Enquanto a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) começa a definir seu papel militar nos confrontos da Líbia, os bombardeios da coalizão internacional contra o país teriam deixado pelo menos 100 civis mortos desde o início dos ataques no último sábado (18/03),. A informação foi divulgada pelo porta-voz do governo de Muamar Kadafi, Musa Ibrahim, nesta quinta-feira (24/03).
Pouco antes da divulgação da informação, a TV líbia transmitiu o enterro de 31 pessoas em Tahura, na periferia da capital Trípoli, em razão dos ataques das forças internacionais. A imprensa local os chamou de mártires.
Leia mais:
Coalizão continuará com ataques sobre a Líbia hoje, diz França
Tropas fiéis a Kadafi continuam os ataques, enquanto OTAN não define seu papel
Um dia após Senado aprovar intervenção na Líbia, Berlusconi diz que Itália não quer guerra
Países da OTAN seguem sem acordo sobre papel na Líbia
Muamar Kadafi faz aparição pública e desafia coalizão
'Resolução aprovada pelo Conselho de Segurança chega a dar medo', diz Patriota
Liga Árabe diz que proteção de civis líbios não requer operação militar
No sexto dia de intervenção militar internacional na Líbia, as forças lideradas pelos Estados Unidos, Reino Unido e França atacavam Sebha, a 750 quilômetros ao sul de Trípoli. Segundo a agência de notícias TeleSur, a cidade, que é um reduto da tribo Guededfa, de Kadafi, foi alvo de ataques de baterias antiaéreas e bombardeios. Além de Sebha, Trípoli, Zuara, Misrata e Sirte também registraram ataques aéreos nesta quinta-feira.
Os confrontos entre tropas do governo e os opositores rebeldes que tentam colocar fim ao regime de 41 anos de Kadafi foram intensos na estratégica cidade de Ajdabiya, disputada a todo o custo pelos dois lados.
Em Misrata, terceira maior cidade do país, ao menos 300 pessoas ficaram feridas desde segunda-feira (21/03) em meio à ofensiva das forças de Kadafi.
Leia mais:
Governo da Líbia anuncia que armará a população para a defesa do país
O direito de ir à guerra
Líbia: hipocrisia, dupla moral, dois pesos e duas medidas
O
destino das revoltas árabes está no reino do petróleo
Adesão da Itália a resolução contra Líbia é 'irreversível', diz chanceler
Liga Árabe diz que proteção de civis líbios não requer operação militar
Governo da Líbia anuncia que armará a população para a defesa do país
Segundo a França, a força aérea de Muamar Kadafi teria desrespeitado a determinação do Conselho de Segurança da ONU, que aplicou uma zona de exclusão aérea em todo o território líbio. A evidência seria a aterrisagem de um monomotor em uma base militar nas proximidades de Misrata. Em resposta, uma patrulha do exército francês disparou contra o avião, segundo informações da rede de notícias ABC.
De acordo com a agência Efe, as tropas governistas teriam tomado o controle do hospital central de Misrata, onde havia feridos, e colocaram franco-atiradores no terraço, segundo a agência de notícias Efe.
Novo exército
Em meio aos conflitos, os rebeldes anunciaram a criação de um exército nacional formal. Em entrevista coletiva em Benghazi, o porta-voz militar da oposição afirmou que o exército já está sendo construído, mas não divulgou uma data para sua completa formação, já que, segundo ele, “depende das circunstâncias”. Ele lembrou que os revolucionários estão começando “do zero”.
Aliança
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) assumiu nesta quinta-feira o comando militar das operações de vigilância da zona de exclusão aérea sobre a Líbia. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen.
A data da efetivação das atividades do organismo, porém, ainda não foi divulgada. Foi dito apenas que a OTAN assumirá “nas próximas horas”, segundo uma porta-voz da organização.
A ideia é que a organização inicie o planejamento militar para possivelmente assumir o controle de todas as operações da coalizão na Líbia, o que, além do patrulhamento da zona, incluiriam os ataques a alvos terrestres realizados para proteger a população civil, disse uma fonte diplomática.
“Todos os aliados da OTAN estão comprometidos a cumprir suas obrigações sob a resolução da ONU. Por isso, decidimos assumir a responsabilidade da zona de exclusão aérea”, explicou Rasmussen em comunicado.
Há dias, EUA, Reino Unido e Itália – que são membros da organização – insistiam para que a OTAN tomasse o controle de toda a operação internacional, enquanto outros como a França, resistiam, já que essa medida poderia levar uma mensagem negativa aos países árabes.
Para abordar essa questão, Paris aceitou uma reunião de chanceleres dos países que participam das ações na Líbia, que acontecerá na próxima terça-feira, em Londres.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL