Duelos de Opinião: Tsipras fez certo ao aceitar acordo com a União Europeia?
Breno Altman, diretor editoral de Opera Mundi, e Max Altman, colunista do site, discordam sobre atitude de Tsipras ante exigências de credores
A decisão do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, de aceitar o acordo com a União Europeia dividiu as opiniões de Breno Altman, diretor editoral de Opera Mundi, e de Max Altman, pai de Breno e colunista do site. A cisão entre pai e filho sobre postura do premiê ante às imposições dos credores e da Alemanha na negociação da dívida grega é o tema do Duelos de Opinião deste sábado (18/07).
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"Ele deveria ter dito não, resistir e ir à luta. Tsipras deixou passar a oportunidade de tomar uma decisão histórica. É evidente que romper com as exigências da troika traria para o povo grego terríveis dificuldades. No entato, ele poderia encontrar saídas a longo prazo e entrar na história como um grande líder de um povo que se rebelou e quer construir um novo caminho", afirma Max.
"Tsipras não conseguiu reunir forças internas e externas para dobrar o conselho europeu e o FMI. Mesmo com o plebiscito, ele não teve forças suficientes para que houvesse uma alternativa real às medidas de alteridade. Não há aparentemente condições internas na Grécia para aceitar o sacrifício econômico e político que seriam uma ruptura [com a União Europeia] dessa natureza", diz Breno.
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Breno Altman considera que foi "inevitável" a "rendição condicional" de Tsipras diante da UE. Por outro lado, para Max, o primeiro-ministro grego "baixou a cabeça e dobrou os joelhos" frente ao bloco.
Duelo de artigos: episódios históricos
Nesta semana, tanto Breno, quanto Max, escreveram para Opera Mundi artigos sobre o tema, comparando a situação atual à episódios históricos.
"Fidel Castro foi à Praça da Revolução e perguntou à multidão ali reunida se estava disposta a resistir. Resistiram, passaram fome, iam a pé para o trabalho pois não havia combustível para os veículos, assavam folha de bananeira à guisa de filé de carne, apagões diários e intermináveis", escreveu Max, recomendando ao premiê grego que se espelhasse na atuação do líder revolucionário cubano. Clique aqui e leia a opinião completa dele.
"Os russos assinaram o Tratado de Brest-Litovsk em 3 de março de 1918. A paz foi decisiva, nos meses seguintes, para o governo bolchevique enfrentar vitoriosamente a contrarrevolução. O chefe do Syriza vive encruzilhada de dramáticas semelhanças com este antigo episódio do século passado", comparou Breno. Clique aqui e leia o artigo completo dele.
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Max e Breno Altman, pai e filho, discordam sobre atitude de Tsipras ante exigências de credores