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Opinião

Nem todo o Brasil quer desaparecer

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Parafraseando a live de final de ano de Caetano Veloso: We are Alive! Estamos vivos! E dispostos a resistir

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2020-12-20T14:00:00.000Z

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No ritmo atual, chegaremos à trágica marca de 200 mil mortos pela gripezinha ainda ao longo desta semana. E apesar de apenas metade da população considerar que o capitão tem responsabilidade direta nesse genocídio, setores significativos do mundo político e social começam a reagir ao projeto de destruição do país.

A semana que passou mostra que, mal assentada a poeira das eleições, a parcela democrática e progressista da sociedade brasileira está desacorçoada, mas não está morta.

A pressão de governadores e da esmagadora maioria dos epidemiologistas, além da evidência de que até heróis do bolsonaro/trumpismo como o vice Mike Pence e o sátrapa da Rússia, Putin, vão se vacinar sem medo de virar jacaré ou falar fino, estão começando a movimentar placas tectônicas no regime militar.

A votação do Supremo por 10 a 1 (coincidentemente, o indicado pelo capitão) para assentar que a vacina não é compulsória, mas seu atestado pode ser exigido para realizar atividades da vida cotidiana, como viajar ou frequentar clubes, assim como já ocorre com outras vacinas, foi outra vitória para aqueles que não acham que a mortandade massiva de idosos e pobres é benéfica para a economia.

Também na sensível e estratégica área de educação, esta semana nos trouxe um alívio, provisório como todos, mas muito importante.

O leitor talvez se lembre que, poucos meses atrás, era a própria continuidade do Fundeb, cuja regulamentação venceria neste final de ano, que estava em sério risco, mercê da posição claramente anti-educacional do desgoverno que nos assola.

Fundeb é a sigla do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, que apoia financeiramente a melhoria das atividades educacionais, inclusive da educação básica e de jovens e adultos. 

FotosPúblicas
Até heróis do bolsonaro/trumpismo, como o vice Mike Pence, vão se vacinar sem medo de virar jacaré

A intensa pressão dos educadores do país – e de muitos prefeitos - sensibilizou o Congresso a aprovar a nova regulamentação em caráter de urgência de forma a não privar os municípios, especialmente os mais pobres, desses recursos fundamentais.

Como ocorre com frequência, alguns deputados incluíram no projeto os famosos “jabutis”, entre eles a possibilidade de que os recursos apoiassem também estabelecimentos privados e religiosos.

O senado reestabeleceu a norma constitucional, limpando a proposta dos jabutis ou, para usar a linguagem do momento, os vírus privatizantes.

Não basta insistir que o nível da educação brasileira, notadamente no ensino básico, fundamental e médio, deixa muito a desejar. É preciso oferecer condições para que estados e municípios consigam promover avanços concretos e progressivos.

Parafraseando a “live” de final de ano de Caetano Veloso: We are Alive! Estamos vivos! E dispostos a resistir.

*Carlos Ferreira Martins é Professor Titular do IAU USP São Carlos

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Notas internacionais

Posse de Biden terá ruas fechadas, muro em volta do Capitólio e Guarda Nacional

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Premiê da Itália enfrenta moção de confiança no Senado; PIB chinês tem balanço positivo; destaques desta terça-feira (19/01)

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-01-19T17:15:00.000Z

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- Ingrediente Farmacêutico Ativo – IFA – um novo termo que passa a fazer parte de nossas análises em tempos de pandemia e corrida mundial por vacinas. O material, nomeado em inglês como Active Pharmaceutical Ingredient, é a base ou a “liga” das vacinas. Sem ele não há vacina. Em um planeta de bilhões de pessoas precisando ser vacinadas, o IFA virou ouro, a demanda para sua compra é gigantesca e seus maiores fornecedores vêm da Ásia: China e Índia. Andei lendo a imprensa asiática e percebi que a exportação do IFA é tema quente na disputa por liderança regional que marca hoje a relação entre Índia e China. A imprensa asiática comemora o aumento em 18% das vendas do material pela Índia em 2020 após o “ocidente” retaliar a China por uma suposta negligência com relação ao surgimento do coronavírus em Wuhan. É a narrativa do “vírus chinês” interferindo no mercado de fármacos e beneficiando a Índia, embora quando olhamos os números vemos que a Índia importa grande parte do IFA que revende da própria China. É como se para uma parte do ocidente, presa em uma narrativa anti-China, fosse mais “limpo” comprar da Índia. Enfim, uma grande guerra comercial em curso e um grande esforço indiano para potencializar sua já grande (terceira do mundo) indústria farmacêutica. Fato é que neste momento o Brasil depende completamente da chegada desse material para que o Butantan e a Fiocruz possam prosseguir na fabricação das vacinas que imunizarão a população brasileira.

- O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, enfrentou e venceu ontem (18/01) mais uma votação de moção de confiança na Câmara dos Deputados do país. A votação prossegue hoje no Senado. Entre deputadas e deputados, o resultado ficou em 321 contra 259 pela manutenção do governo de Conte. Foram 27 os que se abstiveram de votar. Apoiando Conte estão os partidos Movimento 5 Estrelas, PD (Partido Democrático) e o Livres e Iguais. Na oposição votaram os partidos Itália Viva e os mais à direita: Liga, Irmãos de Itália e Força Itália. A crise foi causada pelo rompimento do ex-premiê e hoje senador Matteo Renzi, líder do partido Itália Viva, que semana passada anunciou a saída de duas ministras de seu partido do governo de Conte, a ministra da Agricultura, Teresa Bellanova, e a ministra da Família, Elena Bonetti. Com as saídas, a coalizão governista deixou de ter maioria no Parlamento. A desavença gira principalmente em torno de como a Itália vai aplicar os 200 bilhões de euros concedidos pela União Europeia, dentro do plano aprovado para a recuperação econômica do bloco. Segundo Renzi, o plano está centralizado nas mãos de Conte e com pouca possibilidade de participação dos outros partidos nas decisões. O partido de Renzi, o Itália Viva, é uma dissidência do Partido Democrático e teve 3% de votos nas eleições de 2018. A ação de Renzi deixou Salvini animado com a possibilidade de convocação de eleições antecipadas.

- Mesmo em um ano pandêmico como o de 2020, o balanço final do PIB chinês foi positivo e na casa dos 2,3% de crescimento econômico. No primeiro trimestre de 2020, quando o país era o epicentro do surto por um novo tipo de coronavírus, sua economia chegou a cair 6,8%. Mas a recuperação veio nos trimestres seguintes, com mais força no último (6,5%). Somente a produção industrial registrou um avanço em 2020 de 7,3%. O anúncio foi feito pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China no dia de ontem (18/01).

- Acontecerá amanhã (20/01) a posse do novo presidente dos EUA. Os democratas Joe Biden e Kamalla Harris tomarão posse dentro de um esquema de segurança não muito comum nas últimas posses presidenciais dos EUA. Ruas e avenidas fechadas, um muro de quatro metros envolve o Capitólio, e uma presença massiva de Guardas Nacionais, polícia local, polícia do capitólio. Fala-se em um contingente de 25 mil da Guarda Nacional, número maior do que as tropas norte-americanas hoje posicionadas no Iraque e no Afeganistão juntas. O presidente Trump não estará na cerimônia. Ele deixará Washington ainda hoje rumo ao seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida. Entre as suas últimas ações no dia de ontem houve uma liberação para entrada de viajantes nos EUA, Brasil incluído, apesar da atual gravidade da pandemia, a partir do dia 26 de janeiro. Logo que saiu tal resolução, a porta-voz de Biden anunciou que essa medida será revogada e que na verdade as restrições de entrada no país serão aumentadas diante da crise do coronavírus ainda em alta com uma média de 4 mil mortos por dia no país. Também é aguardada a lista de indultos de Trump como último ato na presidência.

- O Peru se prepara para eleições em abril. A presidente do Congresso peruano, Mirtha Vázquez, anunciou ontem (18/01) um protocolo sanitário para vigorar durante a campanha e o pleito. O Peru ainda é um dos países mais atingidos pelo coronavírus na América do Sul. Mirtha assumiu a presidência do Parlamento logo que o então presidente Francisco Sagasti assumiu a presidência do país dado o vácuo político deixado pelo impeachment de Martin Vizcarra e a renúncia de Manuel Merino. Ela era vice-presidente na chapa que elegeu Sagasti. As eleições no Peru vão acontecer em 11 de abril. Se houver segundo turno será em 6 de junho. Serão eleitos o/a presidente, dois vices, 130 parlamentares e 5 parlamentares andinos para o período que vai de 2021 a 2026. Uma última pesquisa Ipsos aponta que ainda há indefinição em 25% do eleitorado peruanos sobre o candidato em que votarão. As intenções de voto aparecem assim: George Forsyth (ex-jogador de futebol, partido Vitória Nacional) com 17%, Keiko Fujimori (filha de Alberto Fujimori, candidata pela terceira vez, partido Força Popular) com 8%, Verónika Mendoza (psicóloga/antropóloga de esquerda, partido Novo Peru) com 7%, Julio Guzmán (economista/centrista, Partido Morado) com 7%, e Daniel Uresti (militar aposentado, partido Podemos Peru) com 6%. O Peru está neste momento vivendo uma greve de médicos e profissionais da área de saúde em geral. Os hospitais estão em colapso com falta de oxigênio e leitos de UTI, semelhante ao que ocorre em Manaus. O país conta com quase 40 mil mortos pelo coronavírus.

- O Chile também tem eleições presidenciais em novembro de 2021. Ontem foram anunciados novos “sondeos”, sondagens de opinião pública, pelo instituto Cadem. O comunista do PC chileno, Daniel Jadue, divide a liderança nas preferências espontâneas do eleitorado com Joaquín Lavín da UDI, com 7% cada. São seguidos por Evelyn Matthei, 4%, Sebastián Sichel, 4%, José Antonio Kast, 3%, e Pamela Jiles, 2%. No entanto, a aprovação de Jadue caiu de 47% para 39% e quando perguntados sobre quem acreditam que será eleito, os números apontam 15% para Lavín, contra 6% de Jadue. Foram feitas questões também sobre a nova candidata, Paula Narváez, do PS, ex-ministra de Bachelet que apareceu com 30% de aprovação. Piñera aparece com aprovação de 17% e desaprovação de 72%. Jadue pode ter sido atingido pela exploração midiática do assim chamado “caso Luminarias”. Trata-se de uma investigação que está sendo feita nos contratos de iluminação pública em vários municípios e um deles é o da Recoleta, município governado por Jadue. Embora não exista nenhuma prova de corrupção cometida pela administração, a imprensa chilena está explorando o caso para diminuir a aprovação do comunista. Outro destaque do momento na corrida presidencial é a candidatura Paula Narváez, que foi ministra no segundo governo Bachelet e funcionária da ONU Mulheres hoje em dia. Narváez é da esquerda do partido socialista e herda o legado de Bachelet.

- Além das presidenciais, o Chile terá no dia 11 de abril a eleição das/dos representantes constituintes. Eles farão a elaboração da nova Constituinte do país. No mesmo dia, os/as chilenos votarão para governadores regionais, prefeitos e vereadores. Serão quatro cédulas. Estão inscritas 101 chapas, sendo 79 delas para constituintes. Cada uma dessas listas será correspondida a uma letra do alfabeto e a combinação das letras define o voto do cidadão.

- Chegam notícias de que a Índia vai começar a exportação de sua vacina, mas o Brasil ainda não consta da lista de países receptores das doses do imunizantes. Estão lá na lista o Bangladesh, Butão, Ilhas Maldivas, Nepal, Mianmar, Sri Lanka, Afeganistão e Ilhas Seychelles. 

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