A Marinha sul-coreana recuperou no Mar Amarelo quatro peças do primeiro estágio do foguete de longo alcance que a Coreia do Norte lançou no dia 12 de dezembro para pôr em órbita um satélite, informou neste domingo (23/12) o Ministério da Defesa.
Após recolher dois dias depois do lançamento a parte superior do primeiro estágio, as autoridades informaram que conseguiram recuperar mais tarde um tanque de combustível, uma câmara de combustão e uma peça de motor.
Um navio equipado com sonar detectou as peças a cerca de 85 metros de profundidade em águas a 151 quilômetros a oeste da cidade de Gunsan, sudoeste do país.
“Graças ao achado destas peças adicionais seremos capazes de analisar em maior profundidade a função e estrutura do foguete de longo alcance da Coreia do Norte”, explicou um porta-voz do Ministério da Defesa à agência Yonhap.
Coreia do Sul, Estados Unidos e boa parte da comunidade internacional consideram que o lançamento ocultou um teste de mísseis, o que violaria duas resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de realizá-los.
Analistas sul-coreanos estimaram, após analisarem a primeira peça encontrada, que o foguete lançado pela Coreia do Norte usou tecnologia própria de mísseis balísticos de longo alcance, segundo a análise dos restos do projétil que realizaram.
Após estudar a peça cilíndrica, de 7,6 metros de comprimento, 2,4 metros de diâmetro e 3,2 toneladas de peso, os analistas asseguraram que o contêiner, feito de uma liga de metais de alumínio e magnésio, armazenava ácido nítrico vermelho, usado como oxidante para o propulsor do primeiro estágio do foguete.
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Um membro da equipe de pesquisadores explicou neste domingo em declarações recolhidas pela agência “Yonhap” que este composto, raramente empregado por países que possuem tecnologia espacial avançada, “era utilizado em mísseis desenvolvidos pela União Soviética”.
Sobre essa base “a equipe concluiu que (o foguete) tinha o objetivo de realizar um teste com tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais”, acrescentou.
A equipe estimou que o contêiner pode armazenar cerca de 48 toneladas de oxidante e realizou uma simulação que indicou que o propulsor seria capaz de transportar uma carga útil de 500 quilos e voar mais de 10.000 quilômetros, podendo alcançar a costa oeste norte-americana.
No entanto, por não possuir informação sobre o segundo e terceiro estágio do foguete se desconhece se o Unha-3 pode efetuar uma reentrada na atmosfera para impactar em um alvo, como faz um míssil balístico de longo alcance.
A equipe determinou também que alguns componentes achados na peça estudada, como cabos elétricos e um sensor de compressão, foram importados do estrangeiro.
No entanto, não foram achados materiais que violem o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, diretriz voluntária assinada por 34 países que pretende limitar as exportações de sistemas e tecnologia de mísseis balísticos.
(*) com agências de notícias internacionais