Judy Garland foi uma das maiores e mais populares estrelas do cinema de todos os tempos. Fez sua primeira aparição na tela aos sete anos e mereceu sua primeira de três indicações ao Oscar quando tinha apenas 17 anos, por seu desempenho no principal papel no filme que pode ser considerado como o mais querido de Hollywood de todos os tempos: O Mágico de Oz. Foi também uma prolífica recordista em gravações, vendendo milhões de discos, tendo, ademais, conquistador cinco prêmios Grammy num único ano, perto de três décadas após ter se iniciado como uma das artistas mais jovens a firmar contrato com um grande selo fonográfico.
Essas realizações por si só poderiam ser suficientes para impressionar qualquer um pouco familiarizado com seu trabalho, porém “para sentir a imensa força de Judy Garland”, como afirmou o seriado American Masters, “a gente tinha de estar no auditório quando trouxe à tona todos os dons que Deus lhe deu para exibir a uma inesperada plêiade de artistas estrangeiros”. Jamais Judy havia reunido tantos famosos astros e estrelas da canção quanto naquela noite de 23 de abril de 1961 durante o famoso show no Carnegie Hall amiúde chamado a “maior das noites da história do showbiz”.
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A estrondosa e demorada ovação que saudou Judy Garland quando assomou o palco estabeleceu o clima que se seguiria naquela noite. “Estavam todos de pé mesmo antes da deusa empunhar o microfone”, escreveu Lewis Funke para o jornal The New York Times. “Então ela cantou”, escreveu Judith Christ para o New York Herald, “E ela cantou, é preciso ficar registrado, como não o havia feito há anos”. Cantou 27 números diante de uma multidão eufórica sendo frequentemente interrompida por longas ovações. Foi simplesmente a performance de Judy naquela noite que lhe granjeou tão incrível recepção?
Ela sempre levou para os palcos densidade e emoção, além de um repertório impecável. A estrela casou-se com diretor Vincent Minnelli e foi mãe da também hoje consagrada Liza Minelli. Nascida Frances Ethel Gumm, filha de atores de Vaudeville, Judy estreou nos palcos aos dois anos cantando Jingle Bells. Em 1929 já se apresentava com as irmãs Mary Jane e Virginia. Elas formavam o trio ‘The Gumm Sisters’. A MGM contratou Judy em 1935, onde participou de musicais por quinze anos. Em 1939, O Mágico de Oz a tornou uma estrela aos 16 anos, e apaixonou o mundo no papel da menina Doroty, cantando ‘Over The Rainbow’, de Harold Arden, um dos clássicos da música popular e eleita em 2004 por mais de 1500 profissionais de cinema como a melhor música de filme de todos os tempos.
Picryl
A vida de Judy Garland inspirou o filme ‘Nasce Uma Estrela’
Passional, engraçada e vulnerável, seu nervosismo denunciava o pouco controle sobre si mesma. Apesar de uma fecunda carreira de atriz e cantora, Judy foi vítima do mal que acomete muitas estrelas: a falta de sorte no amor. A atriz foi casada quatro vezes e teve três filhos. Muitos foram seus casamentos e muitas as decepções que a fizeram mergulhar no consumo de barbitúricos. A vida de Judy Garland inspirou o filme Nasce Uma Estrela, que teve outra celebridade americana, Barbra Streisand, como protagonista.
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Em 1951, a Metro não renovou o contrato de Judy, alegando problemas de saúde da estrela. Ela encerrou a carreira na TV, com ‘The Judy Garland Show’ (1962/1963). Antes disso, ela ganhou um Oscar especial pelo O Mágico de Oz. ‘Especial’ porque era considerada uma criança e não poderia concorrer com as outras atrizes adultas.
O pai de Judy faleceu ouvindo a filha cantar ao vivo no rádio. Afirma-se que o fato representou um trauma que acompanhou a atriz até a sua morte. Judy morreu por excesso de comprimidos para dormir. Uma dose acidental a mataria em 1969, em Londres, quando sua carreira cinematográfica já se extinguira, mas a de cantora prosseguia. Em seus funerais 30 mil pessoas estavam presentes, quando Frank Sinatra pronunciou a célebre frase: “Nós seremos esquecidos, Judy não”. Detalhe curioso: no Mágico de Oz, Dorothy foi levada do Kansas para Oz através de um furacão. No dia exato da morte de Judy Garland, um furacão arrasou o Kansas. Judy Garland faleceu aos 46 anos, em 22 de maio de 1969.
A performance de Judy Garland naquela noite de abril de 1961 foi gravada ao vivo. O álbum esteve 95 semanas seguidas nas paradas de sucesso, 13 das quais em primeiro lugar.
Outros fatos marcantes da data:
23/04/1564 – Nasce o dramaturgo William Shakespeare
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23/04/1968 – A África do Sul é excluída dos Jogos Olímpicos do México
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.