Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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Donald Trump completou 100 dias de governo nos Estados Unidos nesta semana com a concretização da anunciada demissão de centenas de cientistas que trabalhavam no principal relatório do governo federal sobre os impactos do aquecimento global no país. O estudo orientava o planejamento de produtores e agentes públicos.

As perseguições contra imigrantes também não paravam, inclusive Trump assinou duas novas ordens executiva para ampliar essa política. Uma determina que as jurisdições “santuário”, as que se negam a colaborar na aplicação das leis contra a imigração, poderão sofrer processo e suspensão do financiamento federal. A outra disponibiliza recursos militares para o combate ao crime (leia-se imigração ilegal); aumenta salários e benefícios de policiais e cria apoio para que eles possam enfrentar eventuais processos judiciais. No mesmo dia, o governo foi processado por permitir que agentes de imigração atuem em escolas e locais de culto.

Na resistência contra a Casa Branca, a Universidade de Harvard, após processar o governo federal por interferir em seus assuntos internos, anunciou que estava reformulando seu Escritório de Diversidade, Equidade e Inclusão, que passa a se chamar Escritório de Comunidade e Vida no Campus. Uma clara concessão.

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Terça-feira – 29 de abril

Mais um recuo tarifário: Trump assinou decretos revogando algumas das tarifas impostas a carros e peças importados. As montadoras que pagam 25% sobre veículos, por exemplo, não estarão sujeitas a outros impostos e poderão ter isenção de impostos sobre componentes por dois anos.

O presidente reina absoluto sobre o vai e vem tarifário, mas não quer que se conheçam seus efeitos. Ele critica a Amazon pela notícia de que a empresa pretende exibir em seu site o impacto das taxas sobre seus preços e a gigante do varejo recua.

A ofensiva da administração Trump para reduzir a influência da China na América Latina deu outro passo nesta terça-feira. O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Alvin Holsey, iniciou uma visita de três dias à Argentina para discutir detalhes da base conjunta que os países pretendem construir em Ushuaia, na Patagônia argentina.

Quarta-feira – 30 de abril 

Cumprem-se 100 dias do governo Trump e nenhum outro presidente emitiu tantas regulamentações no começo de sua gestão, especialmente ordens executivas, que correspondem aproximadamente a decretos presidenciais, com força de lei. Mesmo com maioria no Congresso, Trump fez questão de mostrar que pode governar sem o Parlamento, que sua assinatura basta para mudar o país ou a economia mundial.

A maioria dessas ordens visa perseguir imigrantes, demitir funcionários públicos, criar novas tarifas de importação, extinguir áreas inteiras do Estado, acabar com programas sociais ou de inclusão de minorias e com as ajudas internacionais que seu país oferecia.

Nesses 100 dias, o dólar chegou a acumular desvalorização de 10% e só recuperou um ponto percentual. Segundo dados do próprio governo, o PIB dos EUA se contraiu 0,3% no primeiro trimestre, enquanto a zona do euro teve crescimento de 0,4%. Durante a atual gestão, o financiamento federal para pesquisa médica caiu 75%, de US$ 2,63 bilhões para US$ 670 bilhões.

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Quinta-feira – 1º de maio

O governo Trump cancela US$ 1 bilhão em bolsas para saúde mental de estudantes, criadas pelo programa de combate à violência nas escolas. A justificativa é que o programa não é mais do “interesse do governo federal”.

Sexta-feira – 2 de maio

O presidente anuncia sua proposta orçamentária para 2026, que prevê cortes de US$ 163 bilhões em programas internos. Só o Departamento de Saúde e Serviços Humanos perderá US$ 33 bilhões. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças terá suas verbas reduzidas à metade. Outros tantos serão cortados de programas de segurança e auxílio-aluguel para população carente. O orçamento de educação ficará reduzido em 15%, sendo mais de um terço dos cortes em escolas pobres e programas do ensino fundamental e médio.

Os grandes beneficiados pelo novo orçamento são Elon Musk e a sua empresa SpaceX. Isso porque o governo prevê acelerar a construção do Golden Dome, um escudo de defesa antimísseis de última geração, um projeto de bilhões em que a empresa do bilionário tem papel importante.