas em todo o país, estava à frente de um império de 28 jornais, 18 revistas, 7 estações de rádio, a agência International News Service e uma empresa cinematográfica, a Hearst Movie Productions. Casado e pai de 5 filhos, deixou aos 55 anos o lar para se juntar a uma amante de 20 anos, Marion Davies.

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Amplamente conhecido por valer-se de suas publicações como autênticos instrumentos políticos, Hearst foi um famoso promotor da “imprensa amarela” (no Brasil, mais conhecida como imprensa marrom). Em seus jornais, abusou da manipulação mediática e da geração de escândalos para conseguir que seus interesses comerciais e políticos se vissem beneficiados.

Os casos mais notáveis foram sua intervenção para que a Guerra Hispano-americana acontecesse e seus periódicos recebessem as primeiras notícias, bem como a campanha contra a Revolução Mexicana devido à imensa quantidade de propriedades e fazendas que possuía em território que as via em risco com a revolução.

Desejoso de consagrar-se na política, tratou de conquistar vários cargos públicos usando todas as ferramentas de que dispunha. Foi eleito pelo Partido Democrata deputado na Câmara de Representantes para os períodos 1903-1905 e 1905-1907, porém fracassou na tentativa de ser prefeito de Nova York e fracassa uma vez mais como candidato a governador do Estado de Nova York.

A história de Hearst, cheia de ambições, extravagâncias e ações tão despóticas quanto arbitrárias, seria levada à tela por Orson Welles em Cidadão Kane, que o próprio Hearst tratou de evitar que fosse lançado. O filme ganhou o Oscar de Melhor Filme e é considerado pelos críticos como uma das mais extraordinárias obras da sétima arte.

Empresário também ficou conhecido por ser pioneiro da 'imprensa marrom', tipo de jornalismo sensacionalista e mercadológico

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Hearst abusou da imprensa amarela que seria uma imprensa sensacionalista, um jornalismo que mescla manchetes incendiárias, afastadas da objetividade e com notícias de interesse popular.

O único objetivo desse tipo de veículo é vender o maior número possível de exemplares sem levar em conta a veracidade ou objetividade. Sua influência foi quase mítica graças ao seu vasto império.

Quando, em meio da Guerra de Cuba (1898), o encouraçado norte-americano Maine explodiu no porto de Havana, foi Hearst quem apontou a Espanha como culpada da suposta sabotagem e pressionou o presidente William McKinley a declarar guerra contra os espanhóis, algo que o governo aparentemente não levava em consideração. A vitória dos Estados Unidos nessa guerra permitiu o domínio do Canal do Panamá e custou à Espanha a perda de suas últimas colônias de ultramar.

Suas opiniões foram sempre controvertidas. Foi acusado de xenófobo, pró-nazista e defensor da caça às bruxas. Uma de sua máximas mais conhecidas era “I make news” (“Eu fabrico as notícias”), dando a entender que manipulava a notícia para que fosse mais escandalosa.

Era famoso também por sua desmedida paixão por possuir tantos objetos quanto possível. Adquiriu compulsivamente  obras de arte, muitas das quais sequer foram desencaixotadas. Em 2008, o museu Lacma de Los Angeles reuniu grande parte de seu acervo em uma exposição.

Conhecida é também sua apaixonada história de amor com a atriz Marion Davies. A lenda urbana conta que numa festa privada em seu iate encontrou Marion beijando Charles Chaplin. Tomou de um revólver e alvejou Chaplin e por erro acabou matando Thomas Herper, ocultando o incidente astutamente sem que as autoridades tomassem conhecimento do caso.

Também nesta data:

1956 – Morre o poeta e dramaturgo Bertold Brecht
1971 – Bahrein conquista sua independência do Reino Unido
1980 – Lech Walesa lidera greve no estaleiro Gdansk, na Polônia
1988 – Morre o comendador Enzo Ferrari, ícone dos carros de luxo e do automobilismo