A pesquisadora Juliana Marques do Nascimento lança o livro Guerrilheiras – Memórias da ditadura e militância feminina, que analisa biografias de duas figuras emblemáticas da luta feminina contra a ditadura: a ex-presidente Dilma Rousseff e a ex-militante de esquerda Iara Iavelberg. A obra está em pré-venda no site da Alameda Editorial (R$ 64, 266 pgs.).
Os livros analisados por Nascimento são Iara: reportagem biográfica, escrita em 1992 pela jornalista Judith Patarra, e A vida quer é coragem: a trajetória de Dilma Rousseff, escrito por Ricardo Batista Amaral, publicado em 2011, logo no início do primeiro mandato presidencial de Dilma.
A análise da pesquisadora, mestra em história pela UFF e membro do Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC UFF), parte de algumas questões: 1. Quem são os autores? 2. Quais condições cercaram os processos de escrita de cada um? 3. Em que contextos escreveram? 4. Por que escreveram? 5. E por que cada um escolheu a sua respectiva biografada?
Além disso, Nascimento, que dedica sua trajetória acadêmica à história das mulheres e à do tempo presente, tenta entender quem são as biografadas e como a visão dos autores dessas obras moldou o relato da trajetória de Rousseff e Iavelberg. A pesquisadora também analisa como as visões de gênero de Patarra e Batista Amaram condicionaram a construção das biografias.
Tanto Rousseff, quanto Iavelberg são figuras importantes do imaginário coletivo da esquerda: a primeira, por ter sido presidente e sofrido um impeachment no meio de seu segundo mandato; a última, por ter morrido após um cerco das forças de repressão em 1971 em Salvador. O governo disse, na época, que a militante havia se matado, mas um laudo feito em 2003 concluiu que essa hipótese era “improvável”.
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‘Guerrilheiras’ revisita biografias de Dilma Rousseff e Iara Iavelberg