O porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, declarou nesta quarta-feira (02/10) que o ataque de mísseis reivindicado pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, por sua sigla em inglês) no dia anterior contra uma área de Tel Aviv foi apenas “a ponta do iceberg” e assegurou que o grupo libanês também tem capacidade suficiente, incluindo combatentes, armas e munições, para repelir Israel.
“Garantimos a vocês, inimigos, que este é apenas o primeiro turno”, disse Afif à jornalistas no sul do Líbano, garantindo que o Hezbollah está pronto para “sacrificar nosso sangue e alma por nossa pátria pela graça de Deus”.
Ainda nesta quarta-feira, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Irã, general Mohammad Bagheri, alertou que o IRGC está preparado para lançar mais um ataque de mísseis, com intensidade “muito maior”, caso Israel opte pela retaliação.
“Se o regime sionista, que enlouqueceu, não for contido pelos Estados Unidos e pela Europa e pretender continuar com esses crimes, ou fazer qualquer coisa contra nossa soberania ou integridade territorial, a operação [de terça-feira] será repetida com magnitude muito maior e atingiremos toda a sua infraestrutura”, disse Bagheri, acrescentando que o Irã evitou atacar civis israelenses.
Segundo a agência de notícias iraniana IRNA, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, chegou a conversar com diversas autoridades europeias por telefone, incluindo com sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, assim como com colegas no Reino Unido, França, entre outras nações.
Ele declarou que o ataque com mísseis contra Israel “já foi concluído” e que se tratou de um ato de legítima defesa. No entanto, esclareceu que serão tomadas medidas mais duras em caso de retaliação.
“Se o regime sionista tomar medidas de retaliação, nossa resposta será ainda mais dura”, disse o ministro, acrescentando que seu país não busca uma escalada, mas também não teme a guerra. “Confrontaremos e responderemos a qualquer terceiro que entre em qualquer operação contra nós em apoio ao regime sionista. Teremos uma resposta esmagadora”.
Apoio norte-americano a Israel
Na terça-feira (01/10), horas após a ofensiva direcionada a bases militares israelenses em Tel Aviv, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou em coletiva que o governo iraniano enfrentaria “consequências graves”, prometendo trabalhar com o regime sionista para articular um novo ataque em Teerã.
O jornal The Times of Israel relatou que o gabinete do presidente norte-americano Joe Biden “não estava apenas enfatizando o direito de Israel de responder, mas indicando que os EUA estariam ajudando Israel a lançar essa resposta”.
Vale ressaltar que os Estados Unidos auxiliaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) na interceptação dos disparos iranianos. O porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, disse que a Marinha norte-americana lançou cerca de uma dúzia de interceptadores contra mísseis do IRGC.
A Casa Branca também apontou que “outros parceiros” dos Estados Unidos teriam participado para frustrar o ataque, mas se recusou a citar nomes.