Num esforço para levantar fundos com o objetivo de saldar os débitos e defender os vastos territórios do Novo Mundo conquistados na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o Parlamento britânico aprovou, e o governo de Londres sancionou, a Lei do Selo, em 22 de março de 1765.
Essa legislação impôs um tributo direto sobre todos os materiais e mercadorias. Esse tributo se materializava na forma de um selo que deveria ser associado a todas as mercadorias em circulação nas colônias, de jornais e panfletos a baralhos e dados.
Embora a Lei do Selo estendesse às colônias britânicas do Novo Mundo uma estratégia utilizada correntemente na Inglaterra, tal medida desencadeou uma enorme onda de protestos.
A população das colônias, à época, já se sentia castigada pela Lei do Açúcar (1764), destinada a saldar novas dívidas decorrentes da importação de têxteis, vinhos, café e açúcar, pela Lei da Moeda (1764), que provocou uma grande desvalorização do papel-moeda, e pela Lei do Aquartelamento (1765), que exigia da população das colônias o fornecimento de alimento e alojamento para tropas britânicas.
A população colonial via a Lei do Selo como mais uma tentativa da “pátria-mãe” de solapar seus esforços no campo da economia. Levantou-se, então, a questão de que não seriam aceitas novas taxações sem representação política equivalente, e organizações em todas as colônias passaram a se manifestar contra o governo e os nobres britânicos.
Em outubro do mesmo ano, nove das treze colônias enviaram representantes para o Congresso da Lei do Selo, no qual aprovaram a “Declaração de Direitos e Agravos”, um documento que clamava contra as políticas autocráticas do império mercantilista britânico.
Os britânicos, rapidamente, perceberam que fazer cumprir a Lei do Selo nas colônias era mais difícil do que se esperava. Em 1766, ela foi abolida, mas a agitação que ela originou lançou as sementes de um movimento muito mais amplo contra o governo britânico, fortalecendo a batalha pela independência.
A formação da organização “Filhos da Liberdade”, que reunia homens de negócios, levou a protestos contra a coroa inglesa em Boston e outras cidades costeiras, atiçando outros grupos de ricos proprietários de terra das colônias, que se juntaram na luta contra medidas da metrópole. A revogação da Lei do Selo não desarticulou essas organizações, que seguiram em oposição a medidas consideradas abusivas por parte do Império Britânico.
De suas reuniões, emergiu um crescente nacionalismo, que culminaria nas batalhas pela independência dos Estados Unidos apenas uma década mais tarde.
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