O Irã disparou, na noite desta terça-feira (01/10), uma grande quantidade de mísseis contra Israel. O ataque, conforme reportou o New York Times (NYT), representa uma “escalada significativa” no conflito entre os dois países.
“Há pouco tempo, mísseis foram lançados do Irã para Israel”, disse um comunicado emitido pelo exército israelense. Autoridades do Irã e de Israel confirmaram que a República Islâmica lançou mais de 100 mísseis balísticos durante o ataque.
O Corpo da Guarda Revolucionária do Irã afirmou, nesta terça-feira, que o ataque com mísseis seria uma retaliação pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e de um comandante iraniano.
Também foi indicado pela declaração que, caso atacado, o Irã lançaria mais mísseis. Sirenes de ataque aéreo, ainda conforme o jornal norte-americano, soaram em todo Israel, incluindo as cidades de Jerusalém e Tel Aviv.
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Em Tel Aviv, mais especificamente, foram registradas explosões e flashes de luz dos mísseis interceptores do sistema de defesa aérea do país.
O disparo de misseis iranianos ocorre apenas um dia após as forças israelenses iniciarem uma invasão terrestre no sul do Líbano, visando incapacitar o grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã.
Ainda nesta terça-feira, um alto funcionário da Casa Branca havia afirmado que os Estados Unidos ajudariam a defender Israel e alertaram que um ataque direto contra Israel “terá consequências severas para o Irã”.
Segundo informações divulgadas pela Casa Branca, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris se reuniram nesta manhã com autoridades de segurança nacional “para discutir os planos do Irã de lançar em breve um ataque significativo com mísseis balísticos contra Israel”.
No encontro, eles revisaram planos para enviar ajuda a Israel, para que o país não apenas se defendesse de ataques, mas “protegesse” os norte-americanos na região. Oficiais que falaram sob condição de anonimato ao NYT afirmaram que o ataque iraniano poderia envolver uma combinação de drones não tripulados e mísseis.
Histórico dos ataques
O Irã atacou Israel pela última vez em abril deste ano. Na ocasião, Tel Aviv contou com a ajuda de nações como os Estados Unidos, Jordânia e de outros, e acabou interceptando quase todas as centenas de mísseis e drones disparados contra seu território.
Após aquele episódio, os Estados Unidos pediram moderação na resposta de Israel, que então atacou uma base aérea próxima a algumas das instalações nucleares do Irã, sem atingir as instalações em si.
Teerã ainda não comentou os ocorridos desta terça-feira. No entanto, o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, irá liderar a oração de sexta-feira (04/10), na capital, tarefa que só é realizada em circunstâncias extraordinárias. A mídia estatal iraniana ainda afirmou se ele deve fazer um sermão que definirá a estratégia do país contra Israel.
Mais cedo, o exército israelense havia restringido as reuniões desta terça-feira em Jerusalém e Tel Aviv, sinal de que o país poderia estar se preparando para represálias adicionais do Hezbollah ou do Irã.
Daniel Hagari, porta-voz do exército israelense, disse a repórteres na noite de terça-feira que “o fogo iraniano provavelmente será amplo em sua extensão”.
Com informações do New York Times.