Diante do primeiro ataque de Tel Aviv ao centro do Líbano, nesta segunda-feira (30/09), o vice-secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo “continua operando e continuará seu trabalho no campo de batalha até derrotar Israel”.
“Se Israel decidir realizar uma operação terrestre, as forças da resistência estarão prontas para uma invasão terrestre. Nós nos preparamos e, com a ajuda de Deus, estamos confiantes de que o inimigo israelense não vai atingir seus objetivos e venceremos essa batalha”, disse Qassem.
No primeiro discurso do Hezbollah desde a morte do líder Hassan Nasrallah, confirmada no último sábado (28/09), Kassem declarou que apesar da perda de combatentes nas mãos das forças israelenses, a resistência libanesa “não cederá um centímetro na luta”.
Segundo ele, Israel continua matando civis, incluindo mulheres, crianças, idosos e equipes de ambulância por todo o Líbano, com o apoio dos Estados Unidos. Além de ter forçado a evacuação de mais de 100 mil pessoas para a vizinha Síria, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O líder assegurou ainda que apesar de tudo isso, Tel Aviv “não foi capaz” de destruir as suas capacidades militares, apesar da campanha de bombardeamento massivo que começou há uma semana.
“A resistência islâmica [Hezbollah] seguirá enfrentando o inimigo israelense em apoio a Gaza e à Palestina e em defesa do Líbano e de seu povo, e em resposta aos assassinatos”, instou Qassem.
O representante do Hezbollah também falou sobre a nomeação de um novo secretário-geral para o grupo “o mais rápido possível” e acrescentou que estão preenchendo todas as lacunas deixadas pela morte dos líderes.
De acordo com os jornais Haaretz e Al Arabya, o novo líder do Hezbollah pode ser Hachem Safieddine, primo de Nasrallah e com laços familiares com o falecido general Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã.
Expansão da ofensiva
Os alvos das Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército do país) até o momento se concentravam no sul do Líbano, o Vale do Beqaa e os subúrbios da capital, bastião do Hezbollah. Com a expansão da ofensiva, pelo menos quatro pessoas morreram nos bombardeios desta segunda.
Segundo a Al Jazeera, mais de 60 pessoas morreram devido aos ataques israelenses desde a noite do último domingo (29/09), quando Israel manteve frentes de ataque contra Beirute, a Faixa de Gaza e o Iêmen.
Apesar do aumento de tensão em relação à expansão da guerra, o governo do Irã negou nesta segunda-feira (30/09) que planeje mandar tropas para combater contra Israel ao lado dos grupos Hamas e Hezbollah na Faixa de Gaza e no Líbano, respectivamente.
“Não há necessidade de enviar forças extras ou voluntárias da República do Irã”, declarou um porta-voz do ministro das Relações Exteriores de Teerã, Nasser Kanaani.
Segundo a pasta, tanto o Hamas quanto o Hezbollah possuem “capacidade e força para se defender contra as agressões”.
(*) Com Ansa, TeleSUR e Sputnik