O jornalista, militante e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) Alípio Freire morreu, aos 75 anos de idade, nesta quinta-feira (22/04) em decorrência da covid-19.
Nascido em Salvador, na Bahia, o também escritor completaria 76 anos em novembro. Jornalista estava internado em São Paulo desde o final de março. Freire deixa a esposa Rita Sipahi, três filhos e netos.
Freire foi militante da Ala Vermelha, grupo dissidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e combateu a ditadura militar brasileira (1964-1985) por meio da luta armada. Aos 23 anos, o jornalista foi preso pela Operação Bandeirantes (Oban) e sofreu torturas e interrogatórios durante três meses. Após esse período, foi transferido para o Presídio Tiradentes, onde ficou preso entre 1969 e 1974.
Entre 1980 e 1983, o jornalista assumiu a vice-presidência do Diretório Regional do PT, tendo participado da formação do partido.
Anistiado pelo Ministério da Justiça desde 2005, escreveu vários livros, entre eles, o Estação Paraíso e Estação Liberdade. Em 2013, lançou o documentário chamado 1964 – Um golpe contra o Brasil.
Em conversa com Opera Mundi em 2018, Freire comentou sobre sua participação na imprensa independente que tomou conta do movimento operário no final dos anos 1970 como meio de enfrentar a ditadura.
Em 1985, para o documentário Nada Será como Antes. Nada?, de Renato Tapajós, ele declarou: “Nós temos que nos comprometer a construir desde agora, desde já, a ponte para essa utopia e felicidade. Não dá pra tratar só de economia, é preciso tratar de todas as ansiedades e sonhos que tem dentro da gente. Que a classe trabalhadora toda tem dentro de si”.
Lucas Estanislau/Opera Mundi
Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, Freire foi militante da Ala Vermelha e combateu a ditadura militar brasileira (1964-1985)