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Notícias da Semana Passada

Há uma semana: Se a humanidade acabar agora, a mãe natureza vai apenas continuar existindo

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Enquanto a maior pandemia que a humanidade já vivenciou passa pela sua janela, vamos pensar juntos na eficiência do matriarcado para resolver situações como essa. Sim, estou novamente pedindo para que sejamos criativos e utópicos

Ludmilla Balduino

Ubatuba (Brasil)
2020-04-05T13:30:00.000Z

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Nesta pandemia de coronavírus, as coisas mudam tão rápido que a gente perde a noção do que aconteceu ontem, antes de ontem, há uma semana. O que choca pela manhã já é notícia velha à tarde.

Pensando nisso, Opera Mundi estreou a coluna “Notícias da Semana Passada”. O texto que você lê abaixo foi escrito há uma semana e publicado só agora. 

Com esse "distanciamento temporal", procuramos mostrar o que estava ocorrendo na semana anterior e como a epidemia afetava nossas vidas. A ideia é responder: quem nós éramos na semana passada?

Hoje, publicamos o terceiro texto, da jornalista Ludimilla Balduíno:


São Paulo, 29 de março de 2020.

No último 8 de março, quando o novo coronavírus ainda era uma ameaça distante de nós, brasileiros, um amigo veio conversar comigo sobre uma postagem do Mídia Ninja. Nela, um desenho de uma mulher, esteticamente semelhante aos que estavam na moda nos anos 1980, com um telefone também da época, diz: 

- Que comece o matriarcado.

Meu amigo, homem branco hétero classe média paulistana, ficou um pouco impressionado com essas palavras. Como se o matriarcado fosse ocupar e dominar, como se o matriarcado fosse o maior poder do mundo, e como se o matriarcado fosse uma ameaça e pudesse se tornar opressivo.

Tem vários equívocos aí. Vou listar:

1. O matriarcado é o maior poder do mundo. Nisso ele acertou.


LEIA TODOS OS 'NOTÍCIAS DA SEMANA PASSADA'


2. O matriarcado não é uma ameaça e nem um sistema de opressão. Achar que opressão e poder são a mesma coisa é um pensamento típico do patriarcado. Um pensamento arcaico, baseado na ideia de competição, que chegou a níveis que estão nos desequilibrando enquanto humanidade.

3. O matriarcado é um sistema justo em que todos são tratados como iguais. Isso não quer dizer que todos são tratados como lixo. Pelo contrário, todos são tratados com muito amor. Não acredite que o nivelamento é por baixo.

4. Parafraseando o nome daquela novela que é uma brilhante obra da televisão nacional neste início de anos 20 (cujas gravações foram canceladas por causa do corona): o matriarcado é, pura e simplesmente, amor de mãe.

5. O matriarcado vai ocupar e dominar. Só vai doer se você quiser que doa.

Pense no matriarcado como se ele fosse a mãe natureza. Até porque é.

A mãe natureza sempre dá um jeito de se equilibrar e, assim, a vida segue o seu curso. Alguns nascem, outros morrem, outros viram comida, outros se saciam comendo quem matou, alguns cantam, alguns constroem, alguns choram, alguns brigam, outros não, alguns transam, outros nascem, e assim tudo segue. Sem julgamento sobre justiça, sem pensamento sobre igualdade ou desigualdade, sem ansiedade e sem depressão, sem os “problemas” que a humanidade inventa só para explicar e fazer valer como se fossem verdades os “problemas econômicos”.

Aliás, se a humanidade acabar agora, e não restar nenhum Homo sapiens sapiens para contar história, a mãe natureza vai continuar assim: apenas existindo. Talvez alguns cães chorem, mas aí fazer o que: o nome disso é domesticação.

A mãe natureza está pouco se fodendo para os problemas econômicos do mundo. Até porque, se estivesse, não deixaria gente pobre com a casa alagada, nem inventaria de chover para cair ribanceira na favela, nem criaria eventos naturais trágicos para devastar os lugares mais miseráveis do planeta terra.

Com essas catástrofes ambientais que estamos acostumados a vivenciar toda vez que começam as águas de março fechando o verão, a mãe natureza só manda um sinal, que já foi decodificado pelos cientistas do mundo inteiro: estamos em desequilíbrio.

Nós estamos desequilibrados.

As catástrofes ambientais acontecem e as pessoas morrem, ficam doentes, pegam coronavírus, porque existe um desequilíbrio. Um desequilíbrio causado por nós mesmos, seres humanos, que estamos acostumados a agir baseados na velha ilusão patriarcal-econômica.

Aquela velha ideia de desenvolvimento ilimitado, de crescimento e de metas que não tem fim.

Afinal, se não houvessem pobres no planeta, estaríamos usufruindo de toda a tecnologia necessária para suportarmos os eventos mais catastróficos e todas as pessoas (reitero: todas as pessoas) seriam protegidas, também. De uma forma mais segura, mais econômica e mais eficiente. Porque deixaríamos de ter uma economia ilimitada para ter uma tecnologia ilimitada. Sim, estou falando da obsolescência programada - um monstro grotesco criado pelo sistema capitalista - e de tudo o que isso implica: uso de energias não-renováveis e poluentes, poucos novos materiais sendo desenvolvidos (ainda estamos na era do plástico), computadores que estragam, lâmpadas que queimam, lixo em excesso, consumo desnecessário, lucro para poucos, prejuízo para muitos - inclusive para o planeta.

O matriarcado não tem nada disso. Trata-se da liberdade, no seu sentido mais profundo, e está longe, muito longe, do sentido patriarcal de liberdade econômica. Não existe liberdade econômica: a economia está enraizada na noção patriarcal de desenvolvimento eterno e competição. Isso não está dando certo, patriarcas.

Quando existe liberdade no seu sentido mais intrínseco, existe a garantia de que todos vivam em plenitude. Viver em plenitude é viver sem medo. É viver com amor. É disso que trata o matriarcado. Proteção. Amor de mãe.

Já começou.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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