As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram nas primeiras horas desta terça-feira (01/10) o início de “incursões terrestres limitadas, localizadas e direcionadas” no sul do Líbano, e chegaram a alertar seus civis a evacuarem para o norte do rio Awali, localizado a cerca de 60 quilômetros da linha fronteiriça entre os países.
No entanto, à emissora catari Al Jazeera, o Hezbollah negou as alegações de que as forças israelenses tenham cruzado a fronteira e ingressado a região. O porta-voz do grupo libanês, Mohammed Afifi, referiu os relatos como “falsos”, e garantiu prontidão para um “confronto direto” caso as tropas sionistas, de fato, invadirem o país.
“Todas as alegações sionistas de que as forças de ocupação [israelenses] entraram no Líbano são falsas”, disse o porta-voz do Hezbollah, Muhammad Afif. “Ainda não houve nenhum confronto direto entre os combatentes da resistência [do Hezbollah] e as forças de ocupação”.
De acordo com o exército israelense, as operações terrestres têm como alvo membros do Hezbollah, além de desmantelar a “infraestrutura” do grupo libanês supostamente localizada em várias aldeias ao longo da fronteira norte de Israel. O anúncio foi dado horas depois que o gabinete de segurança de Israel aprovou os planos para “a mais nova fase da guerra”.
Segundo o jornal The Times of Israel, a operação teria sido articulada pelo Estado-Maior das IDF junto com o Comando Norte. Nesta “nova fase”, as tropas terrestres que operam no sul do Líbano contam com o respaldo das forças aéreas e de artilharia.
EUA apoiam incursão terrestre
Na segunda-feira (30/09), o governo dos Estados Unidos manifestou preocupação referente à possível expansão da guerra na região, embora autoridades israelenses tenham alegado que se trata de uma “incursão limitada” para “remover posições do Hezbollah”.
O presidente norte-americano Joe Biden, inclusive, voltou a apelar para um cessar-fogo “imediato” quando questionado por repórteres sobre o cenário no Líbano durante uma coletiva concedida na Casa Branca, no dia anterior.
No entanto, contrariando a narrativa apresentada à imprensa, o jornal The Times of Israel revela que tanto o mandatário da principal nação aliada ao regime sionista, quanto o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, “aparentaram expressar apoio aos ataques”.
“Concordamos com a necessidade de desmantelar a infraestrutura de ataque ao longo da fronteira para garantir que o Hezbollah libanês não possa realizar ataques no estilo de 7 de outubro contra as comunidades do norte de Israel”, disse Austin, acrescentando que Washington “apoia o direito de Israel de se defender”, mas que ainda se faz necessária “uma resolução diplomática para garantir que os civis possam retornar com segurança às suas casas em ambos os lados da fronteira”.