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Opinião

Os "grandes temas" latino-americanos são agora os da Pátria Grande

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Passo adiante da integração e libertação terá dinâmica processual; transição geracional terá peso decisivo

Fernando Pacheco

2013-08-15T17:51:00.000Z

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Entre 29 de julho e 04 de agosto, reuniu-se no Brasil o Foro de São Paulo, definido pela presidenta Dilma Rousseff como o "extraordinário laboratório político" das ideias que possibilitaram transformar a realidade da América Latina.

De acordo com a Declaração Final dos jovens reunidos no V Encontro de Juventudes do Foro (leia mais), representando 25 organizações de 15 países,  tal transformação se processa "través de gobiernos que tienen en comum la gerencia estatal de la economía para financiar la reducción de la desigualdad y al mismo tiempo amplíe el bienestar y el disfrute de los derechos humanos fundamentales como la educación y la salud".

Fruto de um processo colonial conflituoso, marcado pela busca externa de apropriação de suas riquezas naturais, com ampla associação entre setores empresariais locais e estrangeiros, discriminação racial, reprodução das desigualdades sociais e regionais, entre outros, a América Latina possui um histórico de fortes lutas e movimentos sociais que atuaram no sentido contrário a esta tendência do continente, o que permitiu, a partir da última década, que fossem construídas sociedades e estados mais democráticos para dar resposta a anseios antigos da maioria de seu povo. Processo este ainda incompleto e cujo desfecho e estabilização segue em disputa e tem na integração sua solução.

Não à toa e com muita maturidade, este Encontro de Juventudes orientou que o dever da nova geração é discutir os grandes temas da integração, afinal um laboratório político precisa se renovar e atualizar para seguir sendo útil: "Los jóvenes latinoamericanos debemos ser protagonistas del momento político y social actual del continente, e incrementar nuestra cooperación en campos como la cultural, el deporte, intelectual, ampliando la hegemonía de la izquierda a través de sus ideas y propuestas para la integración y unión del proyecto regional de desarrollo, aportando así a la consolidación de la Patria Grande soñada por nuestros libertadores".

Em um mundo com EUA e Europa em crise, com ascensão dos BRICS e das antigas periferias, há pouco espaço para a retomada do crescimento do velho imperialismo, sendo a América Latina um "quintal-chave" para tal, o que exige um aprofundamento da pilhagem. A ofensiva contra os governos populares da região a partir da direita continental, articulada pelo claudicante Império, ou através de iniciativas como a conformação da Aliança do Pacífico, prenhe de marketing e pobre em impacto econômico-social real, revelam o risco que se corre ao não se superar os impasses da integração, presa ainda ao estágio em que "o velho não morre e o novo não nasce".
 


Mostrando sua capacidade propositiva para solucionar os desafios colocados, os jovens foram ao centro do dilema: "La nueva semilla de esta integración y unión latinoamericana y caribeña, necesita un proyecto regional que vaya más allá de los intereses comerciales y pactos aduaneros y que consolide la experiencia obtenida por la izquierda". São sementes que se contrapõem àquelas da integração herdadas do neoliberalismo, voltadas a preparar o ambiente de negócios para a anexação via ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).

O papel da CELAC: novo paradigma, nova estrutura

Ao contrário da Europa, onde jovens com o futuro reescrito para pior a cada pacote de austeridade tomam as ruas e as praças, por tudo o que se disse acima, nesta parte do mundo a trilha seguida pela juventude política é rumo ao Estado, ao governar e, sim, ao marchar para manter e aprofundar as transformações.

É nesta perspectiva que saudamos a proposta do PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela) de articular a criação de um organismo voltado para os jovens no âmbito da CELAC (Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos), que possa servir para a nova geração de patriotas da América Latina discutir o aprofundamento da integração regional, da cooperação econômica, social, política e cultural e os desafios para a soberania e completa independência dos nossos países. Um organismo que projete a mensagem, as ideias e propostas dos jovens com um olhar genuinamente latino-americano e não seja o gueto regional de uma pauta setorial.

Um organismo que contribua para desenvolver este projeto de desenvolvimento regional, que mobilize as sociedades pela integração, que construa o elo cultural entre nossos povos pela cultura, que promova mundialmente as qualidades da América Latina e suas opções democráticas e soberanas quanto ao seu futuro e inserção internacional como uma mensagem de esperança às novas gerações africanas, europeias e estadunidenses; que envolva e integre a nova geração que compõe governos, parlamentos e movimentos sociais para pensar desafios e soluções para o continente.

O passo adiante da integração e libertação latino-americana terá, inevitavelmente, uma dinâmica processual e a transição geracional jogará um peso decisivo no desenho da linha do horizonte e da caminhada até ela.

Em tempo: Num segundo artigo, discutiremos, concretamente, ideias e propostas para o que concebemos como os desafios centrais para o avanço da integração, a partir das seguintes questões: i) constituir a América Latina enquanto povo em sentido clássico; ii) a afirmação de um projeto regional de desenvolvimento integrado e solidário; iii) uma agenda de intercâmbio, conhecimento e pertencimento; iv) a relação com as novas coalizões globais abertas pela crise econômica, política, social e ambiental; v) a estabilidade institucional e democrática da região.

Fernando Pacheco é coordenador de relações internacionais da executiva nacional da Juventude do PT. Com colaboração de Leopoldo Vieira.
 

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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