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Opinião

Política interna do Paraguai dificulta volta do país ao Mercosul

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Presidente eleito, Horacio Cartes, não quer começar governo, em agosto, em crise com o Partido Liberal

Vitor Sion

2013-07-20T13:18:00.000Z

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A novela sobre o retorno do Paraguai ao Mercosul tinha data para acabar. Na Cúpula de Montevidéu, realizada na semana passada, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela decidiram colocar ponto final na suspensão do país no bloco a partir do momento em que o presidente eleito, Horacio Cartes, tomasse posse, em 15 de agosto.

Diferentemente do que havia dito na campanha eleitoral, porém, Cartes recuou e passou a exigir, para o retorno paraguaio, que a presidência do Mercosul não fosse exercida pela Venezuela. Caracas foi incorporada ao grupo após o início da sanção ao Paraguai, em junho de 2012.

Agência Efe

Na Cúpula de Montevidéu, o Mercosul decidiu acabar com a suspensão ao Paraguai a partir de 15 de agosto


O que está por trás do recuo de Cartes? Todos os presidentes do Mercosul elogiaram a transparência do pleito paraguaio, em abril deste ano, e parabenizaram o novo líder pela vitória (mesmo com o parecer contrário de alguns observadores internacionais). Até mesmo o venezuelano Nicolás Maduro, que é considerado persona non grata no Paraguai, declarou que pretende fazer o possível pela reintegração. Nenhuma nova rusga foi criada.

A nova posição de Cartes está relacionada com a política interna paraguaia. O Partido Colorado, que volta ao poder após cinco anos, não quer iniciar seu governo sob as fortes críticas do Partido Liberal. Apesar de as duas forças serem as maiores do país, elas costumam se aliar, como aconteceu no caso do golpe contra o presidente Fernando Lugo, em junho de 2012. Ao recusar um retorno imediato ao Mercosul, Cartes respalda o posicionamento do atual presidente, Federico Franco, e adota uma posição conciliadora com o adversário-aliado. 

Além disso, o Partido Colorado tem como base eleitoral a parcela mais rica da população do país, contrária ao Mercosul. Defensora do golpe, a elite paraguaia ficou ofendida pela suspensão no bloco, apesar de não ter sentido na pele os efeitos da sanção. Isso porque o Paraguai não teve qualquer prejuízo financeiro no período em que está fora do Mercosul. Muito pelo contrário: o país aumentou o comércio com países vizinhos nos últimos 12 meses.

Agência Efe
Essa é uma das críticas que diplomatas brasileiros têm feito sobre a atuação do Mercosul. Sem sanções financeiras, o Paraguai não tem pressa para voltar às reuniões do bloco. A partir de agosto, pode-se apresentar um cenário esdrúxulo: a suspensão ao Paraguai é encerrada, mas o governo do país segue sem participar das reuniões.

[Cartes tenta encontrar uma solução para a volta ao Mercosul sem desagradar o presidente Franco]

Assim, o comércio paraguaio com Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela deve continuar crescendo, aproveitando-se das tarifas preferenciais, e Cartes aguardaria o fim da presidência venezuelana para retornar ao Mercosul no começo de 2014. A decisão ficaria de bom tamanho para colorados e liberais no Paraguai.

Resta saber se a decisão agradará os outros sócios do bloco, que, publicamente, defendem a reintegração imediata a qualquer custo. A conta poderá ser paga por Equador e Bolívia, interessados em ingressar no Mercosul e que deverão ter seus processos de adesão arrastados pelo Paraguai. 

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Notas internacionais

Notas internacionais: eleições no Equador e no Peru - 12 de abril de 2021

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Equador e Peru foram às urnas eleger seus novos presidentes, com resultados que surpreenderam

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-04-12T22:11:48.000Z

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EQUADOR: No Equador, o candidato da direita, Guilherme Lasso, do movimento Criando Oportunidades (CREO), em aliança com o Partido Social Cristão (PSC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 52,5% dos votos contra 47,50 de Arauz. Havia muita expectativa em torno da candidatura do economista Andrés Arauz, que pontuava na dianteira nas pesquisas durante quase todo o período de campanha do segundo turno que durou dois meses. Nos dias que antecederam o domingo eleitoral (11) as pesquisas já apontavam perda de fôlego de Arauz e subida de Lasso. De todo modo, as pesquisas de boca de urna davam vitória apertada para Arauz. A Cedatos chegou a dar 53,2% a 46,7%. 

Lasso é um homem de 65 anos, historicamente vinculado ao setor financeiro, em especial ao Banco de Guayaquil, tendo sido ministro da economia do governo de Jamil Mahuad (1998-2000). Esta é a terceira vez que ele concorre à presidência do Equador (2013, 2017, 2021). Nas eleições anteriores ele ficou em segundo lugar. Um dos fatores que impactou muito no resultado eleitoral foi o fracionamento do movimento indígena. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu em seu conselho ampliado, no dia 10 de março, pelo voto nulo. No entanto, uma parte das nacionalidades amazônicas divergiram e foram acompanhadas do presidente da Conaie, Jaime Vargas, na declaração de apoio a Arauz. Vargas chegou a dizer em um encontro no dia 3 de abril, em Sucumbíos, que “suas propostas (de Arauz) têm o respaldo absoluto do movimento indígena”. No dia 4 de abril veio a reação do conselho dirigente da Conaie ao dizer que ia “impulsionar o voto nulo” e que “não cai em jogo eleitoral”. A apuração está apontando para um milhão e seiscentos mil votos nulos. O universo de votantes é de 13 milhões. (Com infos de resumenlatinoamericano.org)

PERU: O domingo também foi de eleições no Peru. Uma eleição que era extremamente imprevisível, com 18 candidatos concorrendo, teve um resultado de primeiro turno surpreendente. O candidato Pedro Castillo, professor e sindicalista, do Partido Político Nacional Peru Livre, obteve a maior votação, com 16%. Seguido de três candidatos com pouco mais de 10%: Hernando de Soto (Avança País), Keiko Fujimori (Força Popular), Jonhy Lescano (Ação Popular) e Rafael López Aliaga (Renovação Popular). Veronika Mendoza (Juntos por Peru) pontua com 8,8%. Aquele que apontou por um tempo como primeiro colocado nas pesquisas, o jogador de futebol George Forsyth (Vitória Nacional) está com 6,4%. Esses ainda são dados preliminares da Ipsos Perú para a América Televisión. 

Pedro Castillo tem 51 anos e ganhou notoriedade no país ao encabeçar uma prolongada greve nacional do magistério em 2017 e ao longo da campanha nunca pontuou entre os prováveis mais votados nas pesquisas. Uma de suas propostas é trocar a atual Constituição do país convocando uma Assembleia Constituinte. Ele se posicionou nas eleições contra o recorte de gênero no currículo escolar e disse que em um eventual governo seu não se legalizaria o aborto, o casamento homoafetivo e a eutanásia. Pautas polêmicas no país. Propõe ainda 10% do PIB para saúde e educação. As últimas pesquisas apontavam para uma liderança de Lescano. O segundo turno será em 6 de junho e o novo presidente assume em 28 de julho. Os peruanos também votaram ontem (11) para renovar o Congresso, que é unicameral e possui 130 cadeiras. A tendência é de que a votação para o parlamento tenha sido fragmentada e atomizada tal como a presidencial. O Peru vive uma crise institucional prolongada, sendo que dos dez presidentes que o país teve desde os anos 80, sete foram presos nos últimos anos envolvidos em escândalos de corrupção.

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