Hoje na História: 1980 - Steve McQueen morre de câncer de pulmão
Astro personificou sonho norte-americano; amante de automobilismo, jamais utilizou dublês em filmes de ação
Steve McQueen, astro de Holywood, apelidado de “The king of cool”, morreu de câncer de pulmão em 7 de novembro de 1980, aos 50 anos, na cidade de Juarez, México, como consequência direta de um ataque cardíaco, após ter passado por uma operação cirúrgica de quatro horas. O ator, protagonista, entre outras, das películas “Sete Homens e um Destino” (1960), “Fugindo do Inferno” (1963), “O Canhoneiro do Yang-Tsé” (1966), “Bullitt” (1968), “As 24 Horas de Le Mans” (1971), “Papillon” (1973) e “Inferno na Torre” (1974), padecia, fazia mais de um ano, de câncer de pulmão incurável. No último mês, McQueen buscou no México um tratamento especial, proibido em seu país, para debelar a enfermidade.
Em toda a sua vida como ator, jamais utilizou um dublê de ação, sendo ele mesmo que dirigia arriscadamente os veículos nas tomadas de cena. Apontado no início da carreira como o substituto de James Dean e Marlon Brando, McQueen foi considerado a personificação do “sonho americano”. Era “uma certa mistura entre virilidade e sensibilidade. Entre coragem e doçura”.
Jamais conheceu o pai, que o abandonou pouco antes do nascimento, fato que afetou seu desenvolvimento emocional pela vida afora. Cresceu na casa de um tio, no estado do Missouri, e aos 12 anos era um jovem rebelde. O tio tomou a decisão de enviá-lo à mãe, que vivia em Los Angeles. Dois anos depois foi internado em um reformatório.
Abandonou o reformatório e vagabundeou até alistar-se na Marinha em 1947. Cinco anos mais tarde, tendo em conta que o Estado prestava ajuda económica aos militares que se reincorporassem à vida civil, decidiu ser ator e começou a estudar no famoso Actor’s Studio de Nova York.
Em 1955 conseguiu seu primeiro papel na Broadway. Um ano depois atuou em papeis secundários no cinema. Em 1958 protagonizou “A Bolha Assassina” e, durante os dois anos seguintes, atuou em uma série de televisão que lhe valeu o reconhecimento da crítica.
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Astro personificou sonho norte-americano; amante de automobilismo, jamais utilizou dublês em filmes de ação
Porém, o filme que o converteu em astro foi “Fugindo do Inferno” (1963). Foi indicado para o Oscar por protagonizar “O Canhoneiro do Yang-Tsé” (1966), repetindo o êxito com “Bullit”(1968).
A partir de então, McQueen mesclou papeis de ação, como no filme de corrida de carros “As 24 Horas de Le Mans”, com papeis como no drama “Papillon”, demonstrando que, além de galã, era também bom ator.
Depois de “O Inferno na Torre”, uma das melhores fitas de catástrofe realizada em 1974, onde dividiu a tela com atores do porte de Paul Newman e William Holden, McQueen se afastou por um tempo do cinema. Regressou em 1978 para atuar em “O Inimigo do Povo”.
McQueen foi um grande aficionado da adrenalina, especialmente em automobilismo e motociclismo – no transcurso da carreira chegou a considerar seriamente converter-se em piloto de corrida. Foi amigo pessoal do mestre em artes marciais Bruce Lee, tendo treinado com Jeet Kune Do.
Sua vida sentimental foi instável. Casou-se com sua terceira e última esposa, Bárbara Brunsvold, em janeiro de 1980, dez meses antes de falecer. Foi casado com a atriz Ali McGraw e antes com a mãe de seus dois filhos.
Esteve na famosa lista negra da seita “A Família”, do assassino Charles Manson. Quando tomou conhecimento do assassinato de Sharon Tate e de que ele poderia ser o próximo, comprou uma arma que sempre carregava consigo.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.