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Notícias da Semana Passada

Há uma semana: paredão no Big Brother Bozo 171

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Em 24 de abril, um marreco manco e de asa cortada abandonava a estrebaria do ex-capitão Messias Ailóviu transformando-se em “ex-juiz-da-lava-jato”...

Dainis Karepovs

São Paulo (Brasil)
2020-05-01T13:30:00.000Z

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Nesta pandemia de coronavírus, as coisas mudam tão rápido que a gente perde a noção do que aconteceu ontem, antes de ontem, há uma semana. O que choca pela manhã já é notícia velha à tarde.

Pensando nisso, Opera Mundi estreou a coluna “Notícias da Semana Passada”. O texto que você lê abaixo foi escrito há uma semana e publicado só agora. 

Com esse "distanciamento temporal", procuramos mostrar o que estava ocorrendo na semana anterior e como a epidemia afetava nossas vidas. A ideia é responder: quem nós éramos na semana passada?

Hoje, publicamos o texto de Dainis Karepovs, historiador, coautor de Na Contracorrente da História (Sundermann, 2015) e autor de Pas de politique Mariô! Mario Pedrosa e a política (Ateliê; Editora da Fundação Perseu Abramo, 2017):


São Paulo, 24 de abril de 2020.

Estamos nós quatro, eu, minha companheira e minhas duas filhas, em confinamento desde o dia 16 de março por conta da pandemia de coronavírus. Não é uma vida fácil. Faz falta estar nas ruas com vida em movimento. 

Observo, sinto os aromas, e ouço a vida pela varanda de meu apartamento. De minha vizinha do andar de cima, que mora com seu filho músico e o seu neto adolescente cadeirante, portador de uma doença congênita que o impede de se movimentar e de se comunicar, lançam-se pela janela os odores de fabulosas iguarias e os sons ora de um piano, ora de um cello. Mesmo que às vezes sejam eles melancólicos, quando ouço o “Merry Christmas Mr. Laurence”, de Ryuchi Sakamoto. É a vida. Mas aqui em meu prédio já tivemos uma morte de uma vizinha e a filha dela segue na UTI, agravado o coronavírus por uma infecção hospitalar. 


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Além disso, dessa varanda também vejo e ouço os sons inquietantes de gente deixando o confinamento. O enorme volume de carros na avenida Sumaré, as pessoas andando pelas calçadas rumo ao seu trabalho, os trabalhadores da construção civil em duas construções de prédios deixam claros os efeitos perversos do desgoverno do ex-capitão Messias “Ailóviu” B. O irresponsável e criminoso incentivo ao rompimento da quarentena, bem como as incompetentes medidas e contramedidas econômicas, começaram a despejar pessoas desesperadas nas ruas.

Antes do confinamento, algumas coisas comigo já tinham sido resolvidas e percebo que continuam válidas. Entre eles, estava a de autodefesa, ou seja, a de buscar fonte de informação que não fosse a autodenominada “grande imprensa brasileira”. Esta, como se sabe, já encerrou tragicamente seu ciclo de vida na segunda metade da primeira década do século XXI ao romper completamente seus elos com os fatos e deixar involucrados com as crenças de seus proprietários os artefatos denominados “notícias”. Talvez, num excessivo otimismo de minha parte, confesso, espero que ela consiga reatar suas conexões com os fatos depois de superarmos a pandemia. Mas neste momento a “grande imprensa brasileira”, mesmo flertando com alguns comportamentos contraditórios – certamente provocados pelo contato com a devastação provocada pela pandemia (e que não chegou ainda ao seu ápice, é bom ter isso presente) –, perde o pelo, mas não perde o vício. Ela a substitui por novas fontes fiáveis e éticas da imprensa e da internet, que não brigam com os fatos.  

O dia 17 de abril iniciou-se com outra tentativa de criação de um “fato”: a suposta existência de um plano urdido pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo governador do Estado de São Paulo e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo do ex-capitão Messias “Ailóviu” B., o qual, com as contribuições dos mesmos cães raivosos de sempre, transformou-se em uma “intentona comunista”. Ao suposto “dossiê” – que nunca apareceu: os fatos, idiotas, os fatos, onde estão? – seguiu-se um comício realizado dois dias depois pelo ex-capitão Messias Ailóviu B. defronte o Quartel General do Exército no Distrito Federal. Nele os presentes urravam por intervenção militar, um novo AI-5, e outras sandices, às quais o ex-capitão acrescentou  a reiterada e genocida proposta de fim do confinamento. Isto tudo adornado com o discurso do ex-capitão em que ele, em meio a acessos de tosse, afirmava que “nós não queremos negociar nada” e que agora “é o povo no poder”. Em outras cidades, conectadas na mesma conspiração, ocorriam carreatas e congestionamentos defronte a hospitais com pacientes atacados pela coronavírus e passeatas nas avenidas com “dancinhas” com caixões, entre outras horripilantes manifestações, todas promovidas por genocidas ensandecidos.

Esta tentativa de fomentar um possível golpe de estado com a adesão das Forças Armadas gerou uma onda de “notas de repúdio” de diversas instituições e entidades. Estas ações do ex-capitão e de suas milícias, ao mesmo tempo em que causavam indignação generalizada, também serviu para criar a percepção – sobretudo pela desconfiança e sarcasmo com que foram recebidas – de que às instituições e entidades, para fazer frente a este quadro, cabia atuar mais incisivamente e de acordo com as finalidades e prerrogativas que detinham e que não eram até ali empregadas. 

O governo do ex-capitão Messias “Ailóviu” B., frente a ações do STF, autorizando a abertura e continuidade de diversos procedimentos jurídicos, à insistente aparição da palavra “impeachment” nos meios parlamentares, tentou criar uma manobra de distração, com a colaboração do eterno golpista Bob Jefferson, para a formação de uma nova aliança partidária. Não antes de sair-se com um patético, à la Luís XIV, “eu sou a Constituição”. Ao mesmo tempo, fez aparecer seu anódino ministro e empreendedor da Saúde para nada de consistente declarar e confirmar sua completa incompetência para lidar com as suas atuais funções públicas. Além disso, o senhor ministro saiu-se com uma fabulosa platitude: “Importante é saber interpretar dados”. Como já se sabe, os únicos dados que o governo do ex-capitão faz questão de interpretar são os dos cassinos que pretende legalizar.

E hoje, dia 24 de abril, a semana acabou em anticlímax para o ex-capitão Messias “Ailóviu” B., com o pedido de demissão de seu ministro da Justiça, provocada pela substituição na cúpula da Polícia Federal. O ato deixou claro o mútuo jogo de empulhação praticado pelo ex-capitão e pelo ex-juiz. Neste momento, a chamada “grande imprensa brasileira”, depois de tentar dar “conteúdo” a um vazio discurso de “despedida” do ex-ministro, tem gasto o nosso tempo com discussões sobre a suposta promessa de “autonomia” ao ex-ministro da Justiça e à sua polícia dada pelo ex-capitão e se a demissão na polícia foi legal ou não. Aparentemente indicando certo começo de distanciamento do monstro que criou, parece que a “grande imprensa brasileira” tenta “blindar” o ex-ministro, chamando-o de “ex-juiz-da-lava-jato”, para deixá-lo com algum “cacife”. Enfim, embora a nova designação ao ex-ministro tenha um aspecto patético, já deixa indicado e em reserva, mais uma vez, o surrado discurso da “anticorrupção” para criar um novo “marechal Deodoro” ou um novo “José Sarney”. Afinal, como observava um personagem do romance O Leopardo, de Lampedusa, “Se queremos que tudo fique como está, é preciso que tudo mude”. 

Enfim, enfurnado em casa e sem poder-me manifestar publicamente – as redes sociais e a famosa internet, que foram criadas sob as diretrizes da Guerra Fria e não da democracia, são sabidamente insuficientes para isso –, fico com a impressão de que assisto um desses “reality shows”, regidos pela chamada “grande imprensa brasileira” e pelo sistema financeiro, em que os contendores se digladiam fazendo uso dos mais variados e abjetos métodos para aniquilar a solidariedade humana e enaltecer o “empreendedorismo” e o individualismo.

Apesar disso tudo, ainda pude comemorar com minha família e meus amigos, virtualmente, o aniversário de minha amada companheira Elizete neste dia 22 de abril. Vamos sair desta!

(*) Historiador e coautor de Na Contracorrente da História (Sundermann, 2015) e autor de Pas de politique Mariô! Mario Pedrosa e a política (Ateliê; Editora da Fundação Perseu Abramo, 2017).

SaúdeCoronavírus

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Guerra na Ucrânia

Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis

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Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T14:31:00.000Z

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A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".

Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.

"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.

Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.

Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.

Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.

No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.

Belarus também acusa ataques ucranianos

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.

"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod

A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.

Russos reivindicam tomada de Lysychansk

O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.

Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.

Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.

As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.

Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.

Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".

Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.

As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.

Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.

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