Os presidentes que integram a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) já estão reunidos em Bariloche, na Argentina, para o econtro extraordinário do bloco. Serão poucas horas para discutir a polêmica decisão da Colômbia de permitir o uso de suas bases militares pelos norte-americanos.
É pouco provável que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, reveja a decisão. Em todo caso, membros da delegação venezuelana disseram que o objetivo é evitar qualquer ruptura no bloco.
Na reunião, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, pretende conseguir o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva, no sentido de que este dê respaldo à sua tese de que os Estados Unidos, em aliança com a Colômbia, está preparando uma “contraofensiva” contra a região e, em particular, contra a Venezuela.
Membros da delegação diplomática venezuelana afirmaram que o posicionamento brasileiro sobre o caso é importante devido à relação que Lula tem com o mandatário norte-americano, Barack Obama. Por esta razão, eles receberam com satisfação as declarações de Lula em repudio à decisão colombiana, porém esperam que as críticas se transformem em fatos concretos, ou seja, uma denúncia intitulada de anti-imperialista encabeçada por Chávez junto aos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa.
Os venezuelanos sabem que Lula é mais moderado ao tratar do assunto, mas querem que, do encontro, seja firmada uma posição muito clara, e em conjunto, que permita exigir de Obama que confirme ou desminta se as bases farão ou não parte da política norte-americana para a região.
De forma mais branda, a Argentina tem posição similar. Tanto é que os representantes da presidente Cristina Kirchner lançaram a frase: “a agenda de Obama para a América Latina atrasa ou dita o Cone Sul”.
Grupos
De acordo com os representantes da delegação venezuelana, a decisão de Uribe sobre as bases militares provocou a formação de três grupos. Um que repudia a decisão colombiana, no qual estão a própria Venezuela, o Equador, a Bolívia e, mais timidamente, a Argentina e o Brasil.
Aquele que respalda Uribe, formado pelo presidente peruano, Alan García, e pela chilena Michelle Bachelet e seu chanceler – embora haja algumas contradições nas declarações da presidente sobre o assunto. E, por fim, os países que não se expressaram nem contra nem a favor, como o Paraguai, o Suriname e a Guiana.
O resultado da cúpula está em aberto e será conhecido em poucas horas.
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