A casa onde Carlos Marighella, político, guerrilheiro e símbolo da resistência à ditadura militar (1964-1985) viveu no bairro de Nazaré, em Salvador, será transformada em instituto e centro de pesquisa, com atividades culturais e iniciativas de formação política.
Para isto, movimentos populares se reunirão em São Paulo para o lançamento de uma campanha de arrecadação de recursos na próxima terça-feira (10/12), Dia Internacional dos Direitos Humanos.
O anúncio da transformação foi feito em 4 de dezembro, durante um ato em homenagem ao líder, realizado no endereço onde ele foi assassinado por agentes da ditadura militar, na Alameda Casa Branca, região central de São Paulo.
Além de homenagear Marighell, o Instituto também levará o nome de Clara Chaff, militante comunista brasileira e ativista pelos direitos das mulheres.
O local também será construído um anexo moderno, com linguagem marcadamente contemporânea e ótimas instalações e condições de trabalho, que abrigará o acervo e atenderá pesquisadores e o público em geral.
O evento está marcado para iniciar às 18h, no Galpão Cultural Elza Soares, e vai contar com números musicais, discotecagem, com os artistas Don L e Kl Jay, do Racionais MC’s.
Figuras como Zé Dirceu, Chavoso, Laura Sabino, e o jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman também estarão presentes na apresentação do projeto de restauração da Casa Carlos Marighella.
As contribuições podem ser feitas no local, mas também pelo site da campanha – onde também é possível conhecer o projeto arquitetônico.
Quem é Carlos Marighella?
Carlos Marighella nasceu em 5 de dezembro de 1911, em Salvador (BA). Aos 25 anos, em 1936, se mudou para o Rio de Janeiro para ajudar na reorganização do Partido Comunista Brasileiro (PCB), após a derrota da chamada “intentona comunista”. Foi preso e torturado por mais de um ano pela polícia do regime de Getúlio Vargas.
Com o fim da Era Vargas, foi anistiado e eleito deputado constituinte em 1946. No entanto, logo foi cassado, assim como os demais parlamentares eleitos pelo PCB.
Em julho de 1968, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), e dirigiu ações de guerrilha urbana contra o regime autoritário.
Marighella foi executado em 4 de novembro de 1969 por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops-SP), após uma emboscada, sem direito de defesa.
Serviço
Lançamento da campanha para recuperação a Casa Carlos Marighella
Data e horário: 10/12 (terça-feira) às 18h
Local: Galpão Cultural Elza Soares (Alameda Eduardo Prado, 474, Santa Cecília- São Paulo/SP)
(*) Com Brasil de Fato e Revista Fórum