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Literatura

Nova ficção de Kucinski narra ascensão do autoritarismo no Brasil

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Em livro "A nova ordem", jornalista narra distopia que se aproxima das ações do governo Bolsonaro

Rute Pina

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2019-06-19T16:47:00.000Z

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“Uma novela maluca para tempos malucos”. Assim o jornalista Bernardo Kucinski classifica seu livro A nova ordem, lançado nesta quarta-feira (19/06) em São Paulo. Trata-se de uma ficção distópica sobre a ascensão de um governo autoritário. 

A epígrafe do livro traz duas citações das mais célebres obras literárias do gênero, 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, nas quais o jornalista claramente se inspira em seu novo livro.

A obra narra um Brasil fictício, em que uma “nova ordem” é instaurada com viés autoritário. O regime, encabeçado por militares, tem como inimigo os “utopistas”, ou seja, aqueles que têm pensamento crítico, e cria a Operação Cátedra, que prende professores e ordena o fechamento das universidades pelo país.

O texto segue em narrativas paralelas: os diálogos e histórias das personagens e as notas de rodapé, que registram os decretos que instituem a nova ordem política.

Com alusões diretas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), o jornalista afirma que a obra é resultado de um processo criativo que não tem pretensões em explicar o momento político brasileiro. 

“A gente escreve em um processo criativo que acho que tem algo a dizer. Também faz parte de um processo… Depois que escrevi umas três ou quatro ficções, eu me assumi mesmo como escritor. Então é um ofício. É um ofício difícil, mas que tem o seu prazer”, diz.

O jornalista é autor de K - Relato de uma Busca, sua obra de estreia na literatura em 2011, sobre um pai que tenta encontrar a filha desaparecida durante ditadura militar brasileira.

A nova ordem é o quinto livro ficcional do jornalista, que também escreveu Os Visitantes e Pretérito Imperfeito. Ainda assim, Kucinski afirma que a obra tem um espírito diferente de seus outros livros. 

“Escrevi o último livro para entrar nesse momento, sem tantas veleidades literárias. Mas com o objetivo de sacudir um pouco.”

O autor afirma ter ficado surpreso com “previsões” de seu livro no decorrer do governo Bolsonaro. O texto foi entregue em janeiro à editora, a Alameda Casa Editorial, 20 dias após a posse do presidente de extrema direita. 

“Quando fica proibida associação operária de qualquer tipo. No dia seguinte saiu uma proposta da do Bolsonaro no mesmo sentido. Fui começando a ficar assustado”, disse a uma plateia de amigos e convidados que acompanhou o lançamento da obra no Centro Universitário Maria Antônia.

Reprodução
A nova ordem é uma ficção distópica sobre um governo autoritário.

Mais tarde, ao Brasil de Fato, Kucinski listou essas coincidências da nova ordem: “Criminalização do trabalho do sindicatos e das cooperativas;  fechamento de postos de saúde… Um monte de coisa que está na novela, que 'A nova ordem' vai pondo e que às vezes Bolsonaro vai fazendo, às vezes diretamente ou indiretamente também”, relata. 

“E no campo da cultura também. Por exemplo, na minha novela eles fecham todas as universidades federais. Bolsonaro não fechou nenhuma, mas já tomou dados concretos para estrangular. São essas semelhanças que vão acontecendo.”

O jornalista de 82 anos afirma que sua passagem do jornalismo para a ficção foi por acaso. Kucinski escreveu diversos de não-ficção, como Jornalistas e Revolucionários e Jornalismo Econômico, resultado de sua tese de livre-docência e do pós-doutorado realizado em Londres, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura. Também esteve à frente da Secretaria de Comunicação do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006).

Jornalista conhecido e conceituado, ele se diz cético com relação à prática que dedicou a maior parte de sua trajetória. Segundo o autor, por causa do papel exercido pelos jornais. “Naturalmente, eles acabam sendo muito inclinados a apoiar as políticas que esses setores dominantes querem impor. Porque, na verdade, muitas vezes são eles que propõem o jogo político. No caso da reforma da Previdência, isso é muito claro, porque nem era a plataforma do Bolsonaro”, pontua. 

“Isso é uma plataforma que os grandes jornais, como Rede Globo e Estadão impuseram. Então, eu não tenho muita esperança. Sou muito cético. A grande imprensa já insistiu nos mesmo pecadilhos e depois que percebeu que errou, já era tarde.”



Sociedade

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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