Neste domingo (14/07), os 18,9 milhões de venezuelanos aptos a votar não precisarão levar uma cola com o número do candidato para o centro de votação. Ao contrário do Brasil, os eleitores escolherão o presidente votando nos partidos. Cada agremiação registrada no CNE (Conselho Nacional Eleitoral) terá um espaço com a foto do candidato que apoia.
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A tela tátil leva a fotografia dos candidatos e o nome do partido
Assim, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) do presidente interino e candidato à reeleição Nicolás Maduro terá sua foto impressa em uma tela tátil sensível ao toque, assim como a Mesa de Unidade Democrática (MUD) terá o rosto do opositor Henrique Capriles Radonski (veja na imagem).
O processo criado para agilizar o voto é o formato de “ferradura” utilizado na sala de votação. A sala é organizada em cinco processos distintos e separados, o que permite que até quatro eleitores possam votar simultaneamente.
“Na primeira estação, o eleitor se identifica com sua cédula de identidade e [impressão] digital. Depois, encontra-se com a máquina. Após escolher seu candidato na tela, confirma o nome no monitor e aperta em ‘votar’. A máquina imprime o comprovante, o eleitor confirma seu voto e o deposita na urna. Depois assina o caderno de votação e pinta seu dedo mindinho com a tinta indelével”, explica a vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas.
Orgulho
A Venezuela orgulha-se do seu sistema eletrônico eleitoral e coleciona elogios de dezenas de delegações internacionais que visitam o país para conhecê-lo. Antes do pleito de 7 de outubro de 2012, quando o presidente Hugo Chávez foi reeleito para mais um mandato, diplomatas, conselheiros e representantes de negócios de mais de 30 países foram convidados a conhecer as urnas eletrônicas táteis do país caribenho.
O presidente da missão de acompanhamento internacional da Uniore (União Interamericana de Órgãos Eleitorais da América Latina), Roberto Rosário, afirmou ontem (12/04) que os técnicos da entidade não constataram nenhum incidente, nem qualquer suspeita que afete a confiabilidade e a qualidade do processo eleitoral.
Em seu relatório pré-eleitoral para o pleito de outubro de 2012, o Centro Carter de Estudos, liderado pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, afirmou que “o sistema de votação da Venezuela é um dos mais conceituados sistemas automatizados do mundo”.
O Centro também afirma que o software e o hardware só poderiam ser alterados ou corrompidos se houvesse uma “união” entre governistas e oposicionistas para “abrir a máquina”. Para a entidade, não há porque se preocupar com a possibilidade de alguém ter acesso à escolha individual de cada eleitor, já que o sistema “embaralha” a ordem dos votos e da identificação dos eleitores. “Não poderia ser modificado sem violar a assinatura digital das máquinas”.
Além disso, a Venezuela coleciona processos eleitorais nos últimos 14 anos, o que fez com que o CNE tenha aperfeiçoado suas máquinas e a logística do processo. Somando referendos constitucionais, referendo revogatório (do mandato de Chávez, no qual ganhou a permanência do presidente no cargo), eleições municipais, estaduais e presidenciais, o país passou por 17 processos de votação. “Nenhuma grande decisão nesse país foi tomada sem a consulta ao nosso povo”, orgulha-se o ministro da Cultura Pedro Calzadilla em uma entrevista à TV estatal na manhã desse sábado (13/04).
*Texto originalmente publicado no ComunicaSul
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