Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Apenas em maio, a China instalou capacidade de energia eólica e solar equivalente à produção total da Polônia. O país asiático tem acelerado a implementação de infraestrutura renovável em ritmo inédito, segundo informação divulgada pelo jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira (26/06).

Dados recentes mostram que Pequim adicionou 93 gigawatts (GW) de capacidade solar no mês passado. O ritmo equivale à instalação de cerca de 100 painéis por segundo. A análise foi conduzida por Lauri Myllyvirta, especialista do Asia Society Policy Institute, que também observou que as instalações eólicas alcançaram 26 GW, correspondendo a 5.300 novas turbinas.

“Sabíamos que a pressa da China para instalar energia solar e eólica seria selvagem, mas UAU”, escreveu Myllyvirta nas redes sociais.

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A China ultrapassou 1.000 GW de capacidade solar fotovoltaica instalada, representando metade da capacidade solar global. Entre janeiro e maio de 2025, o país adicionou 198 GW de energia solar e 46 GW de energia eólica. Esse volume gera eletricidade equivalente à produção total da Indonésia ou da Turquia.

A China instalou capacidade de energia eólica e solar suficiente para gerar eletricidade equivalente à produção total da Polônia apenas em maio
Cynthia Lee/Alamy Stock Photo

A expansão acontece em meio a tensões nas negociações climáticas entre China e Estados Unidos. Segundo o The Guardian, atualmente pesquisadores e ex-funcionários do governo norte-americano estão em Pequim para discussões não oficiais sobre clima, enquanto as relações bilaterais na área enfrentam obstáculos desde o retorno do presidente Donald Trump à Casa Branca.

O magnata retirou os EUA de acordos ambientais, incluindo o Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a menos de dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. O presidente norte-americano declarou: que seu país “não sabotará suas próprias indústrias enquanto a China polui impunemente”.

A China lidera as emissões mundiais de gases de efeito estufa, mas também domina globalmente o fornecimento e instalação de tecnologias de energia limpa. O presidente chinês Xi Jinping tem vinculado as metas climáticas nacionais ao crescimento do setor de tecnologia energética renovável, considerado estratégico para a economia nacional.

Durante um pronunciamento de abril, Xi afirmou que nos últimos cinco anos a China construiu “a maior e mais completa nova cadeia da indústria de energia do mundo”. No contexto chinês, o termo “nova energia” inclui fontes renováveis e tecnologias de suporte, como sistemas de armazenamento em baterias.