Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Opinião

É bom para os EUA atacar a China? Até quando?

Encaminhar Enviar por e-mail

As boas relações da China com os EUA são necessárias não somente a ambos os países, mas a toda humanidade

Elias Jabbour

Portal Vermelho Portal Vermelho

2022-05-06T21:59:11.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Desde a histórica visita de Nixon à República Popular da China, em 1972, a relação entre China e Estados Unidos, apesar de nem sempre ser uma relação ótima, foi fundamental à manutenção de algum grau de estabilidade no mundo e previsibilidade na arena internacional. Evidente que a posição econômica chinesa durante muito tempo não era capaz de ensejar qualquer teoria da conspiração nos círculos políticos do imperialismo. Ao contrário, com o final da União Soviética, a grande aposta no núcleo duro da intelectualidade e do poder nos EUA é a que a experiência chinesa não duraria muito tempo, pois a continuidade do sucesso econômico chinês demandaria a adoção de instituições liberais. Uma afirmação que não tem a menor validade histórica, diga-se de passagem.

Mesmo assim, a China nunca buscou reagir de forma agressiva às diferentes formas que os EUA usavam para provocar instabilidade no país. Desde o bombardeio à embaixada chinesa em Belgrado (1997) passando pela recepção de Dalai Lama por seus presidentes em Washington até a venda de armas à Taiwan. A China manteve durante muito tempo uma postura de flexibilidade e dureza em nome de uma correta estratégia: as boas relações da China com os EUA são necessárias não somente a ambos os países, mas a toda humanidade. As duas maiores economias do mundo poderiam cooperar em todos os temas que afetam os povos, desde a fome até a mudança climática. 

Mas os Estados Unidos escolheram um caminho diferente. O do confronto, da difamação, a manutenção de uma máquina de inventar mentiras contra o país, o cerco militar e a tentativa de impedir o acesso da China aos insumos básicos em indústrias sensíveis como a semicondutores. O mundo hoje assiste, de forma abismada, um país onde morreram por covid-19 mais de um milhão de pessoas, em sua maioria composta de pobres, negros e latinos, querer mostrar ao mundo que a política de covid zero na China está dando errado. Detalhe: o número de mortes na China por covid-19 só recentemente alcançou os cinco mil. 

Em uma situação onde uma doença mata um milhão de pessoas em um país (Estados Unidos) e morre-se muito pouco em outro (China), o mais inteligente seria uma ampla cooperação humanitária entre os dois países. Isso seria excelente aos Estados Unidos e ajudaria a aliviar a dor da morte e da doença por todo o mundo. Mais inteligente seria a governança dos EUA se concentrar nos graves problemas sociais que afetam seu país: o uso de drogas é uma epidemia no país, a repressão policial contra os movimentos de negros, latinos e pobres é implacável, o racismo é estrutural e institucional. A concentração de renda cresce a índices alarmantes, com a pobreza extrema destruindo o “sonho americano”.

Interessante notar que os ataques à China têm tido resultados catastróficos para a economia norte-americana, com a inflação alcançando seus índices mais altos em décadas e o contribuinte pagando por uma “guerra fria” que ele não deu permissão ao governo para inicia-la. Os EUA deveriam focar em seus graves problemas internos, perceber a China como uma solução e não um problema e escolher a diplomacia em detrimento da crença em um “destino manifesto” no trato das questões internacionais. Não é surpresa perceber que a manutenção da atual ordem internacional está levando o imperialismo a financiar abertamente grupos neonazistas como vemos no caso do conflito da Ucrânia.

O conflito com a China e a Rússia é uma prova clara do reino da irracionalidade que toma conta da política externa do imperialismo. Além de unir dois grandes países contra uma ordem “ocidental” que não faz o menor sentido, tem levado o país a decisões simplesmente absurdas. Vejam, em um país onde existem cerca de 550 mil sem teto (homeless) os EUA decidiram enviar ajuda militar à Ucrânia da ordem de US$ 33 bilhões. Trata-se de dinheiro suficiente para resolver os problemas de habitação, saúde, educação e alimento para todas essas pessoas. Só um país onde a informação ao público é controlada por alguns bilionários esse tipo de ação não provoca uma revolta popular profunda!

A separação entre oriente e ocidente promovida pelos Estados Unidos e seus aliados na Europa ocidental está levando o mundo a um perigoso impasse. Nem China, nem Rússia irão recuar em suas questões relativas à soberania e segurança nacionais. Os EUA diante da assertividade chinesa e russa vão continuar a apostar no caos total? Até quando?

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Meio Ambiente

Desmatamento na Amazônia Legal é o maior em 15 anos, aponta Imazon

Encaminhar Enviar por e-mail

De agosto de 2021 a julho de 2022 foi destruída uma área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-17T22:12:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Nos últimos 12 meses, a Amazônia Legal teve o maior índice de desmatamento em 15 anos. De agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 quilômetros quadrados de floresta, o equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo e 3% a mais do que nos 12 meses diretamente anteriores. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (17/08), são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

É a segunda vez consecutiva em que o desmatamento na região ultrapassa os 10 mil quilômetros quadrados no período. Somadas, as áreas destruídas nos últimos dois calendários (ou seja, de agosto a julho) chegaram a 21.257 quilômetros quadrados, quase o tamanho do estado do Sergipe.

Ao analisar apenas o desmatamento em 2022, o índice de destruição é ainda maior. No período de janeiro a julho, a área de floresta perdida cresceu 7% em relação a 2021, passando de 6.109 quilômetros quadrados para 6.528 quilômetros quadrados. Isso significa que, somente em 2022, a região já teve destruída uma área de aproximadamente cinco vezes a cidade do Rio de Janeiro. E esse também foi o maior desmatamento para o período dos últimos 15 anos.

"O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia. Além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática. Relatórios da ONU já alertaram que, se não reduzirmos as emissões, fenômenos extremos como ondas de calor, secas e tempestades ficarão ainda mais frequentes e intensos. Isso causará graves perdas tanto no campo, gerando prejuízos para o agronegócio, quanto para as cidades", alerta Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Pará no topo do ranking de desmatamento

Levando em conta o desmatamento ocorrido nos últimos 12 meses, 36% ocorreu apenas na região conhecida como Amacro, onde se concentram 32 municípios na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia. Nessa área, há um processo de expansão do agronegócio, que derrubou quase 4 mil quilômetros de florestas entre agosto de 2021 e julho de 2022. A destruição na Amacro também atingiu o maior patamar dos últimos 15 anos para o período, com alta de 29%.

O Pará é o estado que mais desmata na Amazônia Legal. Nos últimos 12 meses, foram derrubados 3.858 quilômetros quadrados de floresta -  36% do destruído na Amazônia. A segunda maior área desmatada no período foi registrada no Amazonas: 2.738 km² (25%).

O que é a Amazônia Legal

A Amazônia Legal é um conceito criado ainda na década de 1950 para promover uma agenda de desenvolvimento para a região. Sua delimitação não é baseada exclusivamente na vegetação, mas inclui conceitos geopolíticos. Por isso que, além da Floresta Amazônica, há uma parte de Cerrado e do Pantanal em seu mapa.2:42

Segundo dados atualizados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a região tem uma área de 5,2 milhões de km², o que corresponde a 59% do território brasileiro. Ela engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima,Tocantins e parte do Maranhão, onde vivem atualmente cerca de 28 milhões de habitantes.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados