Quarta-feira, 26 de março de 2025
APOIE
Menu

O ator norte-americano Gene Hackman, de 95 anos, foi encontrado morto, junto com sua esposa, a pianista Betsy Arakawa de 63 anos de idade, e o cachorro deles, em sua residência em Novo México, nos EUA, nesta quinta-feira (27/02). As causas das mortes ainda estão sendo investigadas, mas segundo a polícia não há indícios de crime.

Nascido em 1930 em São Bernardino, na Califórnia, Hackman teve várias ocupações antes de ser ator. Dos 16 aos 21 anos foi fuzileiro naval, tendo servido principalmente no Pacífico. Depois trabalhou como caminhoneiro, porteiro de hotel, vendedor de móveis e operador de perfuratriz.

Hackman decidiu ser ator relativamente tarde, aos 30 anos, e então se matriculou na prestigiada escola de teatro Pasadena Playhouse. Lá conheceu o ator altamente premiado Dustin Hoffman. Nas quatro décadas seguintes, atuou em mais de uma centena de papéis para o cinema e a televisão.

Carreira

Seu primeiro papel de destaque foi como Buck Barrow, em Bonnie e Clyede (1967), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Em 1972, ganhou o Oscar de Melhor ator por sua interpretação do detetive Jimmy “Popeye” Doyle em Operação França. Outro papel importante foi o de Lex Luthor, em Superman (1978) e sequências.

Em 1992, Hackman conquista seu segundo Oscar, dessa vez como Melhor Ator Coadjuvante, pelo papel do xerife “Little“ Bill Daggett em Os Imperdoáveis, dirigido por Clint Eastwook. Outros filmes em que se destacou foram: A Conversação (1974), Mississippi em Chamas (1988), e Os Excêntricos Tenenbauns (2001). Depois de se aposentar, dedicou-se à escrita.

Wikimedia Commons
Gene Hackman durante tarde de autógrafos em 2008, em Albuquerque

A notícia de sua morte gerou diversas manifestações de pesar. O diretor Francis Coppola, que dirigiu Hackman em A Conversação destacou sua habilidade única de dar profundidade aos personagens que interpretava. “Um grande ator, inspirador e magnífico em seu trabalho e complexidade. Lamento sua perda e celebro sua existência e contribuição”, disse Coppola.

“Gene Hackman podia interpretar qualquer um e você podia sentir uma vida inteira por trás disso. Ele podia ser todo mundo e ninguém, uma presença imponente ou um Joe comum. Isso é o quão ator ele era. Ele fará falta, mas seu trabalho viverá para sempre”, disse o ator George Takai, conhecido por Jornada nas Estrelas (1966).

Para o ator Kevin Costner, que contracenou com Hackman em Sem Saída (1987), Hackman era “o melhor”. “As pessoas perguntam quem é o melhor ator, a maior estrela. A lista de grandes atores com quem trabalhei é grande, mas eu diria que Gene é provavelmente o melhor de todos”, disse Costner.

O diretor de teatro brasileiro Gerald Thomas dedicou a Hackman uma longa postagem em seu Instagram. Nela, diz que Hackman foi “um dos maiores e melhores atores que os Estados Unidos já produziu”.

“Para mim era um sonho de ator porque a metade do que seu personagem sentia não era retratado: o público tinha que preencher essa lacuna”, postou Thomas. Thomas diz que o ator era “intenso e misterioso” e que “conseguia dialogar com o público mesmo projetado numa tela de cinema”.