O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou em conferência no Rio de Janeiro o que chamou de “carta branca” da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o uso da força sem aprovação prévia do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O ministro fez menção à recente intervenção militar na guerra civil Líbia, iniciada por Estados Unidos, França e Reino Unido e atualmente liderada pela OTAN.
“Vejo com preocupação o novo conceito estratégico da OTAN. Esse novo conceito, em última análise, permite que a aliança atlântica promova intervenções militares em qualquer parte do mundo, com ou sem aprovação prévia do Conselho”, afirmou Jobim nesta quinta-feira (07/04).
Segundo o ministro da Defesa, o Brasil deve deixar claro que tem “um compromisso muito sério na América do Sul com a preservação da soberania” e citou o exemplo das Malvinas, território britânico no Atlântico Sul reivindicado pela Argentina.
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Conforme lembrou Jobim, ao longo da história, a OTAN mudou sua concepção, pois foi criada para a proteção dos países europeus no período da Guerra Fria. “Correspondia de um lado o Tratado do Atlântico Norte e, por outro lado, o Tratado de Varsóvia. Depois que acabou a União Soviética, se falava até na extinção da OTAN porque se destinava à defesa dos países europeus”, disse.
Segundo o ministro da Defesa, na questão simbólica os países do Atlântico Norte teriam direito de intervir em qualquer lugar do mundo. “E agora vem uma nova concepção estratégica que, na leitura, verifica que a OTAN terá condições de intervir em qualquer lugar do mundo onde os interesses dos países integrantes do Tratado tenham sido lesados. Isso é carta branca”, criticou.
O Brasil, defendeu o ministro, tem participação internacional como no Haiti e agora na Unifil no Líbano (United Nations Interim Force in Lebanon, na sigla em inglês) com o objetivo de manter a paz e não de “fazer a paz”, diferenciou. “Temos que ter muita cautela nesse tipo de participação para a não utilização de tropas brasileiras no atendimento de interesses que não sejam internacionais”, concluiu Jobim.
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