Enquanto “cancelamos” uns aos outros em intermináveis debates sobre locais de fala, locais de repouso em Paris ou locais de ação no que sobrou da democracia, a direita fascista segue cancelando CPFs e montando o maior partido do Brasil. Já vivemos numa ditadura do baixo oficialato ultraliberal e conservador. É unidade ou morte.
Para quem não está por dentro, cancelamento é a palavra da moda na militância digital. Significa não ouvir mais alguém por divergência de opinião. No jargão dos esquadrões da morte cancelar CPF é matar a sangue frio.
José Dirceu (PT) publicou um texto no qual afirma que o Brasil caminha para uma ditadura militar. Cid Gomes (PDT), senador mais votado da história do CE, foi baleado num enfrentamento contra PMs amotinados e encapuzados que pedem aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT).
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Senador licenciado Cid Gomes foi baleado por policiais encapuzados em Sobral (CE)
Uma rápida passada nas redes dos deputados bolsonaristas dá a dica: pressionam o governo para levar os avanços do presidente para os militares locais. O principal candidato da oposição é um capitão da PM a favor do motim. Sim, 3 foram presos sabotando uma viatura. Estavam armados. Houve toque de recolher.
Bolsonaro começou sua trajetória discursando pelo soldo e contra o fim do regime militar. O PM prefeitável acabou de chegar no Ceará acompanhado de dois parlamentares. Uma major e um capitão ambos militares. Ela acabou de retuitar que o tiro foi em legítima defesa.
Só para lembrar. O tiro foi disparado em Sobral, terceira maior economia do interior nordestino. Bolsonaro perdeu por pouco em Fortaleza. Fez 44% dos votos no segundo turno na sexta maior capital do país. Uma vitória se olharmos o conjunto do NE.
Repito, há uma ditadura no poder. Eleita nas urnas. Ou paramos de nos “cancelar” ou eles cancelarão os CPFs de quem ousar pensar diferente. Unidade ou morte.