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Opinião

75 anos de Lula: sobre seu lugar histórico

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Esquerda brasileira, desde a greve geral de 1917, produziu somente três grandes lideranças nacionais - uma delas é Luiz Inácio Lula da Silva

Breno Altman

São Paulo (Brasil)
2020-10-27T13:31:20.000Z

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A esquerda brasileira, em cem anos, desde a greve geral de 1917, produziu somente três grandes lideranças nacionais, capazes de ter suficiente apoio para assumir protagonismo e comandar o país.

A primeira delas, a mais heroica, foi Luiz Carlos Prestes, principal figura dos levantes tenentistas. Seu período de real influência foi dos anos 20 até os 60. Chefiou a coluna que levaria seu nome, conduziu a insurreição de 1935, passou quase dez anos preso e, apesar da clandestinidade e do clima anticomunista da guerra fria, além dos graves erros cometidos por seu partido e por si mesmo, desempenhou papel de relevo até o golpe de 1964. Não é à toa que encabeçava a primeira lista de cassação da ditadura.

A segunda foi Leonel Brizola. Por seu papel na crise de 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul e comandou a resistência que derrotaria o golpe militar em andamento contra a posse de João Goulart, vice do renunciante Jânio Quadros, transformou-se em referência central do trabalhismo, a partir de uma perspectiva nacional-revolucionária que levaria amplas frações dessa corrente, fundada por Getúlio Vargas, ao campo de esquerda. Era a grande alternativa eleitoral das forças populares para o pleito de 1965: em boa medida, a reação militar-fascista se deu para barrar sua caminhada. Desde o retorno do exílio, em 1979, foi perdendo protagonismo, particularmente após 1989, quando não teve votos para passar ao segundo turno das primeiras eleições presidenciais desde o golpe de 1964.

A terceira é Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário de seus antecessores, chegou à Presidência da República. Filho do movimento operário e popular que emergiu nos anos 70, seu líder incontestável, logrou forjar base social e eleitoral para, pela primeira vez na história brasileira, levar a esquerda e um partido orgânico da classe trabalhadora à direção do Estado.

Antes que alguém reclame, a nominata não inclui Getúlio Vargas porque o mentor do trabalhismo não era nem nunca se reivindicou de esquerda. Sua trajetória é a de um chefe do nacionalismo burguês que, em seu segundo mandato presidencial, rompeu com os setores hegemônicos da classe à qual pertencia e deu curso a uma inconclusa transição para o campo popular e anti-imperialista.

Tampouco inclui Jango, pelas mesmas razões, e por sua força política não ir muito além do legado getulista.

Também Dilma Rousseff está fora dessa tríade. Mesmo eleita e reeleita presidente, sua ascensão, em que pese biografia de bravura e dedicação, é essencialmente um caso de poder derivado, expressão legítima da liderança e do projeto construídos por Lula e o PT, para os quais contribuiu decisivamente.

Retomando o fio da meada: apenas três protagonistas de esquerda em cem anos.  Não seria motivo suficiente para, apesar de críticas e discordâncias eventualmente procedentes, o conjunto das forças progressistas tratar esses personagens com a prudência devida aos nossos maiores patrimônios?

Mesmo que os listados tenham distintos alinhamentos ideológicos, é inegável seu papel comum, cada qual em um ciclo determinado, de simbolizar a esperança e a unidade do povo contra a oligarquia. Mais que isso, a possibilidade real de derrotá-la.

Dos três, apenas Lula segue vivo e em função.

Como os demais, é nossa dor e nossa delicia. Sofremos com possíveis vacilações e erros, lamentando e até nos revoltando contra certas decisões que parecem desastrosas, além de apoiarmos e aplaudirmos tudo o que fez de positivo. Mas, como cada um de seus antecessores, representa o que de melhor o povo brasileiro conseguiu produzir em sua longa luta emancipatória.

Por essas e outras, defender Lula contra os inimigos de classe é tão importante. A burguesia o ataca com tamanha intensidade exatamente pela esperança que representa junto à classe trabalhadora. Porque ele continua a expressar o caminho mais visível para os pobres da cidade e do campo se imporem sobre os interesses oligárquicos.

Quem não consegue entender isso, e se julga de esquerda, deixa-se paralisar pelo sectarismo, vira as costas para a história e, infelizmente, joga o jogo que a direita joga.

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Coronavírus

Coronavírus na África: siga, com mapas e gráficos, a situação da pandemia no continente

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Em mapas e gráficos interativos, é possível acompanhar a evolução da pandemia da covid-19 nos países africanos

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-02-26T22:00:00.000Z

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Em mais um recurso para a cobertura da pandemia do novo coronavírus, Opera Mundi selecionou mapas e gráficos elaborados pelo site Our World in Data, um projeto vinculado à Universidade de Oxford, no Reino Unido, pelo qual é possível acompanhar as últimas atualizações da covid-19 na África.

Os gráficos e mapas estão em inglês e têm uma defasagem máxima de 24 horas. Os dados que os alimentam são coletados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da União Europeia.

Passe o mouse ou clique nas linhas para ver os números. Você também pode obter informações de cada país passando o mouse dentro do mapa. Se você quiser assistir a uma animação que mostra as evoluções, basta clicar no símbolo de play ( ) no pé de cada gráfico.


Corrida da vacina: quais países já começaram a imunizar contra a covid-19?


É possível acompanhar a situação do Brasil durante a pandemia com gráficos e mapas aqui. A evolução da pandemia a nível global está disponível aqui.

Antes, abaixo, você vê a tradução do nome dos países do inglês para o português. Arraste a tabela para o lado, se precisar:

InglêsPortuguêsInglêsPortuguês
AlgeriaArgéliaLiberiaLibéria
AngolaAngolaLibyaLíbia
BeninBenimMadagascarMadagascar
BotswanaBotswanaMalawiMalawi
Burkina FasoBurkina FasoMaliMali
BurundiBurundiMauritaniaMauritânia
Cabo VerdeCabo VerdeMauritiusMaurícia
CameroonCamarõesMoroccoMarrocos
Central African RepublicRep. Centro-AfricanaMozambiqueMoçambique
ChadChadeNamibiaNamíbia
ComorosIlha de ComoresNigerNíger
Congo, Dem. Rep. of theRep. Democr. do CongoNigeriaNigéria
Congo, Republic of theRepública do CongoRwandaRuanda
Cote d'IvoireCosta do MarfimSao Tome and PrincipeSão Tomé e Príncipe
DjiboutiDjiboutiSenegalSenegal
EgyptEgitoSeychellesIlhas Seychelles
Equatorial GuineaGuiné EquatorialSierra LeoneSerra Leoa
EritreaEritreiaSomaliaSomália
EswatiniEswatiniSouth AfricaÁfrica do Sul
EthiopiaEtiópiaSouth SudanSudão do Sul
GabonGabãoSudanSudão
GambiaGâmbiaTanzaniaTanzânia
GhanaGanaTogoTogo
GuineaGuinéTunisiaTunísia
Guinea-BissauGuiné-BissauUgandaUganda
KenyaQuêniaZambiaZâmbia
LesothoLesotoZimbabweZimbábue


Novos casos

Neste mapa, você vê quantos novos casos já foram confirmados no continente africano. Passe o mouse ou clique em cada país (se você estiver no celular) para ver o número.

Evolução de casos

Por este gráfico, é possível acompanhar a evolução dos casos nos países onde há dados disponíveis.

Casos em comparação com outros continentes

Neste gráfico, você consegue comparar a quantidade de casos na África com outros continentes. É possível analisar os números africanos em relação aos da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceania.

Número de mortes

Neste mapa, você vê o número total de mortos por covid-19 na África. Até o momento, países da região norte lideram em número de vítimas. Passe o mouse ou clique em cada país (se você estiver no celular) para ver o número.

Evolução de mortes

Por este gráfico, é possível acompanhar a evolução das mortes nos países onde há dados disponíveis.

Mortes por milhão de habitantes

Neste gráfico, você consegue acompanhar a quantidade de mortes em decorrência do novo coronavírus em proporção para cada milhão de habitantes do continente. (Tradução: x.x deaths por million = x.x mortes por milhão)

Mortes em comparação com outros continentes

Neste gráfico, você consegue comparar a quantidade de mortes por covid-19 na África com outros continentes. É possível analisar os números africanos em relação aos da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceania.

Curva de casos

O gráfico logarítmico abaixo mostra como a curva de casos confirmados na África está evoluindo, ao mesmo tempo, a compara com alguns dos países mais afetados pelo coronavírus do mundo.

Este gráfico contém outros países que não estão na África para efeito de comparação (United States = Estados Unidos; Spain = Espanha; Italy = Itália; Brazil = Brasil).

Curva de mortes

O gráfico logarítmico abaixo mostra como a curva de mortes por coronavírus confirmadas da África está evoluindo, ao mesmo tempo, a compara com alguns dos países mais afetados pelo coronavírus do mundo. 

Este gráfico contém outros países que não estão na África para efeito de comparação (United States = Estados Unidos; Spain = Espanha; Italy = Itália; Brazil = Brasil)


Saúde

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