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Opinião

A candura do general

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Surpreende a 'candura' com que Villas Boas diz que o tuite exigindo que STF negasse habeas corpus a Lula tenha sido discutido com o alto comando militar

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2021-02-14T14:00:04.000Z

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A literatura latino-americana tem alguns de seus títulos mais lembrados dedicados às desventuras de oficiais militares, sempre muito presentes nas vidas de seus conterrâneos.

Do labirinto do general ao coronel a quem ninguém escrevia, as narrativas ficcionais sempre se serviram desses personagens, de quem não se pode dizer que qualquer semelhança com a vida real fosse mera coincidência, para escrever a história, em geral infeliz, desses países porfirianamente perto dos EUA e longe de Deus.

Reminiscências inescapáveis quando se publica Villas Bôas: Conversa com o Comandante, livro recém editado pela Fundação Getúlio Vargas, na sua já longa contribuição à história oral do Brasil.

Quem é próximo das questões da história oral reconhece suas limitações metodológicas, a prevalência da visão subjetiva e o caráter construído das próprias memórias, entre eles. 

Neste caso, a essas características se agrega a circunstância, sempre lamentável do ponto de vista pessoal, de que ele sofre de ELA, doença que afeta o sistema nervoso e prejudica tanto os movimentos físicos quanto as funções cerebrais. 

Neste caso, o responsável pelas 13 horas de entrevistas lembra que, embora com incômodo físico e dificuldade para respirar, o ex-comandante chefe das Forças Armadas estava lúcido.

Por isso, surpreende a candura com que afirma as boas intenções e informa, espontaneamente, que conversou com o vice-presidente Temer sobre o futuro impeachment de Dilma Rousseff ou que indicou o Gal. Etchegoyen para o Gabinete de Segurança Institucional de Temer presidente.

Também lhe parece absolutamente natural que o Chefe das Forças Armadas convoque os candidatos a presidente da República para “conversar sobre os programas de governo”.

Mas a cereja do bolo é a informação de que o famoso tuite de abril de 2018, em que exige do STF a negação do habeas corpus de Lula, não foi uma decisão pessoal, mas um texto discutido com todo o alto comando militar do país. 

Cabe agora aos defensores da tese de que estamos em um regime democrático no qual as instituições funcionam normalmente, explicar se terá sido algum efeito colateral da doença do general o que o levou a corroborar as “teorias conspiratórias” de esquerdistas inconformados.

Para os que gostam da ideia de que a história se diverte com ironias, não passará em branco a coincidência entre a divulgação das memórias do general e a decisão do STF de negar o mal chamado” direito ao esquecimento”.

De um lado não se poderá alegar que a intervenção militar no passado recente do país é fruto de algum autor tardiamente envolvido no realismo fantástico. De outro, o ex-ministro Moro não tem mais suporte legal para esquecer as horas e horas de conversas gravadas. 

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Coronavírus

Covid-19: taxa de transmissão volta a subir no Brasil e aponta aceleração da pandemia

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Projeções da universidade britânica Imperial College indicam que número de óbitos em decorrência da covid-19 pode chegar a 9.500 nesta semana

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-03-02T21:10:00.000Z

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A Imperial College London, universidade do Reino Unido, indicou nesta terça-feira (02/03) que a taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil atingiu uma alta expressiva, batendo o índice de 1,13.

Esse número aponta que um grupo de 100 pessoas infectadas pode transmitir o vírus para outras 113 pessoas. Desde dezembro de 2020, o levantamento da universidade indica que a taxa de transmissão brasileira está acima de 1.

Mesmo com a alta, o Imperial College aponta que a taxa de transmissão desta semana pode variar entre 1,10 e 1,15.

O monitoramento britânico considerou dados registrados até esta segunda-feira (01/03) e utilizou estimativas de número de mortes da semana passada e uma previsão de óbitos para esta semana, no qual as projeções apontam que o país poderá registrar cerca de 9.190 mortes em decorrência da covid-19.

Ainda segundo as projeções, os dados da universidade indicam que o número de óbitos pode chegar a 9.500 nesta semana.

A universidade vem afirmando que há uma mudança nas notificações de casos e mortes no Brasil em decorrência da pandemia, e que tais resultados devem continuar sendo "interpretados com cautela".

Pedro Guerreiro/Ag Pará
Número aponta que um grupo de 100 pessoas infectadas pode transmitir o vírus para outras 113 pessoas

De acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil permanece em terceiro lugar no ranking de países com maior número de casos do novo coronavírus, contabilizando 10.587.001 e 255.720 mortes.

'Hora do lockdown completo'

Na última semana, o Brasil bateu mais um recorde de mortes por covid-19 e superou a marca de 250 mil óbitos causados pela doença. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médico pneumologista Ubiratan de Paula Santos defendeu que o país entre em um lockdown completo para combater a pandemia.

Em entrevista a Opera Mundi nesta sexta-feira (26/02), Santos afirmou que a forma mais promissora de reduzir o número de mortes no país atualmente é "adotar medidas de contenção mais drásticas".

"Tenho defendido adotar um lockdown completo no qual durante 15 dias ninguém trabalhasse e os 15 dias seguintes todos trabalhassem. Se alguém tiver sintomas, todos daquela casa não poderiam voltar ao trabalho. O estado ou o governo federal, que têm os cadastros das famílias, deveriam monitorar constantemente o que está acontecendo e colocar a atenção básica de saúde trabalhando de forma integral", disse.

Para o professor, o aspecto vantajoso desse sistema de isolamento é que ele permitiria reduzir as infecções e, consequentemente, as mortes causadas pela covid-19. "Eu tenho que reduzir infecção para reduzir internação, reduzir pacientes na UTI e evitar que as pessoas morram", afirmou.

Saúde

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