A energia solar está no centro das discussões sobre o futuro energético global, sobretudo pela busca por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis. Por isso, países como China, Estados Unidos e Brasil vêm investindo fortemente em tecnologias solares. O objetivo é consolidar a energia fotovoltaica como uma das principais fontes renováveis. Neste sentido, qual é o futuro da energia solar no mundo? Quais os desafios, inclusive de segurança, nas próximas décadas?
Só para ilustrar, segundo dados do Governo Federal, o Brasil bateu recorde de expansão da energia solar no ano passado. Com 83,79% da matriz elétrica composta por fontes renováveis, o país teve acréscimo de 3 Gigawatts de fonte solar. Um movimento, no entanto, que não está isento de desafios e complexidades.
Ainda que os investimentos em infraestrutura estejam entre os maiores deles, outros obstáculos precisam ser enfrentados para garantir uma transição energética segura e eficiente. Por exemplo, questões de segurança, graças aos sistemas cada vez mais interconectados e dependentes de redes digitais. Isso se dá principalmente em um cenário de ataques cibernéticos cada vez mais frequentes e sofisticados.
Como funciona a energia solar?
Antes de tudo, vamos dar uma recordada em como se dá a geração de energia solar? Tudo começa na captação da luz do sol que, depois, é convertida em eletricidade por meio de painéis solares fotovoltaicos. Esses painéis são compostos por células fotovoltaicas que, com a exposição à luz solar, produzem uma corrente elétrica contínua.
Então, um inversor converte essa corrente em alternada, que é a forma de eletricidade que se utiliza na maioria dos aparelhos e sistemas elétricos. Ou seja, trata-se de um funcionamento relativamente simples, embora sua eficiência depende de vários fatores, como:
- localização geográfica;
- inclinação dos painéis;
- intensidade da luz solar disponível.
Um artigo da ExpressVPN aponta a China como líder absoluto na produção de energia solar, graças ao aumento de 66% na sua capacidade em 2023. Ademais, países com alto índice de radiação solar, como o Brasil, também têm enorme potencial de crescimento. Sem falar que a tecnologia está em constante evolução, com avanços que prometem aumentar a eficiência dos painéis e reduzir os custos de instalação e manutenção.
Países de maior potencial de produção em energia solar
Infográfico também construído pela ExpressVPN aponta, além da China, outras nações que se destacam no cenário global pela capacidade de gerar energia solar. Por exemplo, os Estados Unidos, seguidos do Japão, Alemanha e Índia, todos com investimentos significativos em infraestrutura solar. E o Brasil, como fica?
Como mencionamos, o país tem um dos maiores potenciais solares do mundo pela localização geográfica e alta incidência de radiação solar. No entanto, o país ainda enfrenta desafios como a falta de incentivos governamentais consistentes e a necessidade de modernização da infraestrutura elétrica para integrar grandes quantidades de energia solar à rede.
Ainda assim, o Brasil atingiu 25 GW de potência instalada em energia solar no ano passado, ficando entre os dez maiores geradores do mundo. O objetivo é que essa capacidade continue crescendo, acompanhando a demanda por energia limpa e sustentável.
Importância da energia solar para o meio ambiente
A busca de fontes renováveis de energia, como a solar, não é à toa. Afinal, a queima de combustíveis fósseis, a exemplo do carvão e gás natural, libera grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera. Isso sem falar em outros poluentes.
Assim, não dá para negar o papel da energia fotovoltaica para combater as mudanças climáticas, uma vez que se trata de fonte limpa e inesgotável. Mas, além de contribuir significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajuda a preservar recursos naturais, como a água, intensamente consumida em processos de geração de energia térmica.
Prós e contras da energia solar
Prós:
- Sustentabilidade: fonte renovável, inesgotável e não poluente, essencial para a descarbonização da matriz energética global.
- Redução de custos: após o investimento inicial, requer pouca manutenção e pode reduzir significativamente as contas de eletricidade a longo prazo.
- Independência energética: permite que indivíduos e empresas se tornem menos dependentes da rede elétrica e dos combustíveis fósseis, proporcionando maior segurança energética.
Contras:
- Dependência climática: produção variável que depende das condições climáticas, comprometendo a eficiência em locais com baixa incidência de luz solar.
- Custo inicial elevado: representa um investimento significativo, o que pode ser um obstáculo para muitas pessoas e empresas.
- Impactos ambientais da produção: fabricação de painéis solares envolve processos que podem gerar resíduos tóxicos e o uso de materiais raros, exigindo uma abordagem sustentável.
Preocupações com a cibersegurança
Com o avanço da digitalização dos sistemas solares, a cibersegurança tornou-se uma preocupação crescente. Mas, o que isso tem a ver com a produção de energia solar?
A princípio, os sistemas fotovoltaicos modernos são conectados à internet para monitoramento e controle remoto, o que os torna vulneráveis a ataques cibernéticos. Inclusive, estudo da ExpressVPN alertou para o aumento de ataques direcionados a infraestruturas críticas, incluindo sistemas de energia solar.
Só para exemplificar, em 2021, um ataque cibernético ao sistema de oleodutos Colonial Pipeline nos Estados Unidos demonstrou o potencial destrutivo de tais ameaças. Embora os sistemas solares sejam diferentes dos oleodutos, eles compartilham vulnerabilidades semelhantes, especialmente nos inversores, que convertem a energia dos painéis solares. Uma questão que potencializa os riscos é que muitos inversores ainda utilizam software desatualizado, tornando-os alvos fáceis para hackers.
Além disso, os sistemas de controle e monitoramento, conhecidos como SCADA, também são alvos potenciais. Um problema sério, visto que são essenciais para o gerenciamento de redes solares, mas podem ser comprometidos se não forem devidamente protegidos. Ou seja, um ataque bem-sucedido não apenas interromperia a produção de energia, como também causaria danos significativos à rede elétrica.
Mas, há outros casos que confirmam a preocupação com a segurança digital das estações produtoras de energia fotovoltaica. A Holanda identificou falhas em 100% dos sistemas de energia solar analisados, destacando a vulnerabilidade desses sistemas a ataques cibernéticos. Ademais, a digitalização e interconexão dos ativos de energia renovável aumentam os pontos de ataque possíveis para hackers.
A energia solar é o futuro, mas precisamos estar preparados
O futuro da energia solar é promissor, mas também cheio de desafios. À medida que avançamos em direção a uma matriz energética mais limpa e sustentável, é essencial que também nos preparemos para os novos riscos que surgem com a digitalização dos sistemas solares. Proteger essas infraestruturas contra ataques cibernéticos será fundamental para garantir a segurança e a confiabilidade da energia solar no futuro.
Para garantir que a transição para a energia solar seja segura e eficaz, é crucial que governos, empresas e indivíduos adotem medidas robustas de cibersegurança. Como a ExpressVPN já nos alertava, a proteção dos sistemas solares começa com a atualização constante do software, o uso de senhas fortes e a implementação de protocolos de segurança adequados.
(*) Este conteúdo é resultado de uma parceria de Opera Mundi com a Gluz PR