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Opinião

Carta ao deputado Daniel Silveira

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Parlamentar julgou que poderia fazer uso das 'garantias democráticas' para tentar angariar apoio para sua causa totalitária

Edilamar Galvão

São Paulo (Brasil)
2021-02-20T14:15:00.000Z

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Carta ao deputado Daniel,

Deputado Daniel Silveira, desculpe se eu me escuso aqui de usar o tratamento "nobre" deputado. As circunstâncias não o permitem, espero que compreenda. Por sua vez, o senhor citou o "excelentíssimo" ministro Alexandre de Moraes, que o senhor mesmo tão enfaticamente ofendeu com palavras também inapropriadas de reproduzir, ao apresentar suas desculpas por ter se "excedido" com as palavras: "emocionar-se", disse o senhor, é "normal". 

Peço a licença para lhe informar: não, deputado, não é "normal" se exceder dessa maneira. E parece que o senhor descobriu que também não é legal. Não me refiro ao sentido de "não ser legal" como não ser bacana. O que também não o é nem um pouco, né, deputado? Preciso-me: exceder-se desse modo, além de imoral, é ilegal. Mesmo. Pode dar prisão. E acredito que o senhor não soubesse que sua imunidade não fosse tão absoluta quanto pensava. O senhor não pode sair por aí cometendo crimes. Sim, deputado, cometem-se crimes por meio de palavras. Já tentei explicar em artigo anterior: calúnia, difamação, assédio moral e sexual são crimes cometidos com palavras.  

Enfim, o que o senhor fez foi testar os limites da democracia. Mas, como se diz por aí: "deu ruim". O senhor julgou que poderia fazer uso das "garantias democráticas" para tentar angariar apoio para sua causa totalitária com o claro objetivo de abalar os fundamentos da democracia. 

Mas a democracia não é a instituição idiota que o senhor julga. Hoje, um tanto cabisbaixo e acabrunhado, o senhor usou várias vezes, em sua defesa, a palavra "respeito", cujo significado o senhor sempre pareceu desconhecer.  

Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Deputado recorre a argumentos de autoridade para convencer o plenário de que a manutenção de sua prisão representaria um risco

Afinal, o senhor se sentiu um tanto empoderado desde que orgulhosa e espalhafatosamente quebrou a placa Marielle Franco com laivos de crueldade. E foi eleito! Quem sabe isso não o fez pensar que o senhor pudesse tudo, não? 

Agora, o senhor aparenta humildade diante de sua frustrada certeza em uma "imunidade material e processual absolutas" e recorre a argumentos de autoridade para convencer o plenário de que a manutenção de sua prisão representaria um risco à imunidade parlamentar e à independência dos poderes. Boa jogada, hein, deputado? 

De qualquer modo, eu me felicito com seu recuo, não porque acredite na sinceridade de suas palavras, que não acredito. Eu me felicito porque o senhor se sentiu obrigado a recuar. E o que o obrigou a recuar foram os limites previstos pelo Direito Democrático para defender a democracia de gente capaz de recorrer à baixeza moral e de insuflar o discurso de ódio para tentar abalar a própria democracia. Como, a propósito, o senhor fez. O senhor sabe.  

O senhor disse que teve a oportunidade de refletir nesses dois dias de prisão. Eu, sinceramente, (sentimento que o senhor também desconhece) espero que lhe deem muito mais que dias, quem sabe, meses - eu sonharia anos -, para que o senhor pudesse refletir bastante mesmo. Pois, diante de suas atitudes e palavras, eu tenho pra mim que gente como o senhor precisaria, na verdade, de mais uma vida inteira para, de fato, refletir e aprender alguma coisa sobre valores democráticos, dignidade humana, respeito - esses princípios todos que, suas atitudes o revelam, o senhor despreza. 

De qualquer forma, espero que aproveite a estada e o tempo que lhe for concedido. Que não seja breve! 

Aquele abraço!

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Política e Economia

Segundo dia de Congresso do Partido Comunista cubano debate modelo econômico e social da ilha

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'Congresso da continuidade histórica da Revolução Cubana' reúne cerca de mil delegados de todo território da ilha até 19/04

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-17T20:55:00.000Z

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Cerca de 300 delegados de todo o território cubano discutiram neste sábado (17/04), no segundo dia do 8º Congresso do Partido Comunista de Cuba, questões centrais do país, como o aprofundamento de reformas econômico-sociais e o acesso à internet. 

Segundo o jornal Granma, o debate, a portas fechadas, foi realizado em três comissões distintas dedicadas à economia, à formação de novos quadros e lideranças políticas do partido.

Presidida pelo premiê, Manuel Marrero, a primeira comissão analisou as críticas levantadas nesta sexta-feira (16/04) por Raúl Castro no seu discurso de abertura do congresso, refletidas em dois documentos com as orientações da política econômico-social e a proposta de reformas ao modelo econômico para os próximos cinco anos.

Em seu relatório central, o dirigente de 89 anos pediu para "aumentar a produtividade e a eficiência no desempenho do setor estatal", que representa 85% da economia do país. 

Raúl, que comunicou sua saída do comando da legenda, declarou ainda que será necessário "dar maior dinamismo ao processo de atualização do modelo econômico e social", que ele próprio iniciou em 2008 com uma abertura cautelosa ao trabalho privado e ao investimento estrangeiro.

O dirigente também se referiu às "mentiras, manipulações e divulgações de notícias falsas" nas redes sociais que buscam dar a imagem de uma Cuba "sem futuro", tema debatido neste sábado no segundo comitê junto com outras questões.

Juvenal Balán/Granma/ PCC
Encontro marca a comemoração dos 60 anos da proclamação feita por Fidel Castro sobre o caráter socialista da Revolução

Enquanto isso, a terceira comissão, chefiada pelo presidente Miguel Díaz-Canel, debateu a formação de novos quadros políticos.

8º Congresso

Sob o título de "O Congresso da continuidade histórica da Revolução Cubana", cerca de mil delegados se reuniram a partir desta sexta-feira até 19 de abril no Centro de Convenções de Havana, capital do país, para debater alguns temas centrais da vida política, econômica e social. 

O encontro também marca a comemoração dos 60 anos da proclamação feita por Fidel Castro sobre o caráter socialista da Revolução, além de celebrar também a vitória das forças revolucionárias sobre a invasão de mercenários patrocinados pelos Estados Unidos em Playa Girón, no ano de 1961.

“Aqui as ideias se fortalecem, a história é reconhecida e o futuro é discutido”, escreveu em sua conta no Twitter Díaz-Canel.

Desde 1975 o partido se reúne regularmente a cada cinco anos e dá forma definitiva aos documentos que estabelecem as diretrizes políticas e econômicas previamente debatidas pelos delegados de cada província.

(*) Com Télam.

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