A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês), que tem suas posições instaladas no sul do país, informou neste sábado (12/10) que “tiros desconhecidos” atingiram mais um de seus soldados, tratando-se do quinto membro ferido próximo à fronteira israelense, em menos de dois dias.
“Ontem à noite, um membro da força de paz na sede da Unifil em Naqoura foi atingido por tiros devido à atividade militar em curso nas proximidades”, disse o órgão no X. De acordo com o comunicado, o membro da força de paz foi submetido à cirurgia e agora se encontra em estado “estável”.
“Lembramos a todos os envolvidos a obrigação de garantir a segurança da equipe e das instalações da ONU, incluindo evitar atividades de combate perto das posições da Unifil”, acrescentou.
Statement:
Last night, a peacekeeper at UNIFIL’s headquarters in Naqoura was hit by gunfire due to ongoing military activity nearby. He underwent surgery at our Naqoura hospital to remove the bullet and is currently stable. We do not yet know the origin of the fire.
— UNIFIL (@UNIFIL_) October 12, 2024
Os ataques aos soldados da paz ocorrem em meio à intensificação da campanha militar israelense sobre a região sul do Líbano. Israel alega a presença de “posições do Hezbollah” em cerca de 22 cidades na região, ordenando a evacuação dos moradores locais sob a ameaça de “risco de morte” em caso de desobediência.
Comunidade internacional condena Israel
Na sexta-feira (11/10), a União Europeia (UE), França, Itália, Espanha, China, Indonésia e Irlanda classificaram de inaceitável e de “grave violação do direito internacional” os ataques de Israel contra posições da Unifil.
“É um ato inadmissível, qualquer ataque deliberado às Forças de Paz é uma violação grave do direito internacional humanitário e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Israel tem a obrigação de respeitar ambos”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrel. “É necessária a responsabilização”, acrescentou.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Mao NIng, disse que Pequim expressou “grave preocupação e forte condenação” ao ataque militar israelense às posições e postos de observação da Unifil, repudiando que o resultado tenha deixado “ferimentos” aos soldados.
Mais incisiva foi a Turquia, que incluiu críticas às comunidade internacional. “O ataque de Israel às forças da ONU após seus massacres contra civis em Gaza, Cisjordânia e Líbano, é uma manifestação de sua percepção de que seus crimes ficam impunes”, disse o Ministério de Relações Exteriores turco. “A comunidade internacional é obrigada a garantir que Israel cumpra com o direito internacional”.