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Opinião

Chamar médicos cubanos de escravos é forma de brasileiros desprezarem colegas

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Não é a suposta condição de escravidão dos seus colegas cubanos o que incomoda aos seus pares brasileiros

Felippe Ramos

2013-08-29T17:17:00.000Z

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Imaginem um sujeito que encontra um escravo. Ao invés de ajudá-lo a libertar-se e a encontrar condições para uma vida digna, o sujeito aproveita-se da condição de impotência do escravo para bradar em seus ouvidos "Escravo!", como uma condenação pela sua infelicidade, simultaneamente absolvendo a quem o escravizou. Uma vez frente ao corpo explorado, decide-se liquidar a vítima também na dimensão simbólica.

Faz sentido? Muito pouco. Tal comportamento do sujeito seria demonstração apenas de sua própria mesquinhez e, ademais, o colocaria em contradição com os valores já arraigados de sua própria comunidade/sociedade que sustentam que, dada uma situação de injustiça extrema, deve-se ajudar a vítima e não o algoz.

Ora, o que possibilitou que alguns (minha esperança é que sejam alguns) médicos brasileiros chamassem de "Escravo!" aos seus colegas cubanos, muitos dos quais são negros, é justamente a certeza de que não são escravos. Trata-se da conhecida tática de usar um qualificativo desprezado, pela maioria ou por todos, para atingir a dignidade do outro ainda que, e por isso mesmo, o qualificativo não corresponda ao sujeito atacado. Chama-se de "veado" ao heterossexual, de "puta" à mulher, etc. justamente porque o heterossexual não gosta de ser associado à homossexualidade e porque a mulher não gosta de ser associada à prostituição.

Leia mais: Patriota buscou continuar diplomacia lulista com estilo “low profile”, mas Brasil terminou afônico

Portanto, chega-se à conclusão de que não é a suposta condição de escravidão dos seus colegas cubanos o que incomoda aos seus pares brasileiros.

Outra hipótese é de que se trata de uma luta por reconhecimento, tal como o conceito é trabalhado por Nancy Fraser. Isto é, o objetivo da ação difamatória é negar aos Outros, considerados ameaças, o mesmo status moral e a mesma oportunidade econômica da qual se desfruta. É uma disputa econômica, distributiva, que visa a manter posições de poder e privilégio, mas que aparece na esfera pública também como luta pela manutenção da exclusividade do reconhecimento do status. Isso porque o status cria a legitimidade para a ocupação, por alguns e não por todos, dessas posições de poder e privilégio. Médicos não devem ser parecidos com empregadas domésticas justamente porque empregadas domésticas não devem ocupar o espaço dos médicos.

Felippe Ramos é sociólogo

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Transição nos EUA

Nosso movimento está apenas começando, diz Trump em mensagem de despedida

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Na véspera de encerrar seu mandato, presidente dos EUA disse que 'cumpriu promessas' e desejou 'sorte' a Joe Biden

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-19T22:42:00.000Z

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O presidente dos EUA, Donald Trump, que terá seu mandato encerrado amanhã, divulgou nesta terça-feira (19/01) uma mensagem de despedida e afirmou que o movimento iniciado por ele "está apenas começando".

"Enquanto nos preparamos para passar o poder para um novo governo ao meio-dia de quarta-feira, quero que vocês saibam que o movimento que nós iniciamos está apenas começando. Nunca houve nada igual", disse.

As declarações vem em meio a um processo de impeachment contra o republicano por ele ter incitado seus apoiadores durante uma manifestação que culminou na invasão do Congresso no dia da certificação da vitória de Joe Biden.

Trump condenou a invasão e disse que "todos os americanos ficaram horrorizados com a agressão ao nosso Capitólio". "Violência política é um ataque a tudo que prezamos como americanos. Isso nunca pode ser tolerado", afirmou.

Sorte, outsider e 'vírus chinês'

O republicano disse que cumpriu todas as promessas de campanha e chegou a desejar sorte ao próximo presidente, mas não mencionou o nome de Biden.

"Ao término do meu mandato como 43º presidente, estou orgulhoso de tudo o que conquistamos juntos. Nós fizemos o que viemos fazer e muito mais. Nesta semana, começamos um novo governo e rezamos por seu sucesso e pela manutenção de um país próspero e seguro. Desejamos que tenham sorte", disse.

White House
Na véspera de encerrar seu mandato, presidente dos EUA disse que 'cumpriu promessas' e desejou 'sorte' a Joe Biden

Segundo o Trump, ele concorreu à presidência porque "sabia que havia novos e altíssimos cumes nos EUA esperando para serem escalados".

"Quatro anos atrás, eu cheguei a Washington como o único outsider a vencer a presidência. Eu não me via como político, mas abri possibilidades infinitas", afirmou.

Sobre a pandemia da covid-19, Trump voltou a atacar a China chamando o novo coronavírus de "vírus chinês" e comemorou o que chamou de "rápido desenvolvimento" de uma vacina nos EUA contra a doença.

O republicano ainda celebrou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, a pressão imposta a outros países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e disse ter cumprido metas de "reforçar a segurança" na fronteira com o México.

*Com Ansa

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