Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Notícias da Semana Passada

Há uma semana: Um 1º de maio sem aglomeração, mas de termômetro na mão

Encaminhar Enviar por e-mail

No Dia do Trabalho, acordei vermelha e meu hábito de medir a temperatura frequentemente gerou certo desespero; amigos e rituais caseiros tornaram tudo mais leve e até engraçado

Vanessa Martina Silva

São Paulo (Brasil)
2020-05-08T13:30:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Nesta pandemia de coronavírus, as coisas mudam tão rápido que a gente perde a noção do que aconteceu ontem, antes de ontem, há uma semana. O que choca pela manhã já é notícia velha à tarde.

Pensando nisso, Opera Mundi estreou a coluna “Notícias da Semana Passada”. O texto que você lê abaixo foi escrito há uma semana e publicado só agora. 

Com esse "distanciamento temporal", procuramos mostrar o que estava ocorrendo na semana anterior e como a epidemia afetava nossas vidas. A ideia é responder: quem nós éramos na semana passada?

Hoje, publicamos o texto de Vanessa Martina Silva, jornalista e editora do site Diálogos do Sul:


Acordei vermelha. Já passava do meio-dia e estava com leve ressaca. Escovar os dentes, regar as plantas, limpar a caixa de areia da gata e completar o pote de comida dela: essa é a única rotina que eu consigo ter ao longo do dia.

No café da manhã, fogazza requentada e pão fofinho recém-assado. Para almoço, macarrão de ontem reciclado e, no jantar, pizza com massa feita em casa (deu ruim, ficou borrachuda dessa vez).

Eu geralmente trabalho nos Primeiros de Maio cobrindo os atos que ocorrem de Norte a Sul do país. Mas, desta vez foi diferente. Só havia um evento — unificado — e a publicação entraria automaticamente na página da Diálogos do Sul no Facebook.

Estou longe de ser exceção, mas tenho trabalhado tanto que sábado e domingo viraram dias comuns e as horas, o dia e a noite se misturam e se sobrepõem. Durmo e acordo tarde. Pelo menos a quarentena me deixa ter esse privilégio.

Estava vermelha. Resolvi testar a febre porque nunca se sabe, afinal, tive que ir ao mercado outro dia e a atendente estava gripada. 36,4. Super OK.

Foi inevitável abrir o WhatsApp e começar a responder mensagens do trabalho, mesmo me punindo internamente: “você está de folga, caramba!”. Alguns ajustes, uma checada nas publicações da página, mais algumas mensagens, uma espiada na audiência e pronto. Desliguei o computador e deixei o celular de lado.

Agora tinha um dia para fazer o que a maioria das pessoas está fazendo: ter tédio e ócio (im)produtivo. Peguei o último livro que comecei a ler - A Sangue Frio, de Truman Capote - e fui para a rede para fazer algo ser bem instagrável.

Porém, em um apartamento de 60 metros, um companheiro DJ e uma gata, esses momentos de retiro mental são mais difíceis. Na TV, estava passando a transmissão do ato do 1º de maio, tentei conciliar com o livro, mas foram muitas as distrações. Desisti. Claro, o melhor discurso foi o da ex-presidente Dilma Rousseff. #ForaBolsonaro!

Procurando algo no Youtube, descobri um novo tipo de Reality Show: casais aventureiros que percorrem o mundo em kombis que eles mesmo montam para que se transformem em Kombi home. Eles compartilham o passo a passo da transformação e até parece fácil ter uma. Abri a primeira de muitas cervejas e comecei a maratonar os canais. 

Fiquei empolgadíssima e, como uma boa quarentener, comecei a pesquisar o preço de kombis antigas, drones, serra de cortar madeira, banheiro químico. Uma hora essa quarentena acaba e posso me tornar também uma aventureira a percorrer o Brasil. Fui marcando tudo como favorito (por sorte, só).

Eu estava muito vermelha agora. Medi novamente a temperatura: 36,9. Nossa, por pouco! Fiquei tensa.

Às 21h, LatinidaDJ iniciou uma live de aniversário para nossa amiga Letícia, no Instagram. Coube a mim fazer o gerenciamento da transmissão e saudar as pessoas. Foi divertidíssimo. Todos bailando nas salas de suas casas e eu, na minha. 

Umas cervejas a mais e, em meio à empolgação, resolvi medir a temperatura novamente: 37. Busquei “37 febre coronavírus”. O doutor Google me disse que tudo bem, febre era acima de 37,3. Mas parecia que minha temperatura estava aumentando. Passou de tudo pela minha cabeça. Principalmente que eu ia morrer, já que já faltam vagas nos hospitais. O que fazer, como deixar meu testamento? Não deu tempo para resolver essas questões.

Migramos da live para uma festinha no Zoom e agreguei um casal de amigos queridíssimos, Victor e Jéssica. Mais música — um debate sobre robô aspirador em um grupo de amigos no WhatsApp. O pessoal foi saindo e a festa acabou ficando mais intimista. Conversamos sobre como cuidar das plantas, da rotina, do valor do frete para entrega de cerveja, destinos de viagens e o Victor me alertou: “não vai se internar, Vanessa!”, no momento em que expressei a preocupação que me angustiava. Foi um conselho sábio, eu mesma teria que acabar com o pretenso suposto começo de febre.

Fiz um plano mental e coloquei em execução. Primeiro, usei o rapé indígena Shawãdawa para limpeza interior — em meio a um ritural que inventamos para saudar a Pachamama enquanto ouvimos este som como mantra:


Feita a limpeza espiritual, fui tomar um banho terapêutico, como ensinado pelo professor doutor Hermógenes no livro “Yoga para Nervosos”, com choque térmico para ajudar a baixar a temperatura e velas para dar uma dramaticidade ao momento. Revigorante.

Para garantir o sucesso da empreitada, a saideira foi de chá de poejo da minha horta e com gengibre (do mercado). Eu continuava vermelha. Voltei a checar a temperatura: 36,7. UFA! 

Chega de YouTube. Colocamos “Ortodoxa” na Netflix e, em meio a conversas sobre tradições e questões culturais, resolvemos dormir, já era 3h e, no dia seguinte, eu teria que acordar cedo para entregar este texto.

Sábado. Acordei sem febre e nem um pouco vermelha.

* É editora do site parceiro Diálogos do Sul. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (PROLAM) da USP

SaúdeCoronavírus

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Coronavírus

Mapa da vacinação no mundo: quantas pessoas já foram imunizadas contra covid-19?

Encaminhar Enviar por e-mail

Veja, em mapas e gráficos, quais países já estão vacinando e quantas doses já foram administradas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-24T21:31:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A vacina contra o novo coronavírus já existe e começou a ser administrada em diversos países. A primeira dose foi dada no Reino Unido ainda em 2020, e a tendência é que a imunização se espalhe pelo mundo, a depender das ações de cada um dos governos. Nos mapas a seguir, você pode ver quais países já iniciaram a vacinação e quantas doses já foram administradas por país. Os gráficos são do projeto Our World in Data, da Universidade de Oxford.

O Brasil está entre os países que já iniciaram a vacinação. 

Os nomes dos países só estão disponíveis em inglês, mas você pode usar esta tabela como referência para traduzi-los, se precisar.]


MAIS SOBRE CORONAVÍRUS:

  • TODAS AS NOTÍCIAS SOBRE VACINA CONTRA COVID EM OPERA MUNDI
  • Siga EM TEMPO REAL e com gráficos didáticos o avanço do novo coronavírus no mundo
  • Segunda onda no Brasil: Gráficos mostram evolução de casos e mortes
  • Siga, com mapas e gráficos, a situação da pandemia de coronavírus na África

Países que já começaram a vacinação contra covid-19

Os países que aparecem pintados no mapa já estão vacinando. Quanto mais forte a cor, maior o número de doses já aplicadas.


Número de doses de vacina contra covid-19 já administradas (total)

Atenção: cada dose é contada como única. A maior parte das vacinas é aplicada em duas doses. A primeira linha do gráfico (World) mostra a soma total de doses de todo o mundo.

Percentual já vacinado da população de cada país

Países onde já há pessoas totalmente imunizadas com duas doses

Percentual de pessoas por país já totalmente imunizadas com duas doses

Ritmo de vacinação diária, por país

Quantas doses cada país administrou desde 15 de dezembro de 2020 por dia, na média móvel de sete dias.

PaísVacina
ArgentinaSputnik V
AustriaPfizer/BioNTech
BahrainPfizer/BioNTech, Sinopharm
BelgiumPfizer/BioNTech
BrazilSinovac
BulgariaModerna, Pfizer/BioNTech
CanadaModerna, Pfizer/BioNTech
ChilePfizer/BioNTech
ChinaCNBG, Sinovac
Costa RicaPfizer/BioNTech
CroatiaPfizer/BioNTech
CyprusPfizer/BioNTech
CzechiaPfizer/BioNTech
DenmarkModerna, Pfizer/BioNTech
EnglandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
EstoniaPfizer/BioNTech
FinlandPfizer/BioNTech
FrancePfizer/BioNTech
GermanyModerna, Pfizer/BioNTech
GibraltarPfizer/BioNTech
GreecePfizer/BioNTech
HungaryPfizer/BioNTech
IcelandPfizer/BioNTech
IndiaCovaxin, Covishield
IrelandPfizer/BioNTech
IsraelPfizer/BioNTech
ItalyPfizer/BioNTech
KuwaitPfizer/BioNTech
LatviaPfizer/BioNTech
LithuaniaModerna, Pfizer/BioNTech
LuxembourgPfizer/BioNTech
MaltaPfizer/BioNTech
MexicoPfizer/BioNTech
NetherlandsPfizer/BioNTech
Northern IrelandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
NorwayPfizer/BioNTech
OmanPfizer/BioNTech
PolandPfizer/BioNTech
PortugalPfizer/BioNTech
RomaniaPfizer/BioNTech
RussiaSputnik V
Saudi ArabiaPfizer/BioNTech
ScotlandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
SerbiaPfizer/BioNTech
SeychellesSinopharm
SingaporePfizer/BioNTech
SlovakiaPfizer/BioNTech
SloveniaPfizer/BioNTech
SpainModerna, Pfizer/BioNTech
SwedenPfizer/BioNTech
SwitzerlandPfizer/BioNTech
TurkeySinovac
United Arab EmiratesPfizer/BioNTech, Sinopharm
United KingdomOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
United StatesModerna, Pfizer/BioNTech
WalesOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados