Atualização às 17h37
As negociações sobre o documento conclusivo da COP29, que deveria ter sido encerrada na última sexta-feira (22/11), prosseguem neste sábado (23/11) para tentar encontrar um compromisso a respeito do novo fundo de ajuda aos países em desenvolvimento contra a crise climática.
O rascunho divulgado pela presidência da cúpula de Baku, no Azerbaijão, prevê um mecanismo de US$ 1,3 trilhão por ano, mas estabelece que a contribuição das nações ricas será de apenas US$ 250 bilhões, sendo que elas teriam até 2035 para atingir esse objetivo, e com a ajuda de fontes privadas, proposta que irritou o mundo emergente.
Esse instrumento substituiria o fundo de US$ 100 bilhões por ano prometido pelos países desenvolvidos há 10 anos, mas que nunca se tornou realidade. Segundo fontes diplomáticas, as nações ricas podem aumentar sua oferta para US$ 300 bilhões por ano para tentar concluir o acordo.
A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, reiterou que os países em desenvolvimento pedem US$ 1,3 trilhão por ano, predominantemente em doações a fundo perdido, e que não é possível ficar abaixo de US$ 300 bilhões anuais antes de 2030.
Por sua vez, os países em desenvolvimento protestaram contra a proposta das nações ricas de elevar de US$ 250 bilhões para US$ 300 bilhões a contribuição anual para o fundo voltado a ajudar Estados emergentes na luta contra a crise climática.
Os países mais vulneráveis ao aquecimento global alegam que essa cifra ainda está aquém do esperado e exigem um fundo de pelo menos US$ 1,3 trilhão ao ano para fazer frente à necessidade de desenvolver suas economias em um cenário de crise climática.
Após a nova oferta das nações ricas, os grupos de Países Menos Desenvolvidos (LDC) e de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (Sids) saíram da sala de negociações em protesto.
“Saímos temporariamente, mas permanecemos interessados nas negociações até obtermos um acordo equilibrado”, disse no X o ministro do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas de Serra Leoa, Jiwoh Emmanuel Abdulai.
“Nós nos sentimos continuamente insultados, e nossos pedidos foram ignorados”, ressaltou Cedric Schuster, presidente da Aliança de Pequenos Estados Insulares (Aosis), em um comunicado.