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Opinião

Após fracasso, EUA, Grupo de Lima e oposição venezuelana optarão pela solução militar

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Deve-se ter em mente que o objetivo principal dos EUA é evitar envolver o Conselho de Segurança das Nações Unidas, pois isso poderia conter qualquer plano para uma invasão, dadas as posições de Rússia e China de evitar uma opção militar na Venezuela

Álvaro Verzi Rangel

2019-02-25T12:50:00.000Z

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Fracassada a mal sucedida entrada do cavalo de Troia da "ajuda humanitária", o plano intervencionista dos EUA e da oposição venezuelana tentará encontrar abrigo sob o guarda-chuva da  Organização dos Estados Americanos (na verdade, do chamado Grupo de Lima), que formaria uma força conjunta para entrar na Venezuela de modo semelhante ao que foi feito no Haiti em 2004.

Sob a égide do vice-presidente Mike Pence, certamente este grupo alinhado com Washington vai acordar novas sanções contra a Venezuela para fechar ainda mais o cerco financeiro, à espera de um "falso positivo" de qualquer tipo de violência ou de uma reação negativa das Forças Armadas Nacional Bolivariano (FANB). Chama-se reação negativa não obedecer às ordens desse grupo de países.

Mas eles têm um grave problema: a unidade mostrada pelos militares venezuelanos gerou um "efeito rebote" sobre seus pares brasileiros e, acima de tudo, colombianos. A denúncia feita por Maduro da confissão do presidente colombiano Iván Duque a seu chefe norte-americano Donald Trump, em uma conversa telefônica, de que os militares colombianos não estariam dispostos a se envolver em um conflito (pelo menos aberto) com a Venezuela, é um obstáculo de peso na rota dos falcões de Washington.

O "roteiro" não está funcionando, talvez porque, apesar de criar uma realidade virtual, ainda há a realidade-real que forçou o conselheiro de Segurança Nacional John Bolton a cancelar a viagem para Coreia do Sul, para tratar das negociações com a Coreia do Norte sobre a questão nuclear, um tema básico para as aspirações de reeleição de Trump para novembro de 2020.

Enquanto isso, o representante especial para Venezuela, Elliot Abrams, insiste em uma operação como aquela realizada com os "contras" nicaraguenses durante o governo de Ronald Reagan, uma ação que exige um tempo de duração mais longo, o que não corresponde às exigências eleitorais do presidente tuiteiro.

Barack Obama previa que uma "solução final" para o conflito colombiano era um pré-requisito para o ataque à Venezuela. Mas o conflito colombiano está longe de ser resolvido e uma solução como a levantada por Abrams só iria intensificá-lo.

O poder real dos Estados Unidos, conformado pela associação dos ultraconservadorer com as grandes multinacionais de energia, farmacêuticas e de armamentos (entre outros), sabe que, como inexistem as pré-condições mencionadas na Colômbia, uma aventura desse tipo implica elevados riscos de acabar por desestabilizar seu "aliado carnal" antes da Venezuela.

O outro problema é o grau de organização do Chavismo, construída nos últimos 20 anos. O que não se fala sobre a história dos diferentes pontos da fronteira é a resistência partidária das organizações populares, onde homens e mulheres se envolveram, de jovens adolescentes a jovens com mais de sessenta anos. Grande parte da épica resistência de 23 de fevereiro foi realizada em onjunto pela FANB e as organizações populares.

O método das invasões e intervenções ilegais

Deve-se ter em mente que o objetivo principal dos EUA é evitar envolver o Conselho de Segurança das Nações Unidas, pois isso poderia conter qualquer plano para uma invasão, dadas as posições de Rússia e China de evitar uma opção militar na Venezuela.

É difícil que a OEA tome esta decisão (não há maioria, especialmente depois que de secretário-geral Luis Almagro participar da cerimônia em Cúcuta, o que irritou vários governos), e é por isso que os presidentes do Chile e do Paraguai, Sebastián Piñera e Mario Abdo, viajaram para a fronteira colombiana-venezuelana para apoiar as ações de seu colega colombiano Iván Duque e do Grupo de Lima, que se reúne segunda-feira em Bogotá.

Almagro tornou-se um problema devido a seu desejo contínuo de protagonismo: em nome da democracia impõe uma prática ou gestão ditatorial na OEA, sem consultar a todos os países ou aplicar as leis e regulamentos da organização pan-americana. Já a Comunidade do Caribe (Caricom) acusou-o – indiretamente – de autocrata e racista.

A ideia de criar vários pontos de coleta de ajuda humanitária buscava distrair o governo da Venezuela e cansá-lo na mobilização de forças e recursos. A inteligência venezuelana avaliou que o show da entrega de ajuda pela (nunca inaugurada) ponte "La Tiendita" seria uma possível distração para facilitar a entrada de forças paramilitares em outras áreas mal controlada de uma fronteira de mais de 2.200 quilômetros.

Os líderes da oposição Maria Corina Machado e Roderick Navarro coordenaram as ações de recolha de ajuda humanitária no Panamá e no Brasil, onde os governos desses países estão divididos entre a possibilidade de apoiar a intervenção militar. No Panamá, os norte-americanos preparam uma logística que abrigaria a suposta ajuda humanitária no Centro de Logística Regional de Assistência Humanitária das Nações Unidas, que o governo queria colocar à disposição da OEA.

A maior preocupação da Venezuela era que o show (com 500 mil pessoas segundo os organizadores e apenas 30 mil de acordo com jornalistas europeus) com artistas internacionais, presidentes e imprensa poderia levar a atos de violência, como forma de pressionar os militares venezuelanos.

Entre as informações com que contava a inteligência venezuelana estava a possibilidade de violência numa ação de um destacamento de atiradores estrangeiros com perfeita visibilidade a partir de áreas elevadas nas cercanias da ponte. Esses atiradores alvejariam voluntários, criando os chamados falsos-positivos que os governantes colombianos tanto apreciam.

É o mesmo modus operandi sangrento utilizado durante o golpe de estado contra Hugo Chávez em abril de 2002.

O poder paralelo

Pequenas estratégias fazem parte de uma trama maior com o objetivo de construir um poder paralelo na Venezuela. Esta é uma guerra de quinta geração, em um contexto de guerra midiática e de notícias falsas, que visa implementar (muitas vezes, infelizmente, com sucesso) um imaginário coletivo de que há uma guerra civil na Venezuela, que as pessoas estão passando fome nas ruas e que o governo assassina adversários à direita e à esquerda.

Praticamente decorados, criados a partir de estratégias repetidas em outros cenários, os discursos associados à oposição venezuelana – dos EUA, da Colômbia e de outros países – seguem o mesmo padrão da retórica messiânica copiado por Juan Guaidó de seu mentor Donald Trump. Eles não mostram nada de novo.

Compreender as suas lógicas e desarticular suas estratégias de manipulação e mentiras, em que o elemento comum é a falácia e a manipulação permanente por meio de falsidades difundidas pelos meios de comunicação e pelas redes digitais, representa uma ação fundamental na ruptura do poder comunicacional a que as oposição venezuelana aspira. 

É comum encontrar em várias declarações na mídia sobre como Nicolás Maduro impede o acesso à ajuda humanitária, “porque ele nega que a nação esteja enfrentando uma crise”. Essa é uma das afirmações mais recorrentes, mesmo que muitas vezes o chavismo tenha reconhecido a existência de graves problemas econômicos e sociais do país, causados em grande parte pelas pesadas restrições financeiras impostas pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, o sinistro uso de valores universalmente reconhecidos, como a liberdade, a democracia ou humanitarismo, busca legitimar a violação da legalidade, o desrespeito à  Constituição e a rejeição das regras mais básicas de convivência política.

O ex-vice-chanceler Kintto Lucas questionou as intenções dos líderes da direita internacional e dos grandes meios de comunicação, especialmente dos EUA, ao utilizar a população como escudo humano, estimulando os confrontos a pretexto de uma ajuda humanitária que "não significa nada": não serviria nem mesmo por alguns dias.

"Se querem ajudar a Venezuela, que desbloqueiem suas contas, não compliquem a possibilidade de fazer suas compras e vendas no exterior, não faça um boicote ao petróleo", acrescentou.

"É ingênuo pensar que os Estados Unidos querem restaurar a democracia na Venezuela", disse o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que alertou que a interferência ilegítima e ameaça de uso da força por Washington, com a colaboração do governo de Jair Bolsonaro, pode amanhã ser feita contra o Brasil. As mudanças políticas devem vir através do diálogo e não através de gestos unilaterais, fortemente inspirados por interesses exógenos, motivados por interesses geoestratégicos. Não se pode esquecer que a Venezuela tem a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, alertou ele.

"O Brasil não pode aceitar um projeto de 'mudança de regime' patrocinado pela maior superpotência, com base em um conceito ultrapassado de segurança hemisférica, em uma repetição da Doutrina Monroe, objecto de referências elogiosas feitas pelo primeiro-secretário do governo Trump, Rex Tillerson. Isso não significa ignorar as críticas ao governo de Maduro", acrescentou.

Armas para Guaidó e Colômbia

Quem inspecionou o que há dentro das caixas da chamada “ajuda humanitária” que veio dos EUA? Alimentos, rações desidratadas, medicamentos? Armas? Essas especulações assumem uma dimensão importante diante da reiterada resistência da Cruz Vermelha Internacional em participar da operação.

De acordo com o porta-voz do Ministério do Exterior russo, Maria Zarajova, entre as empresas envolvidas na transferência de armas e munição para a oposição venezuelana estão a Antonov, estatal fabricante de aviões da Ucrânia, e a Air Bridge Cargo ABC. Segundo fontes de inteligência, armas e munição da Polônia chegariam à Colômbia no início de março.

A Air Bridge Cargo é uma subsidiária da Volga-Dnepr, grupo de transporte de carga aérea que mobiliza locomotivas, helicópteros e até outras aeronaves. Seu capital é russo e sua sede fica em Moscou, embora tenha escritórios de operações e vendas nos EUA, na Grã-Bretanha e na União Europeia. A Volga-Dnepr tem sido uma fornecedora de serviços para a ONU e para o comando de transportes do Pentágono (USTRANSCOM), para quem executou cerca de 13.000 missões com equipamentos militares entre 2000 e 2014.

De acordo com fontes da inteligência, em agosto 2015 a Volga pagou ao general Michael Flynn mais de 11 mil dólares por uma conferência. O ex-militar era um membro da equipe de campanha Trump e anteriormente, até 2014, havia sido diretor da DIA, a agência da inteligência militar. Em janeiro de 2017, Trump o designou conselheiro de segurança nacional, embora ele tenha ficado apenas 24 dias no cargo, depois de comprovados os pagamentos que ele havia recebido de entidades russas como parte da suposta interferência russa na campanha eleitoral para impedir a vitória de Hillary Clinton.

A trama, portanto, envolve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que tem dificultado a manutenção dos aviões Antonov (herança soviética) e, por outra parte, o papel da Air Bridge, que, ao usar aviões Boeing 747-8, permitiu a sobrevivência da gigante de aviação dos EUA.

Colofão

Apesar de toda a exibição de terror da mídia internacional, ficou claro que existe apenas um governo na Venezuela, o constitucional de Nicolás Maduro, e um povo organizado e determinado a defender a Revolução Bolivariana, apesar da grave crise socioeconômica e para além dos erros e deficiências de seus atuais governantes.

Nenhum carregamento com a alegada ajuda humanitária dos EUA conseguiu entrar neste sábado na Venezuela a partir das fronteiras com Colômbia, Brasil, Curaçao ou Porto Rico.

Juan Guaidó, o presidente interino autoproclamado, pode tirar uma foto (sem ficar fora do palco) com outros líderes como Sebastián Pinera, Iván Duque, Mario Abdo e altos funcionários dos EUA em Cúcuta, com quem compartilhou a frustração de uma operação "made in USA". Voltará ele à Venezuela ou irá se autoproclamar presidente no exílio?

Guaidó havia declarado o dia 23 de fevereiro como o "dia D" venezuelano, quando a "ajuda humanitária" dos EUA entraria no país e a mudança de poder estaria próxima. A realidade: nada disso aconteceu.

Defesa da democracia? Ninguém pode acreditar numa história dessas. Os europeus retiraram seu apoio à operação quando se convenceram de que ela não levaria a nenhuma eleição, como eles pediam. E a partir daí ocorreu o cancelamento das operações das ilhas do Caribe e o recuo brasileiro.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse no domingo que os dias de Maduro "estão contados". "As previsões são difíceis. Escolher os dias exatos é difícil ", disse Pompeo na CNN. "Eu confio que o povo venezuelano vai garantir que os dias de Maduro estejam contados", disse ele, tentando atenuar o fracasso.

Não se deve descartar que a oposição radical tente novamente o terror de rua, como o fez em 2002, 2014 e 2017 (com a sequela de centenas de mortos), criando o imaginário coletivo de uma necessidade de intervenção de forças estrangeiras. E o governo colombiano parece determinado a continuar emprestando seu território para uma operação intervencionista, em troca de milhões de dólares para o Plano Colômbia.

* Sociólogo venezuelano, codiretor do Observatório de Comunicação e Democracia do Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE, www.estrategia.la)

Estrategia.la
Maduro e membros da FANB: oposição, EUA e Grupo de Lima vão tentar solução militar
Análise

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Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

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O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

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O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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