O governo do Irã garantiu neste domingo (13/10) que “não haverá linhas vermelhas” na defesa do povo e dos interesses do país, em meio às ameaças do regime sionista de Israel em lançar uma “resposta destrutiva” ao ataque de mísseis reivindicado pela Guarda Revolucionária Islâmica iraniana (IRGC, na sigla em inglês) há duas semanas.
Em rede social, o ministro das Relações Exteriores do país, Abbas Araghchi, também ameaçou as forças dos Estados Unidos, principal nação aliada de Israel, que auxiliam enviando recursos bélicos e, também, na operação de um complexo do sistema de defesa antimísseis em Tel Aviv.
“Os EUA têm entregado uma quantidade recorde de armas a Israel. Agora também está colocando em risco a vida de suas tropas ao implantá-las para operar sistemas de mísseis dos EUA em Israel”, escreveu Araghchi na plataforma X. “Embora tenhamos feito enormes esforços nos últimos dias para conter uma guerra total em nossa região, digo claramente que não temos linhas vermelhas na defesa de nosso povo e interesses.”
The US has been delivering record amount of arms to Israel. It is now also putting lives of its troops at risk by deploying them to operate US missile systems in Israel.
While we have made tremendous efforts in recent days to contain an all-out war in our region, I say it… pic.twitter.com/wX16CnhT1A
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) October 13, 2024
O chanceler iraniano chegou a Bagdá, capital do Iraque, neste domingo para conversar com autoridades do país sobre os mais recentes esforços diplomáticos antes do ataque antecipado de Israel.
Em uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo iraquiano, Araghchi disse que Teerã estava “totalmente preparado para uma situação de guerra”, mas enfatizou que “não queremos guerra, queremos paz.” Acrescentou ainda que o Irã continuará trabalhando “para evitar a escalada da tensão na região e trabalhar pela paz e cessar-fogo” em Gaza e no Líbano.
Segundo o jornal The Times of Israel, o governo de Israel está coordenando “estreitamente” com a Casa Branca sua retaliação ao ataque de 1º de outubro, quando as forças iranianas lançaram cerca de 180 mísseis balísticos contra três bases militares em Tel Aviv. Num primeiro momento, o presidente norte-americano Joe Biden expressou oposição à ideia do premiê israelense Benjamin Netanyahu de atingir instalações nucleares ou à indústria petrolífera do Irã.
Ainda de acordo com o Times of Israel, em meio aos preparativos para a retaliação, “no fim de semana, a Casa Branca estava considerando enviar seus sistemas de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal para Israel”. Trata-se de um aparato bélico capaz de derrubar mísseis balísticos que se aproximam, como os disparados por Teerã duas semanas atrás.
No sábado (12/10), a emissora norte-americana NBC informou que Washington acredita que Tel Aviv teria como objetivo atingir as infraestruturas militar e de energia iranianas, descartando instalações nucleares.