Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Janeiro de 2025 registrou uma temperatura média global de 13,23ºC, o que estabeleceu um novo recorde para este mês desde que as temperaturas são registradas oficialmente. Os dados são do Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S, por sua sigla em inglês), vinculado ao Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (CEPMMP), mantido pela Comissão Europeia.

De acordo com o informe apresentado pelo C3S nesta quinta-feira (06/02), o valor está 0,79ºC acima da média do período do período entre 1991 e 2020 e 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais.

Esse aumento significativo confirma a tendência de aquecimento global contínuo, com 18 dos últimos 19 meses com temperaturas globais médias superiores aos níveis pré-industriais em mais de 1,5ºC.

O ano passado (2024) bateu o recorde de média anual mais quente registrada no planeta. Janeiro deste ano mostra que a tendência se mantém.

“Janeiro de 2025 foi surpreendente porque manteve os recordes de temperaturas dos últimos dois anos apesar dos efeitos de La Niña no Pacífico tropical, que tende a resfriar o planeta”, explicou Samantha Burgess, diretora estratégica do CEPMMP.

Calor mais acentuado na Europa

O relatório do Copernicus se baseia em um conjunto de bilhões de medições feitas em satélites, barcos, aeronaves e estações meteorológicas em todo mundo.

Mas as medições mostraram também que, a despeito da média alta, o aquecimento não foi generalizado e algumas regiões tiveram até temperaturas médias mais baixas que as do período de referência (1991-2020). O calor foi mais acentuado na Europa, onde as médias de janeiro ficaram 2,51°C acima da referência, ao menos no sul e no leste do continente.

Wikimedia Commons
Derretimento do gelo nos polos ameaça muitas espécies como o urso polar, no Ártico

 

O ano começou mais quente que a média também no Sul da América do Sul, na África, em grande parte da Austrália e na Antártida. No hemisfério norte, as temperaturas acima da média foram registradas também no nordeste e noroeste do Canadá, no Alasca e na Sibéria.

No sul do Brasil, em estados como o Rio Grande do Sul, registraram-se temperaturas recordes. Na fronteira com o Uruguai, os valores foram os maiores já registrados desde o início das medições. Além disso, com uma umidade maior, o sul do Brasil enfrentou fortes precipitações que levaram a inundações em algumas regiões.

Gelo dos polos se reduziu

Em sentido contrário, as temperaturas foram notavelmente inferiores à média de referência nos Estados Unidos, no leste da Rússia, na península Arábica e no sudeste asiático continental.

A superfície do mar também se aqueceu, registrando 20,78°C fora da área dos círculos polares, o segundo valor mais alto já registrado para este mês, abaixo apenas de janeiro de 2024.

O relatório do Copernicus também mostrou o derretimento de ambos os polos. Os cientistas monitoram as calotas polares por meio de satélites desde 1979.

No Ártico, o gelo marinho alcançou este ano a extensão média mensal mais baixa já registrada num mês de janeiro, 6% abaixo da média. O degelo foi especialmente perceptível no leste do Canadá (Bahia de Hudson e mar de Labrador) e no norte do mar de Barents.

Na Antártica, a superfície de gelo registrada foi 5% menor que a média e menor que os valores recordes registrados em 2023 e 2024. Ma algumas áreas , como o mar de Amundsen, registraram gelo acima da média.

 

Com informações de La Vanguardia.