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Opinião

Quem perde, quem ganha

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Na mesma semana em o Brasil foi eleito o pior país no combate à pandemia, quem será que ganhou com a elevação de “leite condensado” a trending topic?

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2021-01-31T14:27:14.000Z

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Nesta semana a oposição nas redes sociais se esqueceu abruptamente do holocausto de Manaus e da batalha do governo federal contra a vacinação, porque alguém sugeriu um petisco mais saboroso e adequado à dinâmica do consumo fácil e da adjetivação inócua.

E assim muita gente pode se deliciar com a própria indignação, e se orgulhar da própria superioridade moral, ao saber do “escândalo do leite condensado” ou da alfafa, sem pensar um minuto, apesar do alerta de algumas poucas vozes isoladas, nas dificuldades de analisar compras públicas com dados nesse nível de agregação (compras nacionais).

Sem descartar que é altamente improvável não existirem episódios de superfaturamento ou compras inadequadas numa lista anual do governo federal, o que deveria ser avaliado, pelos que se colocam numa perspectiva de defesa da democracia e de algum resto de política social no país, é a quem aproveita essa dinâmica da continua mudança de foco das redes sociais em que a velocidade de mudança dos temas é diretamente proporcional à intensidade de reverberação.

No direto: quem ganhou com o súbito silêncio sobre o holocausto de Manaus, sobre a guerra contra as vacinas, sobre o orgulho de ser pária internacional e seu agravamento agora que papai Trump se foi?

É certo que a queda de popularidade de Bolsonaro nas pesquisas não chegou a ser o “derretimento” ou a “despencada” de algumas manchetes, mas ela foi a mais significativa de todo o mandato. E estava diretamente associada à percepção da desastrosa condução da pandemia.

Na mesma semana em que uma instituição de pesquisa australiana colocou o Brasil como o pior dos 98 países analisados no quesito combate à pandemia, quem será que ganhou com a elevação de “leite condensado” a trending topic (assunto mais comentado) no Twitter?

Esse entusiasmo com a possibilidade de denúncia de corrupção envolvendo o governo federal e as forças armadas também afastou da memória social as perguntas já esmaecidas sobre o Queiroz, os depósitos na conta da primeira-dama, os esquemas milionários de lavagem de dinheiro do clã.

Também seria o caso de se perguntar se o canhestrismo das respostas dos porta-vozes militares (o rejuvenescimento da tropa e que tais) é manifestação de incompetência ou reconhecimento da conveniência de manter esse assunto no centro da cena.

O leite condensado serviu objetivamente para ofuscar o holocausto que ameaça deixar de ser apenas amazônico, a ameaça de venda do Banco do Brasil, o desmonte preparatório para a privatização da Eletrobrás e o risco de convulsão social que o fim do auxílio emergencial poderá provocar.

Dizia mestre Millôr que livre pensar é só pensar. Essa liberdade também está rareando no país dos sub-Bannons.

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Sociedade

Número de vítimas de pedofilia dentro da Igreja pode chegar a 10 mil na França

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Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-03-02T22:41:00.000Z

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Desde 1950, 10.000 crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violências sexuais cometidas por membros da Igreja Católica na França. Essa é a estimativa do presidente da comissão independente que investiga a pedofilia dentro da maior instituição religiosa no país. 

A comissão foi criada em 2018 pelo episcopado francês e institutos religiosos após diversos escândalos no país. Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país. A estimativa foi feita a partir dos relatos recolhidos.

O número de crianças e adolescentes sexualmente abusados, no entanto, ainda pode mudar. “Nossa campanha está pedindo testemunhos, certamente não reuniu a totalidade [de vítimas]”, afirmou o presidente da comissão Jean-Marc Sauvé nesta terça-feira (02/03). “A grande pergunta neste momento é qual o percentual de vítimas que atingimos. 25%? 10%? 5%?”, completou.

O presidente da comissão não informou quantos são os possíveis agressores envolvidos. Segundo ele, no entanto, "em várias instituições católicas ou comunidades religiosas, tem havido um verdadeiro sistema de abuso, mas esta situação representa uma minoria muito pequena dos casos de que ouvimos falar".

Pxhere
Cerca de 10.000 possíveis vítimas de pedofilia cometida por membros da Igreja Católica na França foram identificadas desde 1950

O relatório final com recomendações de práticas de combate à pedofilia na Igreja deve ser divulgado em setembro. 

Responsabilidade pelo passado

Em fevereiro, a Conferência de Bispos da França reuniu 120 representantes ao longo de três dias para discutir a responsabilidade nos casos de pedofilia do passado. A discussão terminou sem nenhuma decisão prática.

"Nós concordamos todos que, no passado, houve falhas na gestão das coisas, sem falar dos crimes cometidos", afirmou o Monsenhor Luc Ravel. "Mas ainda estamos divididos sobre a noção de responsabilidade coletiva em relação ao passado. Alguns acreditam que é preciso solidariedade em relação às gerações precedentes", disse na ocasião da conferência.

Os 120 bispos devem se encontrar novamente no final deste mês para votar um dispositivo de reconhecimento do sofrimento vivido pelas vítimas que, se aprovado, pode prever medidas financeiras, criação de monumentos e políticas de prevenção à pedofilia.

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