O líder do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, Abubakar Shekau, divulgou nesta segunda-feira (12/05) um vídeo em que mostra cerca de cem meninas, supostamente parte das mais de 200 garotas sequestradas há um mês. Para libertar as jovens, Shekau exige que seja feita uma troca por membros da organização detidos pelas forças de segurança da Nigéria.
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Agência Efe
Nigerianos seguram cartazes com o slogan #BringBackOurGirls (tragam de volta nossas garotas) durante protesto
No vídeo, o Boko Haram que significa “a educação não islâmica é pecado”, afirmou que as meninas, que são em sua maioria cristãs, teriam se convertido ao islamismo. Nos 17 minutos de gravação, elas aparecem em um local não identificado, cercadas de vegetação, recitando fragmentos do Corão ao ar livre e vestindo o hijab (vestimenta feminina islâmica).
De acordo com a AFP, que teve acesso ao vídeo, em nenhum momento Shekau, que aparece diante de um fundo verde com vestimenta militar e uma arma automática, está acompanhado pelas estudantes que “aparecem tristes e resignadas, mas não aterrorizadas”.
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Nas imagens, duas garotas afirmam que eram cristãs e se converteram ao islã. Ainda de acordo com a agência, uma das jovens diz que elas não foram maltratadas.
O chefe do Bokp Haram, falando em árabe e posteriormente em hausa, língua mais utilizada no norte da Nigéria, reivindicou novamente o sequestro massivo, o que já havia sido feito em outro vídeo divulgado na última semana.
Assista ao vídeo, extraído do YouTube:
No dia 14 de abril, 276 meninas foram sequestradas quando estavam em uma escola secundária em Chibok, no estado de Borno, no nordeste do país onde vive uma importante comunidade cristã. Segundo as últimas informações, 233 delas continuam desaparecidas.
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Desde que a polícia matou o líder do Boko Haram, Mohamed Yusuf, em 2009, o grupo iniciou a realização de ações que já provocaram a morte de mais de 3 mil pessoas.
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Mobilização internacional
O apoio internacional à busca das nigerianas cresceu nos últimos dias. O presidente francês, François Hollande, anunciou ontem a realização de uma cúpula de líderes africanos, no próximo sábado (17/05) em Paris, para discutir a segurança na Nigéria.
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Israel e a China também se ofereceram para ajudar a resolver a questão. Em visita oficial ao Japão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou ter oferecido ajuda ao presidente Goodluck Jonathan. A China, por sua vez, afirmou que poderá compartilhar informações recolhidas pelos seus serviços de inteligência e satélites.
Diversas manifestações estão ocorrendo no país exigindo a libertação das garotas. Uma campanha realizada pela internet com a hasthag #BringBackOurGirls (tragam de volta nossas garotas) ganhou força nos últimos dias. Entidades como a ONU e personalidades como o prêmio Nobel de Literatura nigeriano Wole Soyinka e a primeira-dama dos Estados Unidos, Michele Obama, também se manifestaram pedindo a libertação das meninas.