Um dia após o Senado italiano votar a favor da intervenção italiana na Líbia, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi afirmou hoje (24/03) que seu país “não entrou, e nem quer entrar, em uma guerra” na Líbia. Segundo o chefe de Governo, a coalizão internacional formada após a aprovação de uma resolução pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas só “está empenhada em defender a população civil”.
A resolução aprovada na semana passada prevê a criação de uma zona de exclusão aérea e autoriza países a adotarem medidas para defender a população líbia da repressão do governo de Muamar Kadafi. Organizações não-governamentais, no entanto, têm dito que as ações militares da coalizão provocaram a morte de civis.
Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Berlusconi se disse satisfeito com o modo como Roma tem enfrentado a crise política na Líbia. O líder italiano contou que, desde o último sábado (19/03), quando foi decidido criar a coalizão internacional, ele conversou com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sendo que todos “estavam perfeitamente de acordo” sobre as atividades a serem realizadas na Líbia.
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De acordo com o premier, o objetivo da coalizão é “seguir pedindo a Kadafi um verdadeiro cessar-fogo, porque o fim das hostilidades da parte do coronel é a condição necessária para toda mediação. Logo se poderia dar início à fase da diplomacia”.
“Neste momento, ninguém pode dizer, de maneira segura, qual será a duração ou o resultado de uma missão. Creio que os tempos ainda não são maduros para uma mediação, porque Kadafi ainda confia em que pode vencer, pois tem pleno controle da capital”, observou Berlusconi.
O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, anunciou, por sua vez, que Roma vai continuar “a ser protagonista das ajudas humanitárias”.
“A Itália é, até agora, o primeiro e único país europeu a levar ajuda a Benghazi, com dois navios carregados com 90 toneladas de materiais”, disse o chanceler, referindo-se a medicamentos, alimentos e produtos de necessidades básicas.
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