O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira (02/10) que não apoia um ataque de Israel ao programa nuclear do Irã, mas indicou que o governo norte-americano imporá mais sanções ao país.
A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva antes de Biden embarcar no Air Force One, e as informações são do Times of Israel.
“A resposta é não”, afirmou o presidente, ao ser questionado se apoiaria uma ação militar israelense contra o Irã.
Ele acrescentou que os Estados Unidos discutirão a questão com o governo israelense, e ressaltou ainda que os membros do G7 concordam que Israel teria o “direito de responder”, mas deve fazê-lo de maneira “proporcional”.
“Vamos discutir com os israelenses o que eles vão fazer, mas todos nós concordamos que eles têm o direito de responder, desde que seja de forma proporcional”, disse Biden.
O presidente também comentou que deve conversar em breve com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e frisou a necessidade de novas sanções contra o Irã. “Obviamente, o Irã está completamente fora de curso”, disse.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, já havia sinalizado que o Irã enfrentaria “consequências severas” e que os Estados Unidos trabalhariam em conjunto com Israel para garantir isso, sem fornecer mais detalhes sobre o tipo de ação ou medidas que seriam adotadas.
Divergências na administração Biden
Embora o governo Biden mantenha publicamente uma postura de apelo à diplomacia no cenário do Oriente Médio, surgem relatos de divisões internas sobre a melhor estratégia a ser adotada em relação ao Irã e a Israel.
Segundo a agência Al Jazeera, há diferentes visões dentro da administração. “Alguns comentários vindos de Washington sugerem uma divisão entre aqueles que ainda pedem moderação e outros que defendem uma resposta mais agressiva”, diz James Bays, editor de diplomacia.
Ele ressaltou que, embora Biden defenda publicamente a contenção, não demonstrou disposição de pressionar Israel diretamente – a administração norte-americana, que fornece armas e recursos financeiros ao governo israelense, teria essa capacidade.
No entanto, outros integrantes do governo, em conversas reservadas, defendem que Israel deve continuar sua ofensiva contra grupos como Hezbollah e Hamas.
Há até mesmo, segundo fontes da agência, funcionários que defendem que Israel utilize o momento atual como pretexto para um ataque ainda mais forte contra o Irã, em resposta às tensões crescentes na região.