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Notícias da Semana Passada

Há uma semana: Do pôr do sol ao amanhecer no caminho do amanhã

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Em 04 de maio, o dia começou com a morte do poeta carioca Aldir Blanc. Depois Flávio Migliaccio. A cada dia novas perdas

Alexandre Linares

São Paulo (Brasil)
2020-05-11T13:30:00.000Z

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Nesta pandemia de coronavírus, as coisas mudam tão rápido que a gente perde a noção do que aconteceu ontem, antes de ontem, há uma semana. O que choca pela manhã já é notícia velha à tarde.

Pensando nisso, Opera Mundi estreou a coluna “Notícias da Semana Passada”. O texto que você lê abaixo foi escrito há uma semana e publicado só agora. 

Com esse "distanciamento temporal", procuramos mostrar o que estava ocorrendo na semana anterior e como a epidemia afetava nossas vidas. A ideia é responder: quem nós éramos na semana passada?

Hoje, publicamos o texto do jornalista Alexandre Linares:


São Paulo, IV.V.MMXX

Desde que comecei essa coluna meu editor fica bravo comigo. Sou péssimo com prazos. Ele tem razão. A intensidade de meus dias não tem sido simples. Ontem uma editora de uma rede de jornalismo colaborativo cobrava de mim que tirasse um tempo para descansar.

O final de semana foi bem diferente do normal. Pude ver meu elétrico filhote que não via fazia 15 dias e arrumei minhas prateleiras de livros. Se tivesse a furadeira teria arrumado os CDs e DVDs também. Arrumar livros é sempre um prazer.

Nessa segunda-feira, o dia começou com a morte do poeta carioca Aldir Blanc. Depois Flávio Migliaccio. A cada dia novas perdas. Na semana que passou, perdemos Marcello Bittencourt, um dos maiores promotores do livro no Brasil. Seu programa Biblioteca Sonora na Rádio USP é uma maravilha do mundo radiofônico. Sua partida, vítima da covid-19, deixou uma lápide de memórias digna dos maiores Faraós. Sua voz imortal está ali. Mas me entristeço profundamente com sua partida. Sempre me imaginei escrevendo um livro apenas para ser entrevistado no Biblioteca Sonora. Foi-se. Ficamos. A tristeza aqui está e precisamos seguir lembrando.


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Já estou horas atrasado. Tive de escrever um texto político. Dormi duas horas. A madrugada está alta e daqui instantes o sol começa banhar a terra com seus fótons. O céu ainda está em azul sideral profundo pontilhado de brilhantes estelares. Frio seco na madrugada. Nesse final de semana pus uma calça. Mas possivelmente ao terminar essas linhas já será manhã. Ao revisar, possivelmente estarei com vibrante. Meu editor estará novamente bravo por meu atraso.

Tomo minha terceira xicara de café preto. E penso em tudo que pensei ao longo da semana. Tantas coisas que se vão como água entre os dedos. Meu caderno de anotações tem algumas anotações de um programa gravado há muito. Um debate entre a generosa genialidade de Ligia Fagundes Telles e o vigor narrativo de Marcelino Freire. Lígia narra no debate um diálogo com seu companheiro Paulo Emílio Salles Gomes sobre a estrutura da bolha de sabão. Uma graciosa história. Marcelino expõe suas entranhas literárias como se rasgasse seu peito e arrancasse suas entranhas: “escrevo para me vingar. Escrevo para me vingar da saudade”.

De quem é a culpa?

Assisto a televisão e vejo reportagem seguidas da perseguição de comércios abertos. Barbeiros, cabeleireiras, manicures, lojas de roupas de crianças, sapatarias... Questionamentos sobre as portas abertas. O pretenso bom moço administrador da cidade de São Paulo, o vice emprefeitado Bruno Covas manda fechar as avenidas e culpa as pessoas.

Apoiar todas as medidas de isolamento social e reforço da quarentena para evitar o avanço da epidemia de covid-19 é uma necessidade.

No entanto, é impossível não criticar a forma como estão sendo tomadas as medidas de bloqueio de avenidas na cidade de São Paulo.

Sem nenhum estudo de eficiência e planejamento, nada. Trata-se de uma ação de marketing eleitoral para fazer imagens de TV e desviar o foco das ações necessárias para proteção da população de nossa cidade.

Os bloqueios prejudicam o deslocamento de trabalhadores dos serviços essenciais da cidade. Profissionais da saúde, assistência social, segurança urbana e serviço funerário, são atingidos pelo fechamento parcial das avenidas. Serviços essenciais. Trabalhadores de diferentes setores autorizados ao funcionamento são penalizados. Transporte de mercadorias e matérias primas essenciais também sofrem com medidas mal planejadas.

Penso que o problema da baixa adesão ao isolamento é a recusa de medidas concretas dos governos para a proteção social.

Milhares de pessoas se aglomeram nas agências da Caixa Econômica Federal. Os obstáculos ao Auxílio Emergencial são um tipo de crueldade que deveria ser registrada nos livros de história. Grávidas e idosos dormindo na rua por R$ 600,00. Nenhum banqueiro passou por isso para ser auxiliado pelo governo. Apenas o povo que nesse momento sofre. E é obvio que urge exigir ampliação deste valor para um salário mínimo – no mínimo, com o perdão da redundância.

Mas mesmo essas medidas são insuficientes na situação. Mas os governantes que temos são abutres. Tratam as coisas no cálculo político eleitoral e não na necessidade dos seres humanos.

A realidade da informalidade entre quem busca sobreviver é o drama profundo de nossa época. Advogados e relações públicas fazem brutalidades com os fatos. Transformam a liberdade em correntes. Aplicativos formam galés que acorrentam quem não tem para onde correr. O tambor das plataformas toca no ritmo da exploração. Livres! Livres para serem explorados e descartados. Gregorio Duvivier fez um ótimo episódio de seu Greg News sobre isso. Em pele de cordeiro a precarização profissional é maquiada como empreendedorismo. Uma maquiagem como aquela da série de ficção cientifica V – Visitantes (1984).

O que é preciso é parar com os boletos do povo. As necessidades fundamentais da população como água, luz e aluguéis devem ter suas cobranças suspensas. Caso contrário é o desastre que estamos vivendo.

Aprender na quarentena

Como enfrentar as burocracias na educação que se jogam contra o ensino e aprendizado?

Ouço o áudio de uma supervisora de minha diretoria de ensino. O debate é assustador. Taylorismo fundamentalista: controle, controle e controle.

Nada sobre o desafio de tirar os professores dos métodos do século passado e ajudá-los a superar o déficit técnico e tecnológico.

Algo sobre investir nas condições de teletrabalho para os docentes? Subsídio para computadores de boa qualidade e internet rápida? Nada.

Incrível que o secretário da Educação se apresenta como civilizado. E nas suas orientações é indiscutível que foi ponderado. Mas abaixo dele parece haver um séquito ansioso em retomar o poder de oprimir.

O problema da escola é tratado em horas, em métricas... Não em sua essência que é aprender.

O professor segue sendo tratado como “vagabundo”. Quando na verdade a maioria de nós está perdido. Nesses últimos dias uma rede de solidariedade entre professores tem crescido enormemente. Ajudando e capacitando uns aos outros na inclusão digital necessária para os desafios dessa invenção chamada deformada do “ensino não presencial”.

A ideia de implantar o Ensino a Distância (EaD) a fórceps pandêmico é um erro. Serve para atacar o aprendizado e a própria educação pública. Não há qualquer preocupação pedagógica. A consequência será o aprofundando da desigualdade social existente.

A manutenção do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM fará deste ano um marco na injustiça com os alunos das escolas públicas.

O “Programa Aprender em Casa”, colocando cerca de 3,5 milhões de estudantes para assistirem aulas “on-line” por meio do aplicativo “Centro de Mídias de São Paulo - CMSP”. Gastei muito mais que minha carga horária semanal na semana passada para ajudar alunos a entrarem no aplicativo.

Mas ainda assim há aqueles que ficam para trás. Alunos e familiares que não dispõem dos equipamentos tecnológicos necessários e nem de acesso a redes de internet, ou quando as tem, esse serviço é de baixa qualidade.

Será necessário resistir. O assédio moral por parte da burocracia da Secretaria da Educação precisa ser enfrentado. Coordenadores pedagógicos e diretores não são obrigados a assumir o papel de capitães do mato de políticas educacionais que não são dialogadas e implantadas com o objetivo fundamental de avanço no aprendizado.

Não se trata de ser contra o uso da tecnologia no processo de aprendizagem. Trata-se de garantir um verdadeiro aprendizado. O que no caso começa por garantir condições efetivas para todos aprenderem e ninguém ficar para trás.

O Ensino a Distância deve acontecer de forma complementar às aulas presenciais, que vão voltar em algum momento. É preciso assegurar os meios e as condições mínimas de utilização aos alunos e professores.

Meu sindicato, a Apeoesp, tem razão ao lutar com as formas possíveis nesse momento. Inclusive judicialmente, como na ação que ingressou no Ministério Público paulista, com representação contra a proposta de ensino a distância (EaD) do governo João Doria (PSDB).

Colocar a vida de todos e o aprendizado da atual geração de jovens estudantes em primeiro lugar é a responsabilidade do momento.

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Política e Economia

Eleições na América do Sul definem mapa político da região

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Peru e Equador realizam eleições para eleger o presidente; na Bolívia, eleitores irão escolher novos governadores

Redação

teleSUR teleSUR

Caracas (Venezuela)
2021-04-10T19:51:00.000Z

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Este 11 de abril será um domingo de definições no mapa político da América do Sul com as eleições presidenciais no Peru e Equador, e as eleições regionais na Bolívia, em meio à pandemia de covid-19.

No Equador, mais de 13 milhões de eleitores são convocados a votar neste domingo na cédula presidencial entre o correista Andrés Arauz e o conservador Guillermo Lasso, que aspiram suceder ao impopular Lenín Moreno, que deixa o país em meio a uma profunda crise econômica e sanitária.

A votação acontece em meio a um agravamento da pandemia no Equador, com estado de exceção decretado em oito províncias e maior controle por parte das forças de segurança para evitar as multidões registradas durante o primeiro turno de fevereiro passado.

Diante da abstenção observada no primeiro turno, Arauz, da Unión por la Esperanza (de tendência correísta), e Lasso, do Movimento CREO (de ideologia conservadora e economicamente liberal), reestruturaram suas agendas para atingir esses eleitores, inclusive as minorias, camponeses ou indígenas, entre outros.

Após o encerramento da campanha na quinta-feira (08/04) em Guayaquil e Quito, respectivamente, os candidatos devem cumprir o silêncio eleitoral que entrou em vigor a partir deste sábado (10/04) e que proíbe atos de campanha.

Adrian Dascal/Unsplash
Centro histórico de Lima: Peru, assim como Equador e Bolívia, vão às urnas neste domingo

Na mesma quinta-feira, começou a votação de mais de 8.000 pessoas privadas de liberdade em 39 presídios do país, dia que foi seguido hoje pela modalidade Votação em Casa, para a qual 653 pessoas com mais de 50 anos estão habilitadas, além de pessoas com deficiência.

O Plenário do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) resolveu não realizar o processo de Contagem Rápida neste segundo turno.

Peru

No Peru, após um período legislativo agitado com saída de quatro presidentes, os mais de 25 milhões de peruanos chamados às urnas neste domingo votarão no pleito que é visto como a chave para a esperada estabilidade política, apesar dos efeitos da pandemia do coronavírus.

Durante o dia das eleições gerais, os cidadãos também elegerão dois vice-presidentes, os 130 membros do Congresso e cinco representantes do Congresso Andino. Mais de dez candidatos concorrem à Presidência e o segundo turno, que só acontece caso nenhum deles atinja 50% + voto ou 40% e uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo colocado, está previsto para junho.

Bolívia

A Bolívia encerra seu período eleitoral com as chamadas eleições subnacionais, quando são eleitos os governadores de quatro dos nove departamentos que compõem o país: La Paz, Chuquisaca, Pando e Tarija.

Na primeira eleição, nenhum dos candidatos dessas regiões obteve 50% + 1 dos votos ou 40% e 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo candidato. O Movimento pelo Socialismo (MAS) busca o controle dos principais governos que o escaparam no primeiro turno eleitoral.

No primeiro turno, foram eleitos cinco governadores, três deles do partido MAS, portanto, se vencerem os quatro na disputa deste domingo, o movimento socialista governará em grande parte do país, além do governo nacional atualmente comandado por Luis Arce.

Eleições 2021 no EquadorEleições 2021 no Peru

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