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Notícias da Semana Passada

Há uma semana: você acha que as coisas vão melhorar se o Bolsonaro deixar de ser presidente?

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Te adianto a resposta: não. Em 26 de abril, dava para ver que a tampa do bueiro havia sido aberta e o primeiro que saiu foi Bolsonaro. Depois dele, ainda tem uma população inteira de ratazanas que está pouco se importando com a sua qualidade de vida

Ludmilla Balduino

São Paulo (Brasil)
2020-05-03T13:30:00.000Z

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Nesta pandemia de coronavírus, as coisas mudam tão rápido que a gente perde a noção do que aconteceu ontem, antes de ontem, há uma semana. O que choca pela manhã já é notícia velha à tarde.

Pensando nisso, Opera Mundi estreou a coluna “Notícias da Semana Passada”. O texto que você lê abaixo foi escrito há uma semana e publicado só agora. 

Com esse "distanciamento temporal", procuramos mostrar o que estava ocorrendo na semana anterior e como a epidemia afetava nossas vidas. A ideia é responder: quem nós éramos na semana passada?

Hoje, publicamos o texto da jornalista Ludmilla Balduíno:


São Paulo, 26 de abril de 2020.

Um dia antes de a quarentena começar oficialmente no estado São Paulo, peguei o meu kit isolamento social (pijamas, meias e moletons), deixei a tranquilidade de uma Ubatuba com suas praias fechadas (graças à organização eficaz das comunidades caiçaras) e me mandei para a capital. Sigo aqui desde então.

É do 15º andar do apartamento que vejo o mundo não acontecendo lá fora: durante semanas, as pessoas batiam panelas e gritavam "fora, Bolsonaro" de suas janelas, sempre das 20h às 21h. De uma semana para cá, a reunião diária das janelas anti-Bozo vem acontecendo com menos frequência. Estamos economizando na gritaria. Talvez estejamos aprendendo a aplaudir menos. Brasileiro adora aplaudir, né. Aplaudem até pôr-do-sol. Agora, panelaço é só quando a história fica boa. Aí sim, todo mundo grita e enlouquece, igual Copa do Mundo.

A última sexta, dia 24, foi de gritaria intensa, por causa da história do Moro de pedir demissão do Ministério da Justiça. Talvez tenha sido, para mim, o pior dia desde que a quarentena começou. Foi enlouquecedor sentir mais uma vez que o Brasil virou uma grande arena de futebol amador com, basicamente, duas torcidas de ogros dispersos e alienados.

É tanta gritaria que a ansiedade bate níveis recordes aqui no meu peito. A saída teatral de Moro do Ministério da Justiça é mais um dos grandes fatos novelescos que nos deixam ansiosos para ver as cenas dos próximos capítulos, tirando a nossa atenção para aquelas histórias secundárias, de background, que alimentam a história principal, mas não são mais levadas em consideração, porque a história principal suga toda a nossa atenção e a nossa energia.


LEIA TODOS OS 'NOTÍCIAS DA SEMANA PASSADA'


Assim é o Brasil. Enquanto a gente assiste ao show diário de Bolsonaro falando besteira, Doria, Witzel e Caiado usando a pandemia para passarem atestados falsos de bons garotos, enquanto Mandetta - um ruralista do pior tipo - sai do Ministério da Saúde e entra um Frankeinstein no lugar, enquanto Moro faz a sua retirada triunfal de um governo apodrecido, rumo à candidatura nas eleições de 2022, enquanto rolam memes de Mourão preparando para assumir, enquanto tem gente (inclusive da esquerda) que relativiza o que essa galera está fazendo, enquanto não podemos sair de casa, o que acontece no background é a liquidação do Brasil.

Infelizmente, nosso país não vai melhorar se Bolsonaro deixar de ser o presidente e se a toda a família dele for condenada e presa. Porque tem todo um contingente por trás desses atores principais, que fazem com que a peça de teatro continue rolando, só que com as luzes apagadas e a cortina fechada.

Bolsonaro e a família são apenas os primeiros que nomeamos quando a tampa do bueiro fétido de onde eles saíram foi aberta. Pareço um Renato Russo ou um Cazuza escrevendo dessa maneira, mas não tem jeito: o Congresso é um lugar tomado por ratazanas.

Há os ratos do agronegócio, um método de agricultura e pecuária ultrapassado e irresponsável que não precisa mais existir, porque existem outras maneiras de cuidar da terra, dos animais e das pessoas que não são invasivos e desertificadores. Métodos que respeitam nossa condição humana de sermos parte da natureza. Só que, para essas ratazanas, é muito mais rápido e eficaz liberar agrotóxicos para contaminar os campos e a água, fazer a soja e o milho crescer em três meses e depois exportar tudo em uma competição primitiva de commodities com a China e os EUA. Não há interesse em mudar o pensamento sobre um sistema que está com todas as suas engrenagens funcionando, mesmo que esse sistema condene, no futuro, as próximas gerações de seres humanos a viver numa distopia no estilo Mad Max.

Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil estão tomados por ratazanas de todos os tipos. Tem os da igreja evangélica, que se apropriaram do que há de mais bonito das mensagens de liberdade que existem na Bíblia, para passar a mensagem de que é preciso ter medo de Deus, e continuam estendendo seus braços pelos rincões do Brasil, onde políticos ainda insistem em transmitir a falsa ideia de desenvolvimento baseada nas grandes obras de infraestrutura. Os poderes estão tomados por ratazanas burras e preguiçosas que continuam contribuindo para que os brasileiros continuem estudando em escolas burras e preguiçosas, especialistas em formar mão de obra alienada, que vê seus direitos serem derrubados um a um e não fazem nada porque "sem tempo, irmão".

Tem aqueles que ainda acreditam que o que há de mais sagrado é a propriedade privada - como Flavio Bolsonaro - ele mesmo, o filho 01, que está tentando aprovar uma PEC para alterar a função social das propriedades rurais. No texto da PEC, a justificativa é de que uma propriedade privada é um bem sagrado e deve ser protegido de injustiças. Uma justificativa que reforça uma ideia ultrapassada, que remonta ao feudalismo, onde os donos de terras eram praticamente deuses intocáveis. Esse tipo de ideia não cabe mais aqui, depois de milênios de história da humanidade. Sabemos que dessa vida nada se leva, não é mesmo? A única coisa que fica é a memória, que esses escravos do sistema, que já atuam sem memória alguma, insistem em apagar.

Tem ratos de todos os tipos, mas a característica essencial que os tornam ratos é de brigar por cada mísera migalha que, para eles, brilha como ouro em meio à sombra em que estão acostumados a viver.

E, assim como eu já vi por aí gente dizendo que tem saudade do Temer (oi?), o Brasil vai sentir saudade do circo que a presidência se tornou com a figura do Bozo. Depois dele, eu só consigo prever um estado que impõe o silêncio, a queima de arquivos, a dureza, a militarização, a disseminação ainda mais eficiente de fake news com aparência de verdade, as perseguições políticas e a censura. Prevejo um Brasil de gente cabisbaixa, de mais uma vez a gente dizer e escutar o tão usado “deixa pra lá”. Aliás, isso tudo já acontece. Só que o palhaço no Planalto impede a gente de enxergar o que está no background.

E os dois grupos - tanto o que bate panela, quanto o que faz carreata - vão se sentir finalmente em paz, em suas casas, com suas vidas aparentemente normalizadas. Depois de anos de confusão política, em que era difícil acompanhar as notícias, porque a novela estava muito acelerada, esses grupos vão sentar na sala de jantar, vão continuar trabalhando como sempre, vão achar que está tudo bem e vão dar boa noite para o William Bonner. Vida que segue, né?

Só para terminar um pouco menos Renato Russo (nunca gostei do estilo deprê dele), vou ser um pouco mais Carlos Drummond de Andrade:

Eta vida besta, meu Deus.

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Guerra na Ucrânia

Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis

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Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T14:31:00.000Z

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A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".

Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.

"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.

Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.

Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.

Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.

No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.

Belarus também acusa ataques ucranianos

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.

"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod

A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.

Russos reivindicam tomada de Lysychansk

O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.

Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.

Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.

As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.

Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.

Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".

Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.

As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.

Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.

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