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Opinião

China: recursos naturais são uma ilusão de riqueza

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Escavar coisas da terra e vendê-las no exterior não faz do país uma economia inteligente: apenas traz uma prosperidade falsa

Antony P. Mueller*

2014-02-07T08:00:00.000Z

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A relação com a China é benéfica economicamente para o Brasil?

NÃO

Escavar coisas da terra e vendê-las no exterior não faz da China uma economia inteligente: apenas traz uma prosperidade falsa. Calcular o material no chão como riqueza é um jeito muito traiçoeiro. Assim se repete a falácia fisiocrática que leva à falácia mercantilista.

Para Alexandre Cunha Leite, SIM: As relações econômicas entre Brasil e China são favoráveis para esses paises

A falácia fisiocrática diz que a riqueza consiste em natureza. Esta teoria postula que a fonte da riqueza são bens da terra, os bens que crescem na terra e os bens dentro da terra. No entanto, esta tese ignora que é apenas pelo trabalho humano e pela tecnologia que os recursos tornam-se mercadorias. O ferro ou o petróleo e até batatas são de pouca ou de nenhuma utilidade quando não processados e refinados. Enquanto o produto primário permanece quase sempre o mesmo, o progresso tecnológico acontece com a sua extração e refinação, seja a tecnologia offshore ou genética. São estas as áreas de criação de riqueza. Ou seja, quanto mais próximo um produto está do consumidor, maior seu valor, e vice versa.

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Esta primeira falácia leva, imediatamente, à falácia mercantilista que diz que é dinheiro na forma de divisas, originalmente ouro e prata, que representam a riqueza. No entanto, deve ser bastante óbvio que o dinheiro por si não serve para nada sem uma economia que funciona. 

Xinhua

Congresso que aprovou medidas de reformas econômicas e socias chinesas, em novembro do último ano

Imaginem Robinson Crusoé em uma ilha com abundância de petróleo no solo, ouro nos rios e peixes no mar. Ele é extremamente pobre porque faltam as tecnológicas e o capital de transformar os recursos naturais em bens. Sem capital (maquinas, instrumentos), o trabalho de Robinson rende baixa produtividade e todo seus conhecimentos tem pouco valor sem capital físico. 

A cadeia de valor começa com o consumidor e não com o produto cru. Assim, petróleo no solo recebe um preço porque os consumidores querem ter bens para cuja produção o petróleo é necessário. Enquanto a cadeia da produção começa com o produto básico e finaliza com o consumidor, a cadeia de valorização começa com os bens de consumo, vai para os bens de investimento e assim finalmente pelos recursos naturais.

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Riqueza de recursos também leva a consequências sociais e políticas prejudiciais. Extração de recursos é tipicamente um negócio de grandes empresas e, portanto, favorece monopólios. A agricultura em grande escala tem efeitos semelhantes. Daqui surge a tendência para alta desigualdade de renda e patrimônio.

Provavelmente o pior efeito da riqueza de recursos naturais mostra-se na vida política. A extração e o transporte desses recursos acontece com a presença maciça do estado. Como os recursos naturais tipicamente são “staple goods”, os negócios geralmente envolvem grandes quantidades e, portanto, representam uma mina de ouro para quem recebe comissões, subornos e outras formas de corrupção.

Assim a economia de recursos naturais se torna altamente atrativo para políticos e burocratas participarem. Empresas estatais de recursos naturais representam o maior instrumento no jogo político de distribuição de posições profissionais de alto rendimento. Na chefia dessas grandes empresas, que estão nas mãos do governo, se encontra uma acumulação de incompetência.

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Um país rico em recursos também tente a sofrer com uma má política econômica. Além da corrupção e ineficiência, a riqueza natural afeta também a política macroeconômica. A riqueza da terra promove uma atitude mental que tende a agir com descuido, com irresponsabilidade e desperdício com a falsa crença de que porque “somos ricos” podemos pagar por tudo facilmente.

Economias baseadas em recursos naturais sofrem da síndrome de voo de galinha. Confundem um boom temporário pela decolagem, e uma expansão temporária pelo crescimento e desenvolvimento econômico.

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Estes fatores tiveram um papel quando o Brasil declarou-se pronto para sediar a Copa e as Olimpíadas. Naquele tempo o crescimento econômico foi alto devido a um boom na demanda pelos produtos primários. Agora, em 2014, as coisas são bem diferentes. A galinha caiou no chão.

Antony P. Mueller é Fundador do Continental Economics Institute, acadêmico adjunto do Mises Institute, diretor acadêmico do Instituto Ludwig von Mises Brasil e professor da UFS
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*Os artigos publicados em Duelos de Opinião não representam o posicionamento de Opera Mundi e são de responsabilidade de seus autores

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Transição nos EUA

Nosso movimento está apenas começando, diz Trump em mensagem de despedida

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Na véspera de encerrar seu mandato, presidente dos EUA disse que 'cumpriu promessas' e desejou 'sorte' a Joe Biden

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-19T22:42:00.000Z

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O presidente dos EUA, Donald Trump, que terá seu mandato encerrado amanhã, divulgou nesta terça-feira (19/01) uma mensagem de despedida e afirmou que o movimento iniciado por ele "está apenas começando".

"Enquanto nos preparamos para passar o poder para um novo governo ao meio-dia de quarta-feira, quero que vocês saibam que o movimento que nós iniciamos está apenas começando. Nunca houve nada igual", disse.

As declarações vem em meio a um processo de impeachment contra o republicano por ele ter incitado seus apoiadores durante uma manifestação que culminou na invasão do Congresso no dia da certificação da vitória de Joe Biden.

Trump condenou a invasão e disse que "todos os americanos ficaram horrorizados com a agressão ao nosso Capitólio". "Violência política é um ataque a tudo que prezamos como americanos. Isso nunca pode ser tolerado", afirmou.

Sorte, outsider e 'vírus chinês'

O republicano disse que cumpriu todas as promessas de campanha e chegou a desejar sorte ao próximo presidente, mas não mencionou o nome de Biden.

"Ao término do meu mandato como 43º presidente, estou orgulhoso de tudo o que conquistamos juntos. Nós fizemos o que viemos fazer e muito mais. Nesta semana, começamos um novo governo e rezamos por seu sucesso e pela manutenção de um país próspero e seguro. Desejamos que tenham sorte", disse.

White House
Na véspera de encerrar seu mandato, presidente dos EUA disse que 'cumpriu promessas' e desejou 'sorte' a Joe Biden

Segundo o Trump, ele concorreu à presidência porque "sabia que havia novos e altíssimos cumes nos EUA esperando para serem escalados".

"Quatro anos atrás, eu cheguei a Washington como o único outsider a vencer a presidência. Eu não me via como político, mas abri possibilidades infinitas", afirmou.

Sobre a pandemia da covid-19, Trump voltou a atacar a China chamando o novo coronavírus de "vírus chinês" e comemorou o que chamou de "rápido desenvolvimento" de uma vacina nos EUA contra a doença.

O republicano ainda celebrou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, a pressão imposta a outros países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e disse ter cumprido metas de "reforçar a segurança" na fronteira com o México.

*Com Ansa

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