Ao criar um site, não há um molde que sirva para todos os tipos de páginas e que funcione perfeitamente. Até por isso há uma infinidade de layouts, modelos, sistemas de publicação e por aí vai.
No caso específico dos sites de notícias, pelo grande volume que é exigido e a necessidade de várias seções e até subseções, o desafio parece ser ainda maior. Afinal, se compararmos a mídia física com a digital (isto é, jornais em papel e jornais online), a diferença é gritante.
De fato, não faz sentido para um jornal impresso seguir a lógica do digital, mas o vice-versa é muito mais importante nesse caso. Não cabe ao site noticioso ser apenas uma lista interminável de texto, ainda que variando manchetes, linhas finas, subtítulos e afins. Se o formato da mídia comporta, por exemplo, enquetes interativas, vídeos, fotos e até GIFs, são todas possibilidades que, se não exploradas, devem ao menos ser consideradas.
Mas como desenvolver técnicas e, especialmente, conteúdo para ser publicado online que mantenha um leitor cada vez mais cercado de opções (inclusive opções ruins) interessado em material sério, que pareça útil sem parecer maçante? Tópico vital para jornalistas, publicitários e interessados nessas e outras áreas correlatas.
Prendendo a atenção do leitor
Em qualquer faculdade de jornalismo ou ambiente de redação que se for a máxima será a mesma: o maior desafio é prender a atenção do leitor. Isso já é uma verdade de décadas, mas se agravou muito mais com a chegada de novos formatos e possibilidades.
Estamos falando, naturalmente, da competição que o jornal, revista ou conteúdo informativo como um todo recebe de todos os lados; as redes sociais são talvez a “ameaça” mais relevante hoje, mas não são as únicas. Estar online significa ser bombardeado de informações, anúncios, mídia e toda sorte de conteúdo o tempo todo.
A pergunta, então, torna-se clara: como prender a atenção do leitor? Como motivar quem está lendo a ir até o fim do artigo? Note que o assunto aqui não é voltado para a publicidade – isso está relacionado bem menos ao tempo de permanência numa página e muito mais, por exemplo, aos cliques em links posicionados ali.
O jornalismo ensina que o objetivo do profissional é informar equilibrando o volume das informações com sua relevância; quanto mais para o início do texto, mais importantes devem ser os dados – uma prática na profissão que recebe o nome de “Pirâmide Invertida”, ou seja, o básico vem em cima e, conforme se vai descendo, a importância da informação vai diminuindo.
A importância do design
A seleção de um template moderno, que dê visibilidade às notícias mais importantes e que seja visualmente atrativo é fundamental para qualquer site de notícias. Se o conteúdo não é tudo, então, a lógica é pensar no que diferencia o papel da tela: a possibilidade de adaptar o design a todo mundo e otimizar de tudo um pouco.
Não por acaso, plataformas de web design têm modelos específicos para sites de notícias, seja blogs mais modestos até grandes portais que vão ter uma grande carga de publicações diárias. Independente da escolha, o resultado precisa ser o mesmo: capturar a atenção, ser fácil de ler e navegar.
Ser direto sem ser maçante
A pirâmide invertida, como citado acima, é uma plataforma fundamental na qual o jornalismo tem se apoiado há muitas décadas – aliado a outras coisas, é claro. Considerando, porém, que a internet (e suas constantes mudanças de lógica de consumo) modificou a noção de tempo, a velocidade da informação e tornou a relação jornalista-leitor interativa, é natural que os órgãos noticiosos teriam eles mesmos que mudarem sua forma de apresentar o conteúdo.
O raciocínio segue o mesmo no aspecto do conteúdo: informação mais importante primeiro. Isso não basta, porém, para fazer com que o leitor se interesse em permanecer na página – e, pensando no médio-longo prazo, também pode significar que o leitor não engaje com a parte publicitária, que invariavelmente estará presente hoje, por ser a fonte de renda principal – poucos são os assinantes pagos de sites de notícia, afinal.
Marketing digital no jornalismo
É preciso, antes de mais nada, inserir uma explicação sobre o termo “marketing” no título acima. Não estamos falando, por exemplo, do marketing que geralmente surge na cabeça das pessoas quando leem a palavra, cujo significado é, via de regra, venda; estamos falando do marketing enquanto ferramenta de divulgação.
Sendo um site de notícias uma forma de produto que quer se vender como qualquer outro (ainda que ofereça uma infinidade do seu conteúdo de forma gratuita), ele terá que ter profissionais que dominem o marketing digital, pois só assim serão vistos no sem-número de opções que há online.
Excluindo da equação pontos como credibilidade e tradição, vale focar na parte técnica da coisa, ou seja, como o conteúdo noticioso deve ser apresentado de forma a, ao mesmo tempo, atrair leitores e mantê-los interessados.
Aqui cabe relembrar o que significa marketing digital bem-sucedido: é aquele que fará o produto/serviço ser consumido, convertendo interessados em clientes. Isso é feito oferecendo algo que seja ao mesmo tempo limpo em visual (pois é conteúdo sério que se oferece), mas sem permitir que blocos de texto sem vida tirem o interesse do potencial leitor.
Qualidade e conforto visual podem (e devem) coexistir nos sites de notícias
A conclusão sobre esse tema é justamente essa: com as ferramentas disponíveis hoje, e aliando estratégias de marketing com as práticas corretas do jornalismo, é possível criar conteúdo que seja ao mesmo tempo relevante, de alta qualidade e que se prove de interesse do leitor – interesse em começar a ler e interesse em permanecer lendo.
Um site devidamente desenvolvido não deverá ter medo do impacto, por exemplo, das redes sociais, simplesmente porque um site noticioso de primeira relevância também vai investir em redes sociais ele mesmo.
Foi-se o tempo que alguém que precisava de informação fresca corria para a banca de jornal – agora impera o X (ex-Twitter), de Elon Musk. O grande trunfo do jornalismo profissional, porém, está na sua credibilidade: é fácil cair em desinformação nas redes sociais, mesmo que passada por canais sérios.
Agora, um site, que é o herdeiro primário da mídia impressa, ao menos em teoria ainda vai respeitar as artes de reportagem e apuração antes de sair distribuindo suas informações. Se esse site, por sua vez, for de leitura agradável, layout amigável e fácil de navegar, dificilmente o leitor não voltará uma outra vez.
(*) Este conteúdo é resultado de uma parceria de Opera Mundi com a assessoria da Gluz PR.